Galp corta investimentos em 900 milhões de euros até 2013 (act.)
A Galp Energia vai cortar investimentos no valor de 900 milhões de euros, entre 2009 e 2013, anunciou hoje a empresa na apresentação da Estratégia de Financiamento até 2013. Com as medidas reveladas a companhia evita assim a necessidade de recorrer a um aumento de capital.
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Maria João Soares
mjsoares@negocios.pt
A Galp Energia vai cortar investimentos no valor de 900 milhões de euros, entre 2009 e 2013, anunciou hoje a empresa na apresentação da Estratégia de Financiamento até 2013. Com as medidas reveladas, a companhia evita a necessidade de recorrer a um aumento de capital.
A Galp Energia anunciou hoje um conjunto de decisões tomadas com o objectivo de “manter uma forte estrutura de capital e continuar a executar os projectos de transformação”.
Nesse sentido, a empresa decidiu cortar o plano de investimentos previsto para 2009-2013, em 900 milhões de euros, para 4,3 mil milhões de euros.
O corte de investimentos não vai afectar a área de exploração e produção, cujos projectos não sofrem qualquer alteração, com o investimento planeado a manter-se nos 1,9 mil milhões de euros previstos no plano de negócios anterior.
É aliás o elevado plano de investimento na exploração de petróleo, sobretudo no Brasil, que obrigou a empresa a desenhar um novo plano de financiamento, que foi centrado no corte de investimentos e de dividendos. A alternativa passava por efectuar um aumento de capital.
Na área de refinação e marketing (produção e venda de combustíveis), o investimento previsto diminui de 2,2 mil milhões de euros para 2 mil milhões.
O negócio do gás é o que sofre maior quebra. De 1,1 mil milhões de euros, o investimento previsto passou para 400 milhões.
O corte no valor do “capex” implica o cancelamento de algumas aquisições no negócio de distribuição de gás natural, a reprogramação/redifinição de projectos sobretudo na área de refinação/distribuição e biodiesel, segundo a Galp.
Além disso, a empresa liderada por Ferreira de Oliveira revela que vai avançar com uma parceria para a partilha do projecto da Central de Ciclo Combinado e que os projectos de CCGT e eólico serão financiados em “project finance”.
Além da redução do "capex", a Galp vai avançar também com um programa de eficiência de custos que deverá permitir cortes no valor de 125 milhões de euros e com a revisão da política de dividendos que terá um impacto de 500 milhões de euros nos gastos da empresa.
No total, as medidas anunciadas hoje pela Galp deverão permitir à empresa reduzir a saída de dinheiro em 1,2 mil milhões de euros. No âmbito deste plano, a empresa reduziu também a remuneração aos accionistas em 500 milhões de euros.