Dinheiro Vivo Escreveu:Nova equipa na Galp. "Vender gasolina já não é o mais importante"O negócio da Galp Energia está a mudar. Vender combustíveis "já não é o mais importante para nós", garante o presidente executivo da empresa, Manuel Ferreira de Oliveira.
O filão é a exploração e produção de petróleo e gás, "que é agora a principal atividade da empresa" e a que mais cresceu no início deste ano, precisamente 53%.Neste negócio, a Galp está sobretudo focada no petróleo no Brasil e em Angola (onde tem uma parceria com a Chevron) e no gás em Moçambique, operações que exigem, contudo, elevados investimentos de longo prazo - 3,5 mil milhões até 2015, segundo o novo plano estratégico da empresa.
Atento a estas exigências, Américo Amorim, chairman da Galp e desde a passada sexta-feira o maior acionista, com 36% do capital, mudou a equipa. Dois dos reforços, Stephen Whyte (que fica com a exploração de petróleo) e Carlos Costa Pina (nos biocombustíveis), já tinham entrado em abril, na mesma altura que Américo Amorim se sentou na cadeira de presidente.
Esta semana, na sequência da saída da italiana Eni do acordo parassocial de acionistas e da renúncia dos dois administradores executivos que a representavam, foram nomeados Luís Palha da Silva, para o cargo de vice-presidente executivo, e Filipe Silva, como administrador financeiro.
Juntamente com Carlos Gomes da Silva, que transita da administração anterior, está assim composta a nova equipa, que tem mandato até 2014. "Temos finalmente a equipa reunida e pronta para enfrentar a nova etapa, estimulante e cheia de desafios, que se prolongará pelos próximos dez anos, até atingirmos uma produção de 300 mil barris por dia, que é quase um objetivo obsessivo nosso", disse Ferreira de Oliveira, alertando, no entanto, que não estava "a desqualificar a equipa anterior".
Nova comissão para acompanhar exterior
A saída da Eni obriga a que todos os representantes da empresa italiana, executivos e não executivos, saiam da administração da Galp. Assim, além dos dois elementos executivos que já renunciaram ao cargo, abandonaram também a empresa dois membros não executivos, para os quais a Galp já encontrou substitutos de peso.
São eles Sérgio Gabrielli de Andrade, ex-presidente da brasileira Petrobras, e Abdul Ozman, ex-ministro das Finanças moçambicano que anunciou ontem o CEO da empresa, vão também integrar a recém--criada comissão de aconselhamento da política internacional.
Esta entidade será ainda composta por Américo Amorim e Baptista Sumbe, administrador não executivo da Galp, representante da Sonangol (que é acionista através da Amorim Energia) e responsável pelos investimentos no estrangeiro da empresa angolana. O trabalho desta comissão será acompanhar as atividades da Galp nos principais mercados no exterior: Brasil, Moçambique e Angola, países onde a maior área de intervenção é a exploração e produção de petróleo e gás.
Mais de 50% dos negócios já vêm de fora de PortugalOs negócios da Galp no exterior pesaram, no semestre, 250 milhões de euros nos resultados e 50% no EBITDA. O maior crescimento foi na área de exploração de petróleo, seguido do gás e eletricidade, negócios que suportaram o crescimento de 31% no EBITDA, para 481 milhões, e a subida de 57% nos lucros, para 178 milhões.
"As pessoas vão ouvir estes resultados e reclamar, mas este crescimento vem de fora do país. Quem me dera que viesse de Portugal", disse, explicando que
o negócio de venda de combustíveis em Portugal foi o que mostrou o pior desempenho do semestre, com quebras de 9% nas vendas.
"Os consumos estão de rastos e as vendas nas autoestradas são desastrosas por causa da redução de tráfego. E a recuperação não vai ser rápida, mas vamos ter de aguentar", rematou Ferreira de Oliveira.
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