pepi Escreveu:Meus caros, não quero reacender esta eterna discussão entre Func. Publicos e Privados, quando bem vistas as coisas até me parece que são mais as coisas que nos une do que o que nos separa...
Ora finalmente...
pepi Escreveu:artista, no teu caso o Estado não cumpre as regras que obriga os privados a cumprir, que queres que te diga?!
Em primeiro lugar não é no "meu" caso é no caso de 30/35 mil professores, serão perto de 30% da classe!!
Quero é sobretudo que não me digas que quem trabalha para o estado só tem é regalias, quero sobretudo desmontar a tua visão (que é igual à de muitos outros) sobre a matéria, porque está desatualizada, já era... embora ainda seja mais ou menos verdade para uma parte de quem trabalha para o estado, já há muito que não é para quase ninguém, a não ser para alguns iluminados de nomeação política, mas aqui a problemática é outra!
pepi Escreveu:Obviamente não está certo, mas para mim revela uma enorme hipocrisia, pois essa gente que tanto criticou as propostas do PPC para flexibilizar o despedimento no sector privado, utiliza este expediente para alcançar essa flexibilidade porque agora já lhe interessa...
E para que conste, não é nada que usa há dois ou três anos por causa desta crise, é algo que já vem de há pelo menos uns 5 ou 6 (provavelmente serão um pouco mais), pelo menos no caso dos professores... e este método não só lhes permite uma flexibilidade maior como lhes permite pagar consideravelmente menos a estes professores.
Todos têm razão para se queixar quando são atingidos por cortes salariais, penso que os professores que estão nessas condições também têm o direito de o fazer. Mas, para os milhares de professores contratados, é um bocado caricato pensar que não se importariam de estar na situação deles e baixarem-lhe o vencimento
20% (e não apenas os 3,5%), ganhariam o mesmo ou mais, teriam mais regalias, estariam nos quadros da FP, teriam um horário completo garantido, não mudariam de escola permanentemente, etc... e, na prática, a grande diferença entre estes dois grupos de professores, é apenas o facto de os que estão no quadro terem começado a leccionar uns anos antes, quando se entrava para a carreira com relativa facilidade!
pepi Escreveu:Também não vou perder muito tempo a chover no molhado, apenas quero dizer que as garantias de manutenção do posto de trabalho entre o sector público e privado não são de todo comparáveis, e que no sector privado a remuneração dos funcionários está indexada à produtividade, aos resultados da empresa e da economia, à qualidade da gestão, ao facto de existir ou n concorrência, etc., e no sector público essa remuneração é definida por critérios, no mínimo, pouco transparentes...
Estás, mais uma vez, a falar do passado...como disse lá atrás, já "foi chão que deu uvas", embora ainda seja parcialmente verdade para alguns! O que cria injustiças ainda maiores...
pepi Escreveu: artista, o que ficou por responder?
Engano meu, não foste tu!
pepi Escreveu:Não ouvi ninguém falar em despedir sem pagar uma compensação correspondente ao tempo que esse trabalhador esteve ao serviço da empresa, como tal os funcionários públicos a dispensar obviamente que deverão ser indemnizados.
Mas não é isso que está a acontecer em muitos casos, e nem sequer estou só a falar dos professores, porque conheço outros casos, embora em menor número... e também não será isso que vai acontecer, porque certamente (mesmo que não me atinja a mim) em Setembro muitos professores vão ficar sem emprego, alguns já leccionam no ensino público há mais de 5 anos, alguns eventualmente há mais de 10!! E para estes, os "grandes" cortes salariais que se estão agora a fazer, serão "peanuts"... quero ver nessa altura se esses cortes, realmente a sério, terão tanto impacto na opinião pública como estes relativamente pequenos e que só atingem os salários mais altos, quero ver até que ponto a nossa sociedade é egoista e hipócrita para assobiar para o lado perante tamanha desigualdade!!
Ainda assim, quero deixar bem claro (mais uma vez) que acho estes cortes inevitáveis. Talvez fosse possível poupar alguns cortes e, sobretudo, fazê-los de uma forma mais gradual e não tão abrupta, mas no essencial eles são necessários... e não é a eventualidade de ficar sem emprego que me fará mudar de opinião, embora fique com algum sentimento que se não fossem BPN's, Submarinos, Scut's e outros, isto poderia ser feito de outra forma!
Bom fim-de-semana para todos
artista