AmLat - Resumo da semana
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AmLat - Resumo da semana
“O povo não precisa de guerra, o povo precisa de feijão e arroz”. Esta é a posição do presidente brasileiro, Lula, perante a guerra do Golfo, isto enquanto não começa devido às tradicionais burocracias latinas, a distribuição de comida integrada no programa “fome zero”. Dinheiro e alimentos já existem, falta saber fazer.
Guerra? Qual guerra? Esta parece ser a pergunta feita pelo “doutor” mercado, no Brasil e nos seus vizinhos. Aqui, ainda impera algum bom senso. Os jornalistas não atribuíram os problemas recentes do país à possibilidade de guerra no Iraque, nem sequer a sua resolução, agora mais provável, está sendo ligada à possível resolução rápida do conflito. Os mercados, aqui, estiveram em “rebound” antes de quinta-feira quando se deu um súbito ataque de euforia nos mercados do primeiro mundo.
Quem está confiante é o HSBC, um dos maiores bancos do mundo, presente em força na AmLat. Não hesitou em adquirir os negócios brasileiros do Bank of America, que havia manifestado a intenção de se desfazer deles. Esta instituição britânico-asiática tem uma forte tradição nesta região, conciliando o retalho com o investimento de alto nível e acertando geralmente nos “timings” correctos para ampliar os investimentos nestes mercados. Um bom sinal?
Certo para já, temos que a agência Fitch elevou a percepção da dívida brasileira, Wall Street prevê um “upgrade” para muito em breve, o FMI voltou a elogiar a economia brasileira (ops, será que gostaram do Carnaval no Rio?) e o J. P. Morgan prevê queda do risco-país. Aliás, este já caiu para pouco mais de mil pontos base, contra mais de dois mil em Outubro. Para quem quer saber o que vale o risco-país, merece a pena referir que 1.000 pontos base de risco significa que os títulos da dívida pagam 10% a mais do que o título equivalente dos EUA, que é considerado de risco zero (não é o máximo?).
Quando o mercado quer subir (ou descer) não há nada que o abale. Se fosse há 5 meses atrás, a notícia seguinte causaria problemas graves nas Finanças dos países latinos. Como surgiu numa semana de glória, ninguém se preocupou. Até porque o pior já estava feito. O Uruguay, vai pedir uma moratória da sua pequena dívida pública, orçada em 6.500 milhões de dólares. Mas é tão pouco e tão irrelevante que os bancos credores vão certamente aceitar sem problemas. O Citigroup já nem se surpreende mais com estas “golpadas”, tudo está previsto. Menos mau, os depositantes dos Bancos do país já tinham sacado em tempo útil os dólares lá depositados. Foi-se o sonho do minúsculo país em ser a próxima Suíça sul-americana.
Mas a grande “bomba” da semana é o caso de possível (diria mais que certo) “inside trading” na Bolsa de São Paulo. Vamos lá explicar bem a origem da história para nos situarmos. A Petrobras, companhia que controla a exploração do petróleo brasileiro, cotada em Bolsa, apesar da maioria do seu capital ser directa ou indirectamente detido pela União, saiu com uma boa notícia. O problema é que não era para ter saído, pelo menos agora. A notícia refere-se à descoberta de possíveis grandes reservas de petróleo no Estado do Sergipe, em plena região Nordeste. A novidade dessa prospecção não é pela quantidade mas sim pela qualidade. Foram recolhidas amostras de petróleo de 46º (regulamento da API), o que na prática significa crude de qualidade superior para a produção das gasolinas e gasóleo, tal como o do Iraque, por exemplo. É positivo pelo facto de algum do petróleo brasileiro ser de qualidade inferior e alimenta o sonho antigo de que o Brasil poderia um dia vir a ser um exportador.
O que acontece é que a CMV, que regulamenta as Bolsas de Valores, detectou movimentos estranhos nas 20 sessões que antecederam a saída desta notícia, que nem era para sair. Uma subida constante dos papéis da Petrobras, após lateralização anterior, subida mesmo nos dias negativos do mercado, um volume cada vez maior, possível acumulação bem antes da notícia... uma situação que parece configurar “inside trading” sem disfarce possível e que a CMV investiga agora, aguardando-se relatório e uma provável punição, caso se confirme. Pior ainda, não havia rumor antes da notícia, pelo que o papel subiu mais, como esperavam os (possíveis) “inside traders”... vamos esperar para ver !!
Esta “bomba” explodiu na quarta-feira passada, dia em que a Bovespa só abriu à tarde devido a problemas técnicos, o que me fez lembrar de um célebre dia, no ano 2000, em que a então BVLP também demorou a abrir, logo num dia de previsível pânico devido a fortes quedas nos EUA e Europa ! Enfim, mistérios...
Com ou sem guerra, o mercado melhorou por estas bandas, antes ainda do “rebound” dos grandes mercados internacionais, devido à expectativa de dias melhores, excelente saldo da balança comercial e sobretudo a tão esperada queda da inflação, com os números finais de Fevereiro quedando-se por 1,57% e a primeira estimativa de Março pelos 1,20%, podendo mesmo chegar ao fim do mês abaixo de 1%. O Real e a Bolsa não esperaram para subir, vamos aos números...
P.S. – Os pastéis de nata (vide semana passada) da cadeia Árabe de “fast-food” não merecem sequer o trabalho de os engolir. Naquela casa, prefiro uma esfiha...
Ficam os câmbios médios indicativos do Real – hoje, sexta-feira e do BOVESPA (números prov.)
IBOVESPA – 10.820 pts – o índice subiu 1% na semana
US$ 1 = R$ 3,43 – o dólar desceu 1,8 % na semana (chegou a cotar a 3,39)
€ 1 = R$ 3,69 – o Euro desceu 3,4% na semana (esteve pelos 3,66)
Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,55 aprox.
