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MensagemEnviado: 10/3/2003 16:57
por atomez
Não há já saída airosa da embrulhada. Talvez a única nesta altura fosse o Saddam demitir-se e ir para o exílio ou então um golpe de estado que o depusesse. Só assim o casus belli deixava de fazer sentido e ninguém precisava de ir até ao fim. Só que isso é mais improvável que um camelo passar pelo buraco de uma agulha...

O que se passa é que está a vir ao de cima o que a ONU de facto é, e não o que cada um gostaria que fosse. E também que o mundo já não é o que era e mudou radicalmente nos últimos 12 anos. Após a derrocada da URSS e seus satélites a ordem mundial é outra, há só uma super ou hiper potência com capacidade de actuar globalmente. Goste-se ou não, a realidade é esta.

O eixo passivista França-Alemanha-Rússia é formado por antigas potências que há 1 século eram as dominantes e não se conseguem conformar com a realidade actual em que o papel que representam é pouco mais que higiénico... com mais a China, onde há uns anos queimavam bandeiras americanas e agora são eles que as fabricam ...

C'est la vie.

re:

MensagemEnviado: 10/3/2003 16:20
por Info
Espantoso como os interesses "pessoais" se sobrepõem ao interesse mundial... Neste caso não sei se será o correcto.. seria se a guerra evitasse mais terrorismo e mais miséria ao povo iraquinao... não será se o veto de frança e rússia e tb china de "apoiarem" subrepticiamente o regime iraquiamo mantiver tudo na mesmo... porque quem vetar não veta INFELIZMENTE pelos inocentes do povo iraquinao mas sim pelos interesses económicos que estes 3 países têm no iraque.

O único que se sabe é que toda esta "brincadeira" de muitos meses está a empolar outros problemas que as economias mundiais estão a ter... e que com esta crise do petróleo e medo de investimento (por não se saber o futuro).. as ditas economias mundiais vão ter mais problemas para se colocarem no bem caminho.

Cump.

é curioso agora que falas de França /EUA

MensagemEnviado: 10/3/2003 16:15
por didi
recordam-se que o Presidente Nixon em 1971 , face ao 1º défice da balança americana desde “1871”e aos rumores de que vários países se preparavam para converter grande parte da moeda - fechou a janela do ouro.
Deixou de cumprir os acordos de Bretton Woods, pelo que os outros países também deixaram de “proteger” a moeda americana.
...
Então, os EUA iniciaram negociações com os países mais importantes para se obter uma nova solução de estabilidade cambial.

Esta proposta teve a resistência da França (apesar de terem participado em Bretton Woods e na Pool do Ouro). Pelo que exigiram um acordo bilateral ao mais alto nível , mas que não poderia ter lugar nos EUA ( presidente francês Pompidou recusava-se) nem na França ( o presidente americano Nixon não aceitava ceder), pelo que teve lugar a meio do caminho – BASE DAS LAGES – AÇORES. 13-14/12/1971

Neste encontro, o presidente francês demonstrando que a supremacia americana tinha acabado, chegou à Base das Lajes num Concorde, enquanto o presidente americano chegou no seu “simples” air force (boeing).

Este encontro bilateral ao mais alto nível, foi o culminar de uma série de negociações bilaterais generalizadas, que deram origem ao
ACORDO SMITHSONIANO Assinado em Washington, em 18/12/71.
Nessa altura discutia-se o FMI e Banco Mundial, hoje discute-se a ONU. Mas o que mais me irrita nos americanos é que as organizações internacionais só servem quando estão de acordo com os States, caso contrário são votadas ao descrédito total.
Será que é para isso que Portugal autorizou os States a usarem a base das Lages agora em 2003?

MensagemEnviado: 10/3/2003 15:59
por Ulisses Pereira
Disso não tenhas dúvida. Caso acontecesse, pelo menos a maioria da opinião pública americana ficava do lado de Mr. Bush!

Um abraço,
Ulisses

MensagemEnviado: 10/3/2003 15:56
por Flying Turtle
Solução airosa só mesmo uma: Um atentadozidto da Al-Qaeda para desfazer todas as dúvidas...

Nunca o Bush há-de ter desejado tanto que o seu arqui-inimigo Bin Laden lhe fizesse um favor.

Ou, visto de outra forma, esta pode ter sido a forma brilhante como a Administração Americana conseguiu uma garantia de que não haveria novo atentado - enquanto pairar a espada sobre Bagdad podem os americanos estar descansados!

Um abraço
FT

MensagemEnviado: 10/3/2003 15:51
por Ulisses Pereira
Estou a achar curiosos os discursos franceses e russos. Eles estão a afirmar que irão votar contra, mas qualquer um destes países está a evitar utilizar a palavra "veto". Curioso... 8-)

Um abraço,
Ulisses

MensagemEnviado: 10/3/2003 15:49
por zé povinho
soluções airosas, nesta fase é dificil.

mqas os franceses não são de fiar nestas coisas, não era a 1ª vez que à ultima hora mudavam de voto, eheheh

já do lado dos Russos, a coisa pode fiar mais fino, depende das promessas que têem.

mas pode ser sério para a Europa, e pode levar a ter que serem repensadas algumas Instituições que até agora pareciam indestrutíveis.

a seguir com muita preocupação, especialmente depois do Durão Barroso ter prometido apoio aos Americanos mesmo sem a resolução da ONU.

Continua a embrulhada diplomática

MensagemEnviado: 10/3/2003 15:11
por Ulisses Pereira
Depois da França, há cerca de uma hora, veio a Rússia afirmar que não deixará passar a proposta dos Estados Unidos nas Nações Unidas. A embrulhada diplomática continua e não vejo maneira de uma saída airosa para a mesma.

A França (Alemanha, Rússia, etc...) se os Estados Unidos avançarem para a Guerra sem autorização das Nações Unidas irá gritar a bom som e uma ofensiva deste género sem a autorização das Nações Unidas fará esse organismo perder completamente a sua autoridade. Para que existirão afinal?

Por outro lado, os Estados Unidos interpretarão o veto francês como uma ofensa (alguém se recorda de um veto no Conselho de segurança?) e as relações internacionais ficarão muito tensas.

Alguém que arranje uma solução airosa, se faz favor! :roll:

Ulisses