Depreciações e minoritários justificam parte da surpresa nos resultados da Sonae
22 Agosto 2013, 12:30 por Hugo Paula |
hugopaula@negocios.ptA holding liderada por Paulo Azevedo apresentou resultados semestrais que surpreenderam pela positiva nas vendas e no desempenho operacional. Ainda assim, as depreciações, amortizações e minoritários explicam grande parte do desvio entre os resultados líquidos e o estimado pelos analistas.
A Sonae SGPS apresentou os resultados do primeiro semestre com os lucros de 40 milhões de euros, que comparam com estimativas de 20 milhões de euros. O maior desvio face às estimativas foi registado no segundo trimestre, com a empresa a alcançar lucros de 31 milhões de euros, quando as previsões apontavam para 11 milhões de euros.
Os encargos com interesses minoritários diminuíram de oito para um milhão de euros, no segundo trimestre, devido ao efeito do acordo de compra de uma participação da France Telecom na Sonaecom, explicam os analistas das diferentes casas de investimento. O desvio face às estimativas foi de sete milhões de euros, referem.
As depreciações, amortizações e provisões permaneceram inalteradas nos 83 milhões de euros, ficando aquém das estimativas que apontavam para 92 milhões de euros. A rubrica contribuiu, assim, para nove milhões de euros do desvio entre os resultados estimados e os que se verificaram.
Ao nível operacional e de vendas, o desempenho também foi melhor do que esperado. As vendas permaneceram inalteradas nos 1.292 milhões de euros e o resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações cresceram 2% para 155 milhões de euros.
Para o analista do Millennium IB, João Flores, “o mercado deverá reagir positivamente aos números da Sonae já que a Sonae MC (retalho alimentar) apresentou fortes números operacionais e a Sonae SR (retalho especializados) demonstrou resiliência.”
Já o BPI afirma que os resultados apresentados aproveitam a perspectiva positiva que pode resultar da recente recuperação económica. A empresa apresenta resultados sólidos que reflectem uma postura “sensata” da empresa.
“Identificamos riscos positivos para o nosso EBITDA estimado para 2013, que pode ser maior no caso de Portugal confirmar os sinais de recuperação económica do segundo trimestre”, lê-se numa nota de análise do BPI divulgada esta quinta-feira.
Os títulos da Sonae SGPS avançam 1,41% para 0,862 euros. Um preço que justifica as recomendações de "comprar" que são atribuídas aos títulos pelo BPI e pelo Millennium IB, com preços-alvo de 1,10 e 1,15 euros, respectivamente. O Caixa BI atribui um justo valor de 0,80 euros às acções e recomenda "acumular".
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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