Os analistas do BESI acreditam que a Sonae deveria comprar as posições detidas pelos investidores minoritários na Sonaecom, de modo a obter controlo da empresa e depois avançar com o "spinoff" para os accionistas da "holding".
O BESI melhorou a sua avaliação para as acções da Sonae SGPS em dois cêntimos, para 0,97 euros, mantendo a recomendação de “comprar”, realçando o “valor escondido” que a empresa oferece no negócio das telecomunicações. Os analistas acreditam que a dona da Sonaecom poderá optar no futuro por comprar as participações dos minoritários na empresa e, depois, fazer o “spinoff” da companhia para os accionistas da Sonae.
No dia em que o BESI retomou a cobertura das acções da Sonaecom com um “target” de 2,3 euros por acção, para reconhecer o valor criado pela fusão entre a Optimus e a Zon, que deverá concluir-se sem problemas de maior, os analistas subiram também a avaliação para os títulos da casa-mãe.
“Vemos a fusão planeada como outra etapa na estratégia declarada da Sonae para a evoluir de uma ‘holding’ para uma companhia de retalho”, explica o “research”, acrescentando que isto retirará o desconto de “holding” a que a empresa de Belmiro de Azevedo transacciona.
Os analistas defendem que entre as várias opções da empresa, “um dos cenários que a Sonae poderia considerar é a compra das posições minoritárias na Sonaecom e depois o ‘spinoff’ (separação) da Sonaecom, para accionistas da Sonae”.
No cenário elaborado pelo banco de investimento, os analistas argumentam que a Sonae deveria obter o controlo total do balanço e futuro fluxo de dividendos, ao que consideram um preço atractivo, de modo a depois realizar o “spinoff”.
Os analistas recordam que a Sonae já tem uma opção de compra de 20% da posição da France Telecom na Sonaecom e deveria utilizar a liquidez da operadora para adquirir os 26% dispersos em bolsa.
“Acreditamos que não há sinergias maiores entre a Sonaecom e o principal negócio de retalho da Sonae e que faria sentido para a Sonae separá-la para os seus accionistas”, realça a mesma nota. Ainda assim, os accionistas assumem que este cenário é “altamente improvável” agora, uma vez que a Efanor apenas ficaria com uma posição de 30% da Sonaecom, daí a necessidade de controlar a companhia antes de avançar com o “spinoff”.
O BESI acrescenta que “num cenário de ‘spinoff’, estimamos que a Sonae poderia potencialmente receber um dividendo especial da Sonaecom”. Realizada esta operação, a Sonae manteria apenas 50% da Sonae Sierra fora do seu negócio principal, o que lhe permitiria deixar de negociar com desconto de “holding”.
O preço-alvo do BESI confere um potencial de valorização de 36% à Sonae, com os analistas a considerarem que a empresa negoceia com “múltiplos atractivos, na medida em que esperamos uma recuperação macroeconómica gradual na Ibéria em 2014/2015”.
http://www.jornaldenegocios.pt/mercados ... talho.html