Re: PSI 20
Enviado: 31/1/2020 16:08
cali010201 Escreveu:Se fizermos um exercíco de memória, verificamos que a nível de impostos, a situação em Portugal levou uma grande volta, para pior. Durante muitos anos, quem tivesse as ações por um período superior a 1 ano, não pagava impostos sobre as mais valias, quando vendesse as ações. Se as vendesse antes de perfazer 1 ano pagava 10% sobre as mais valias. Entretanto, houve um enorme aumento de impostos e este foi antes da Troika, e as mais valias passaram a ser taxadas a 28%. Hoje paga-se 28%, caso as mais valias não sejam englobadas com os restantes rendimentos, mas atendendo às taxas elevadíssimas de IRS, muito dificilmente alguém opta pelo englobamento.
Neste país não se premeia quem investe, quem arrisca o seu dinheiro. Se o investidor tiver prejuízo, fica com ele, se tiver lucro, paga 28% sobre esse lucro...
Embora a carga fiscal possa ter algum contributo duvido que tenham sido essas alterações as principais responsáveis para o descredibilizar da bolsa portuguesa, até porque não são muitos os que por cá andam que conseguem pagar impostos
Episódios como o do BES em que é tudo mau mas ninguém é responsável e, sobretudo (na minha opinião), as sucessivas OPV que apenas serviram para os investidires perderem dinheiro, mesmo muito dinheiro, dão uma imagem muito má de como as coisas se fazem por cá...são poucas as OPV realizadas nas últimas duas décadas que estão acima do valor de colocação, mas, pior que isso, muitas delas estão com quedas acima dos 90% em relação ao valor de colocação, o que, na prática representa quase o mesmo que a empresa falir, para quem investiu nessas empresas desde o início. Não me lembro de nenhum caso em que os investidores estejam a ganhar muito em relação ao preço de colocação. Se os houvesse podiam servir de «contra-peso» e dar aos investidores a ideia de, escolhendo bem, poderem ter a esperança de um retorno muito forte. Como resultado, há quantos anos não temos uma OPV na bolsa portuguesa?! As últimas que me lembro de terem sido anunciadas foram canceladas por falta de investidores, sendo que a razão dada foi para «aguardar por melhores condições dos mercados».