Galp Energia cai 3% após apresentar resultados "neutrais"
10 Fevereiro 2012 | 10:21
Hugo Paula -
hugopaula@negocios.pt
As acções da petrolífera liderada por Ferreira de Oliveira chegaram a cair 3% esta manhã, apesar de ter divulgado uma quebra menor do que era antecipado pelos analistas.
Os títulos da Galp Energia deprecia 2,42% para 12,675 euros por acção e já chegaram a declinar 3,00% para 12,60 euros. Isto depois de a petrolífera ter dado conta de um resultado líquido de 251 milhões de euros em 2011, caindo menos do que esperado pelos analistas face ao ano anterior.
Os lucros da Galp Energia caíram 17,9% no passado face ao anterior, mas a sua deterioração foi inferior ao esperado pelos analistas, que antecipavam uma quebra de 22% para 238 milhões de euros.
Para o BPI, os resultados têm um impacto “neutral tendo em conta as expectativas revistas em baixa”, apesar de salientar que os resultados do quarto trimestre ficaram acima do antecipado pelo consenso dos analistas.
No quarto trimestre, a Galp Energia viu os lucros crescerem 97% em termos homólogos, saldando-se em 79 milhões de euros, graças ao contributo “mais alto da exploração e produção” de petróleo e de uma inversão das depreciações “mais forte” do que esperado. A unidade de electricidade e gás natural também contribuiu positivamente, refere a nota de análise.
O banco de investimento refere que os resultados da reconversão da refinaria de Sines são esperados “apenas a partir do final do segundo trimestre, mais um atraso que até está em linha com as nossas estimativas revistas na nossa última nota de análise.”
Além disso, o BPI Equity Research estima que as acções da Galp Energia negoceiam com um valor implícito de 2,8 dólares por barril, “a desconto face aos 3,9 dólares pr barril implícitos no aumento de capital”, diz a nota de análise a que o Negócios teve acesso.
“As acções continuam baratas depois da recente reavaliação, apesar do contexto adverso no [mercado de] combustível ibérico e de o atraso no projecto de reconversão não contribuir para reduzir a diferença” o valor das acções e o valor da avaliação do BPI.
O preço-alvo do BPI para a Galp Energia é de 18,40 euros por acção, o que confere um potencial de valorização de 46,8% às acções e justifica a recomendação de “comprar”.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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Galp prevê aumentar produção para 22 mil barris de petróleo por dia
10 Fevereiro 2012 | 12:28
Hugo Paula -
hugopaula@negocios.pt
A petrolífera portuguesa divulgou esta manhã as suas perspectivas de curto prazo, onde prevê que a produção de petróleo continue a aumentar e adianta que a margem de refinação deverá recuperar.
No primeiro trimestre deste ano, a petrolífera antecipa atingir a produção média “working interest” de 22 mil barris de petróleo por dia e, para isso, conta com o contributo do Brasil, anunciou hoje em apresentação enviada à CMVM.
A meta de produção que compara com a produção média “working interest” de 20,8 mil barris por dia, no ano passado. A produção foi de 7,6 milhões de barris no ano e, no quarto trimestre, a produção média foi de 21,6 mil barris por dia ou de dois milhões de barris.
O crescimento deveu-se ao “crescimento da produção do Brasil” que “mais do que compensou a deterioração da produção em Angola, onde os campos em exploração estão numa fase mais avançada de maturidade”, explicam o comunicado dos resultados da Galp Energia.
Para a petrolífera, “a margem de refinação vai recuperar do nível do quarto trimestre de 2011”, período em que a Galp teve uma margem nula. De referir que na Europa as margens de refinação foram negativas, de -0,6 dólares por barril para a “cracking” de Roterdão e -1,0 dólar por barril para a “hydroskimming”.
Já os volumes do negócio da distribuição deverão “continuar a sofrer o impacto do ambiente económico” sombrio da Península Ibérica. Os volumes de venda de gás natural, por seu turno, continuarão a ser impulsionados pela área de “trading”.
Negócio com a Sinopec permitirá rácio de endividamento inferior a 20% do activo
Ainda no primeiro trimestre, a petrolífera pretende fechar o negócio com a Sinopec, a quem vendeu uma participação na subsidiaria que a Galp detém no Brasil. Um negócio que lhe permitirá reduzir o endividamento de forma drástica.
Actualmente, a Galp Energia tem um rácio de dívida face aos activos de 119%, que supera amplamente o rácio de 31% das suas pares, segundo a própria petrolífera. No entanto, se fosse incorporado o impacto da operação nas contas relativas a 31 de Dezembro, a Galp teria um rácio inferior a 20%, bastante inferior à média do sector.
“As entradas em espécie permitem o desenvolvimento de projectos de exploração”, refere a apresentação que se encontra no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A Galp resolverá, assim, as suas “necessidades de financiamento num ambiente de mercado desafiante”, salienta.
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