PMACS Escreveu:gorgol Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Porque é que o BCE não empresta diretamente ao estado e empresta à Banca que por sua vez o empresta com os juros que todos sabemos?
A banca entrega garantias ao BCE, ativos colaterais desvalorizados pelo risco. Os Estados não têm nada para entregar, no caso de falencia, resultam em perdas no BCE.
No caso de falencia dum banco o BCE fica com as cateiras de crédito dos clientes do banco.
Se um Estado passasse a entregar o seu ouro, as empresas públicas viáveis, os terrenos públicos, as concessões portuárias e aero portuárias, avaliadas a preço de mercado e uma desvalorização de expetativas futuras já teria sentido aceder a financiamento direto. Para isso teria de haver muita politica, logo a melhor forma é mesmo, serem Estados a financiar outros Estados e não o BCE.
São os contribuintes de um Estado que dão as garantias ao financiamento de outros Estados, sem receberem nada em troca, ou apenas uma promessa de reduzir o défice.
Eu não emprestava, nem dava garantias, nestas condições.
Confesso que percebo muito pouco de economia, mas a banca portuguesa quando vai ao BCE entrega como colateral a divida portuguesa que vai comprando!Ou seja o estado não pode entregar a sua própria divida como colateral(pêlo de gato,assim tipo Berardo)mas a banca comercial já pode!Se Portugal incumprir e a banca comercial estoirar, o BCE fica na mesma com a dívida de Portugal nas mãos e que vale zero(suponha-mos)!
Alguém me pode explicar este caso em particular!
Se a pergunta fôr muito básica,perdoem a ignorância!

Em parte entrega dívida portuguesa, mas desvalorizada a preço de mercado, com um desconto adicional e com montantes plafonados.
Tudo tem de ter um equilibrio, vejamos;
O BES tem algo como 10.000 milhões de financiamento via BCE, cerca de 15 % dos ativos totais do banco, para garantir entrega ativos de digamos 20.000 milões de hipotecas e 4.000 milhões de obrigações portuguesas. Temos um pacote de garantias substanciais e ponderadas. Ainda tem mais 20.000 milhões prontos para novos financiamentos.
Se fosse apenas com o 4.000 milhões das obrigações, poderia financiar-se apenas digamos com € 1.500 milhões. Se o Estado não pagar o BES suporta o prejuizo de 4.000 milhões via acionistas. Aconteceu na Grecia com o BPI. As perdas no BCE podem acontecer, mas só se não geriram bem o risco com os bancos intermediários. Por esta razão a falencia de um Estado pode lever à falencia dos bancos e algumas perdas no BCE, mas os depositantes tambám vão pagar.
Agora imagina um Estado que se financia em apenas 15% dos seus ativos. Onde está esse Estado? Os ativos habituais dum Estado não dão cash flow, visto fazerem parte do pacote de prestação de serviços públicos, que estão em défice.
Os Estados financiam-se em 100% do PIB! Alguém definiu uma regra sustentável de máximo 60% do PIB.
A capacidade de um Estado gerir passa por debitar impostos e cortar custos ou serviços, assim ganha confiança para se financiar.
O mecanismo da inflação, com a criação de moeda é uma forma de cortar custos e aumentar impostos, via inflação.