jornaldenegocios.pt Escreveu:Resultados de “alta qualidade” levam acções da Sonae para máximo de dois anos10 Maio 2013, 09:33 por Diogo Cavaleiro |
diogocavaleiro@negocios.ptA unidade de retalho alimentar é a “jóia” da coroa nos resultados da Sonae SGPS, na opinião dos analistas. As contas do primeiro trimestre da empresa ficaram acima do previsto e o BPI admite já rever as estimativas para todo o ano.
A Sonae apresentou resultados do primeiro trimestre que superaram aquilo que era esperado pelos analistas. As casas de investimento aplaudem os resultados e as acções estão a reagir em alta.
Superior ao esperado, o resultado líquido da empresa liderada por Paulo Azevedo (na foto) atingiu os 9 milhões de euros, mais de quatro vezes acima do período homólogo. O lucro foi “conduzido por um melhor do que esperado desempenho operacional e menos encargos financeiros do que o previsto”, de acordo com o BPI Equity Research.
A casa de investimento do BPI, banco que é o segundo maior accionista da Sonae, considera que os resultados da retalhista relativos ao primeiro trimestre do ano são “de alta qualidade”. O Caixa BI diz que são “resultados trimestrais claramente positivos para a Sonae”. Também para o BES Investimento os resultados ficaram acima das expectativas.
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) subiu 9% nos primeiros três meses do ano para se fixar nos 125 milhões de euros. Há, na opinião da equipa de analistas do BPI Equity Research, uma “forte evolução do EBITDA”, “um forte desempenho no corte de custos” e receitas “acima das expectativas”. O volume de negócios consolidado atingiu um crescimento de 1% para os 1.249 milhões de euros.
A divisão do retalho é “a jóia” da Sonae, já que foi a que apresentou, na perspectiva do BPI, uma melhor evolução. O BES Investimento também sublinha o braço de retalho alimentar que “mais uma vez, se excedeu”. Este segmento registou “vendas muito mais fortes do que as esperadas” além de também a margem de EBITDA ter ganho força. Uma "surpresa positiva", escreve o Millennium IB.
O lado negativo vem do segmento de retalho não alimentar, com as vendas a caírem 8% na análise comparável (like-for-like). Há alguma resistência, diz a casa de investimento do BCP. Já o BPI acredita que não deverão haver boas notícias este ano deste ramo de negócio.
O CaixaBI olha ainda para a dívida líquida da empresa, que resvalou 184 milhões de euros para 2,1 mil milhões. “É também de notar o sucesso da estratégia de redução de dívida adoptada, contribuindo para o controle dos custos financeiros incorridos”, considera na nota de "research" diária.
Com os resultados a surpreenderem, o BPI escreve que há margem para melhorar as previsões de resultados para todo o ano de 2013, de modo a incorporar os resultados da Sonaecom, que já tinham sido apresentados, e da divisão do retalho. Os resultados levam a casa de investimento a reiterar a recomendação de “comprar” e a manter o preço-alvo de 1 euro. O Millennium IB também antecipa alguns ajustamentos, nomeadamente devido à margem de EBITDA, que subiu para 10% no primeiro trimestre.
Acções em máximos de dois anos
O BESI, que atribui uma recomendação de “neutral” para os títulos da Sonae, espera uma “reacção positiva a este conjunto de resultados”. O que já se verificou.
Os títulos da empresa do grupo Sonae estão a subir 2,77% em bolsa para serem transaccionados por 0,779 euros, numa altura em que o índice de referência marca uma valorização em torno de 0,5%.
A Sonae SGPS já esteve a ser transaccionada nos 0,787 euros, o que corresponde à cotação mais elevada desde Maio de 2011, há dois anos.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
(Notícia actualizada às 9h40 com mais comentários de analistas)