Elias Escreveu:Mares, pego apenas nestes dois pontos:
Mares Escreveu:8) A linha ferroviária continuaria a servir as populações locais.
(...)
Certamente que é muito mais interessante ter uma empresa que opere a linha com lucro (e que pague impostos e gere empregos), do que uma empresa que dá prejuízos e cujos trabalhadores tem pouca qualificação.
Concordo que só faz sentido ser lucrativo.
Acontece que, como deves saber, a nível europeu as empresas nacionais ferroviárias são deficitárias. Para ser lucrativo (nomeadamente para fins turísticos) terias de aplicar preços que não estão ao alcance das populações locais - que é um dos aspectos que salientas no ponto 8.
Por outras palavras, uma linha que possa ter interesse para as populações locais dificilmente vai ser lucrativa. Um projecto lucrativo vai exigir preços que não estão ao alcance das populações locais.
É preciso optar, parece-me.
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Elias,
bem visto pela tua parte essas observações. Tinha-as pensando, mas não coloquei antes, visto que "servir as populações locais" é a condição social da empresa em servir a região.
Então, como podes entender, sería difícil uma linha ferroviária estar a 100% ao serviço do turismo. Se isso aconteçesse sería um sucesso para a empresa que opera-se a linha.
Vamos começar por esse caso... temos 100% da linha ao serviço do turismo. Nesse caso, a população local pagaría o mesmo preço que o turista pelo serviço básico (pelo serviço de transporte). Posteriormente essas pessoas seriam ressarcídos, pelas autarquias locais, com os recursos transferídos pela empresa de turismo às autarquias da região. Para terem direito ao retorno do valor do bilhete pago em excesso, as pessoas teríam de comprovar residência na região.
Vamos agora considerar o caso em que a taxa de utilização fosse inferior a 100%. Nesse caso, a empresa podería operar composições somente dedicadas à população local. Da mesma forma, o preço do bilhete sería de "turismo", mas o valor em excesso retornado, com comprovante de residência.
Num terceiro caso, a empresa podería ter carruagens "turismo" (teto panorâmico, restaurante, internet, salas de jogos, etc) e carruagens "serviço público". Qualquer das formas, o preço pelo "serviço público" sería sempre bem superior (e retornado depois). Porque eu refíro este ponto.... para não termos turistas de 2ª, utilizando o mesmo serviço que os outros turistas pagaríam por ele.
Além disso, as linhas ferroviárias poderíam ser utilizadas por 3ªs empresas, por exemplo de transporte de mercadorias. Esse serviço funcionaria fora dos horários "turisticos".
Pareçe pelo texto que não teríamos só uma empresa, mas várias.... Isso também sería possível, por exemplo: uma empresa responsável pela manutenção da rede; uma ou mais empresas de exploração do turismo; empresa(s) de transporte de mercadorias. Acho que tudo depende da regulação, mas tendo em vista servir os operadores (turismo, mercadorias ou da linha), nunca descurando o "serviço público" de qualidade.
Abraço,
Mares.