rsacramento Escreveu: muitas das análises que por aqui aparecem não fazem o menor sentido se não levarmos em linha de conta o horizonte temporal do negócio
Meu Caro rsacramento,
Absolutamente de acordo. E a pergunta que eu faço e que se impõe é a seguinte: quem tem razão?
Já o escrevi AQUI neste forum: a Análise Técnica (AT) até pode funcionar em mercados maduros, malgré tout, com todos os cuidados e reticências inerentes ao comportamento humano e aos eventos imprevisíveis. Mas não funciona no PSI 20. Por razões óbvias que me escuso de enumerar.
Quem esquece isso está a ter um comportamento altamente suicidário, quando investe na bolsa portuguesa.
Mas é bom que se diga em abono da verdade que não devemos ignorar completamente a AT. E porquê? Se uma grande parte dos intervenientes (muito activos) no mercado se guia pelas tendências ou supostas tendências da AT e actuam de acordo com elas, é óbvio que essas tendências acabam por se reflectir nas cotações. É apenas um corolário da Teoria dos Jogos ou da Sabedoria das Multidões.
Tenho para mim que um bom gestor é aquele que tenta adivinhar as tendências do futuro e toma decisões de acordo com essas tendências. Por isso, admirava o Bava, quando começou a investir em força na fibra óptica, e admiro o Mexia, quando decidiu investir nas renováveis. A EDP sem as renováveis seria uma empresa irrelevante. E é por isso que acho que o CEO da NOS é uma autêntica abécula.
Ainda há pouco tempo falei da NVG e do mau momento da NVG à conta do grande investimento feito no papel de escrita. Mas a pasta de papel (polpa) tem futuro, um futuro risonho. Quanto a mim vai ser uma matéria prima, incontornável, no sector das
embalagens, nos
descartáveis à base de tissue e igualmente na
indústria têxtil. Dizem, hoje em dia, do plástico o que nem Maomé ousou dizer do toucinho. Pelo que não me admiraria nada que a pasta solúvel de papel (DWP) venha a ter grande procura no futuro pelos produtores de filamentos de viscose em substituição das fibras de plástico (poliamidas e poliésteres) ainda muito usadas na indústria têxtil.
A empresa nacional melhor preparada para fazer esta reconversão é sem dúvida nenhuma a ALTRI, que vende quase metade da sua polpa de papel para as indústrias de TISSUE, um quarto para a indústria gráfica e cerca de outro quarto para a indústria de papel de escrita.
Julgo ser a única empresa portuguesa que produz pasta solúvel (DWP). Mas não tenho a certeza.
Um abraço e bons negócios. Sempre.