Caros companheiros, participantes e leitores do Caldeirão, já me tinha apercebido da realidade do desemprego do nosso País, mas isto ainda não bateu no fundo, pois hoje ouvi mais um lamento, uma cara triste de um sr que encontrei no centro de inspecções aqui na zona de Leiria.
Hoje de manhã mais uma vez como é habitual gosto de ir ao sábado de manhã como o meu W123-200D de 1977, e enquanto estava à espera de ser atendido, pois ainda há muita gente que prefere ir fazer inspecções ao sábado, estive á conversa com um sr, mais velho que eu e que conversa puxa conversa, veio ao assunto que o mesmo tá para ser despedido de uma fábrica do concelho de alcobaça, pois ele e mais 8 funcionários da empresa, vão para o desemprego com direito a 25mil euros. O referido sr, disse-me eu vou porque eles perguntaram se alguém estava interessado e "eu como lá estou à 20 anos e tou a ver o caso mal parado, é melhor sair com 25mil euros do que daqui a 6 meses por exemplo a empresa falir e ficar sem nada, e ao menos ainda tenho 4 anos de subsidio de desemprego", pois eram só para sair 4, mas vão sair 8 funcionarios d euma empresa que tem cerca de 20.
Continuando a conversa com o sr, mesmo disse-me que tem 46 anos de idade e 4 filhos, um de 27 anos, outro de 25, outro de 23 anos, mas o que mais temia era o de 16 anos, que é super inteligente e que tira médias de 19 Valores na escola, e é o que mais teme, é não poder fazer com que o mesmo continue a estudar, pois o filho quer escolher medicina.
Apanhei logo, daí o sr talvez quer segurar os cerca de 25 mil euros e vir para o fundo de desemprego, pois não é certamente com o ordenado de cerca de 900 euros mensais que o mesmo tinha que facilmente junta os 25 mil euros.
Notei qu eo sr, proferia aquelas palavras, e ao mesmo tempo sentia, magoa, revolta, sei lá angustia, por mesmo dizer não esperar que os 46 anos tivesse nesta situação, ter sido encostado à parede, do estilo ou vais agora embora, ou podes ficar, mas não te garantimos um centimo sequer, pois a empresa tem o problema de muitas, os clientes devem-lhe e depois torna-se complicado.
Quis deixar aqui este relato, e penso que ainda a procissão ainda não saiu da igreja, pois isto ainda não acabou.
Quantas situações não existem identicas por este País fora,(escrevo País com letra grande pois ainda tenho esperança).
O sr Ministro das Finanças ao dizer que a crise já passou, ou que o pior já passou, ou que vamos recuperar depressa, mais parece o ex-ministro da informação iraquiano, que há uns anos em que o mesmo dizia que as tropas aliadas não estavam em bagdad e quase as bombas lhe caiam em cima, nas reportagens que mesmo dava na televisão.
Assim parece o nosso ministro,a liás todo o governo, que está em desnorte completo.
PS: há esqueceu-me de dizer o meu velho mercedolas, passou com a folha limpinha, como sempre.