Um abraço, continuação de bom fim de semana, excelentes negócios para a próxima
djovarius
Guerra? Qual guerra? Esta parece ser a pergunta feita pelo “doutor” mercado, no Brasil e nos seus vizinhos. Aqui, ainda impera algum bom senso. Os jornalistas não atribuíram os problemas recentes do país à possibilidade de guerra no Iraque, nem sequer a sua resolução, agora mais provável, está sendo ligada à possível resolução rápida do conflito. Os mercados, aqui, estiveram em “rebound” antes de quinta-feira quando se deu um súbito ataque de euforia nos mercados do primeiro mundo.
Quem está confiante é o HSBC, um dos maiores bancos do mundo, presente em força na AmLat. Não hesitou em adquirir os negócios brasileiros do Bank of America, que havia manifestado a intenção de se desfazer deles. Esta instituição britânico-asiática tem uma forte tradição nesta região, conciliando o retalho com o investimento de alto nível e acertando geralmente nos “timings” correctos para ampliar os investimentos nestes mercados. Um bom sinal?
Certo para já, temos que a agência Fitch elevou a percepção da dívida brasileira, Wall Street prevê um “upgrade” para muito em breve, o FMI voltou a elogiar a economia brasileira (ops, será que gostaram do Carnaval no Rio?) e o J. P. Morgan prevê queda do risco-país. Aliás, este já caiu para pouco mais de mil pontos base, contra mais de dois mil em Outubro. Para quem quer saber o que vale o risco-país, merece a pena referir que 1.000 pontos base de risco significa que os títulos da dívida pagam 10% a mais do que o título equivalente dos EUA, que é considerado de risco zero (não é o máximo?).
Quando o mercado quer subir (ou descer) não há nada que o abale. Se fosse há 5 meses atrás, a notícia seguinte causaria problemas graves nas Finanças dos países latinos. Como surgiu numa semana de glória, ninguém se preocupou. Até porque o pior já estava feito. O Uruguay, vai pedir uma moratória da sua pequena dívida pública, orçada em 6.500 milhões de dólares. Mas é tão pouco e tão irrelevante que os bancos credores vão certamente aceitar sem problemas. O Citigroup já nem se surpreende mais com estas “golpadas”, tudo está previsto. Menos mau, os depositantes dos Bancos do país já tinham sacado em tempo útil os dólares lá depositados. Foi-se o sonho do minúsculo país em ser a próxima Suíça sul-americana.
Mas a grande “bomba” da semana é o caso de possível (diria mais que certo) “inside trading” na Bolsa de São Paulo. Vamos lá explicar bem a origem da história para nos situarmos. A Petrobras, companhia que controla a exploração do petróleo brasileiro, cotada em Bolsa, apesar da maioria do seu capital ser directa ou indirectamente detido pela União, saiu com uma boa notícia. O problema é que não era para ter saído, pelo menos agora. A notícia refere-se à descoberta de possíveis grandes reservas de petróleo no Estado do Sergipe, em plena região Nordeste. A novidade dessa prospecção não é pela quantidade mas sim pela qualidade. Foram recolhidas amostras de petróleo de 46º (regulamento da API), o que na prática significa crude de qualidade superior para a produção das gasolinas e gasóleo, tal como o do Iraque, por exemplo. É positivo pelo facto de algum do petróleo brasileiro ser de qualidade inferior e alimenta o sonho antigo de que o Brasil poderia um dia vir a ser um exportador.
O que acontece é que a CMV, que regulamenta as Bolsas de Valores, detectou movimentos estranhos nas 20 sessões que antecederam a saída desta notícia, que nem era para sair. Uma subida constante dos papéis da Petrobras, após lateralização anterior, subida mesmo nos dias negativos do mercado, um volume cada vez maior, possível acumulação bem antes da notícia... uma situação que parece configurar “inside trading” sem disfarce possível e que a CMV investiga agora, aguardando-se relatório e uma provável punição, caso se confirme. Pior ainda, não havia rumor antes da notícia, pelo que o papel subiu mais, como esperavam os (possíveis) “inside traders”... vamos esperar para ver !!
Esta “bomba” explodiu na quarta-feira passada, dia em que a Bovespa só abriu à tarde devido a problemas técnicos, o que me fez lembrar de um célebre dia, no ano 2000, em que a então BVLP também demorou a abrir, logo num dia de previsível pânico devido a fortes quedas nos EUA e Europa ! Enfim, mistérios...
Com ou sem guerra, o mercado melhorou por estas bandas, antes ainda do “rebound” dos grandes mercados internacionais, devido à expectativa de dias melhores, excelente saldo da balança comercial e sobretudo a tão esperada queda da inflação, com os números finais de Fevereiro quedando-se por 1,57% e a primeira estimativa de Março pelos 1,20%, podendo mesmo chegar ao fim do mês abaixo de 1%. O Real e a Bolsa não esperaram para subir, vamos aos números...
P.S. – Os pastéis de nata (vide semana passada) da cadeia Árabe de “fast-food” não merecem sequer o trabalho de os engolir. Naquela casa, prefiro uma esfiha...


Ficam os câmbios médios indicativos do Real – hoje, sexta-feira e do BOVESPA (números prov.)
IBOVESPA – 10.820 pts – o índice subiu 1% na semana
US$ 1 = R$ 3,43 – o dólar desceu 1,8 % na semana (chegou a cotar a 3,39)
€ 1 = R$ 3,69 – o Euro desceu 3,4% na semana (esteve pelos 3,66)
Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,55 aprox.
Um abraço, continuação de bom fim de semana, excelentes negócios para a próxima
djovarius
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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