FMI propõe aumento do IVA para vinhos e cultura
18 Janeiro 2013, 17:30 por Filomena Lança |
filomenalanca@negocios.pt
Fundo sugere que se pode aliviar a tributação das empresas com mais impostos sobre o consumo
Há produtos que estão actualmente na taxa intermédia do IVA, de 13%, que não se destinam exactamente a satisfazer necessidades básicas dos consumidores e que, por isso, têm margem para passar para a taxa normal. São exemplos disso os vinhos, os bens culturais e alguns alimentos processados.
O alerta vem do FMI que, num estudo realizado pelos especialistas desta instituição, divulgado hoje juntamente com a versão actualizada do memorando assinado com a troika, na sequência da 6ª avaliação, propõe uma reforma fiscal que inclua alterações não só ao IRC, como o Governo tem já em preparação, mas também ao nível do IVA. O alargamento da base tributária dos impostos sobre o consumo, lê-se no estudo, será o caminho para uma reforma fiscal que promova o crescimento da economia, abrindo a possibilidade de reduções da carga fiscal para as empresas.
No caso concreto do IVA, a sugestão principal passa pela racionalização das actuais taxas: a normal, de 23%, a reduzida, de 6% e a intermédia, de 13%. O FMI critica a existência de duas taxas reduzidas, algo que pode contribuir para uma menor eficiência do imposto, lê-se no documento.
Há espaço para um alargamento da base tributária, sublinha o FMI. E o alvo deveriam ser, naturalmente, os bens que estão nas taxas reduzidas, até porque, em regra, quem acaba por beneficiar mais destas taxas são os contribuintes que até têm maiores capacidades financeiras. Esta constatação, diz o FMI, reforça o argumento de que as taxas reduzidas no consumo não são o instrumento adequado para objectivos de natureza social e que estes devem sim ser alcançados através de políticas sociais.
A subida do IVA do vinho chegou a estar em cima da mesa do Governo, mas nuncca chegou a avançar.