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é isso mesmo...

MensagemEnviado: 2/3/2003 20:36
por djovarius
... amigo Cochim,
o Galo no Recife continua a bater o recorde.
E quanto ao bloco do Olodum está neste momento a passar em Salvador no Campo Grande, directo na Band. É uma loucura para o pessoal, tanto quem comprou o abadá quanto os pipocas...
outra coisa que o meu amigo deve conhecer, passou na TV também... o baile do vermelho e preto no Rio... sem comentários. Urraa

Bom Carnaval para todos
dj

Oi, Djovarius

MensagemEnviado: 2/3/2003 19:18
por Cochim
Essa ultima parte da sua crónica é para arrasar o pessoal cá do burgo,
1 milhão já pula em Salvador

Aquela praça Carmo Pais (é isto não é) é demais, em 1995, desfilei no bloco do Olodum, com a murtalha(farda) que ainda hoje guardo religiosamente, numa homenagem ao Grande escritor Jorge Amado, do bairro do Pelourinho.
Foi um bloco estrondoso, com 15.000 figurantes, com uma coreografia, bonita demais :) e um refrão,

Olha á cara dele
É tudo gente boa, você não vem á toa
Pelourinho assim, sim
Pelourinho assim, não
bla bla..

Desculpa o desabafo, mas é nestas alturas que vêm as recordações inesqueciveis da vida, passadas no Brasil.

Não lhe roubo mais tempo, o samba está aí e não é de perder, concerteza
O Maior espectaculo do Mundo.
Não sei se ainda continua no record do guiness, mas em 1995 , o Galo da Madrugada,(agrupamento de todos os Trio Eléctrico) em Recife, era detentor desse record, maior nº de pessoas reunidas em festa.

Diverta-se
até xá
cochim

AmLat - Resumo da semana

MensagemEnviado: 28/2/2003 21:27
por djovarius
Olá tudo bem? Espero que todos tenham feito excelentes negócios na semana, pelo menos a Pata-Hari deve ter feito um “trade” genial... :lol:

E nós por cá, temos alguns eventos, sem grandes surpresas.
Começando pela Venezuela, enquanto o Presidente Chávez se regozija pelo regresso à “normalidade”, especialmente no sector petrolífero (tentando desesperadamente aproveitar os altos preços do crude), muitos analistas apontam para a possibilidade de calote na dívida pública. Os próximos meses serão decisivos. Se o PIB continuar em forte queda, bem como as receitas do Estado, não deverá a Venezuela ter outra hipótese que não seja, no mínimo, pedir uma moratória. Isso seria, depois do “default” Argentino, um golpe profundo que deixaria o continente numa certa depressão (a que nem o Brasil escaparia) com evidentes reflexos nos EUA e no sistema financeiro internacional. Os Bancos norte-americanos já perderam muito na Argentina, por isso todo o cuidado é pouco.
Enquanto tudo isto é mera especulação, a Economia real sofre com os efeitos do bloqueio cambial decretado pelo Governo para conter a desvalorização da moeda. Às vezes, o remédio é pior que a doença. Exemplos: a Pepsi Cola, tem refrigerante suficiente para abastecer o mercado, mas está sem latas e garrafas para distribuir os produtos; a Ford Motors tem mantidos fechadas algumas unidades de montagem devido à falta de certos componentes. Mas como não se fazem omeletes sem ovos...

No Brasil, há quem esteja de olho novamente no mercado do Ouro. O aumento dos preços no mercado internacional faz com muitos voltem a sonhar com o Eldorado. A Serra Pelada, no Estado do Pará, era um desses locais que atraíam garimpeiros buscando a sua sorte e fortuna. A maioria nem ganha para comer. O absurdo da questão é que existe um estudo fiável da Companhia do Vale do Rio Doce que aponta, só num lago da região, para a existência de uma grande jazida subterrânea que, na pior das hipóteses, representaria cerca de 150 toneladas de Ouro.... por isso, é só fazer as contas...
Do sonho à realidade, o “resumo da semana” apontava para números finais do PIB brasileiro em torno de + 1,5% (2002) e assim foi. Um número confirmado esta semana, um crescimento anémico que só não deu em recessão graças à dinâmica da procura externa. Internamente, não há dinheiro ou crédito abundante para relançar o consumo e o investimento em massa. Por isso, o desemprego de Janeiro quedou-se em 11,2% contra 10,5% em Dezembro. Foi o pior Janeiro desde 1995, o que é sintomático. A inflação mantém-se em 2% ao mês, mas há sinais de queda, só contrariados pela subida do crude. Os títulos da dívida pública sobem, aos poucos o crédito estrangeiro retorna, porém com limitações... será culpa do Iraque? O que está bom mesmo, é a produção agrícola, confirmando que a actual crise é urbana e não rural. Espera-se um novo recorde histórico de produção de grãos – 112 milhões de toneladas, das quais metade é soja. A agricultura em geral vive dias positivos.
E os telefones fixos por todo o país vão sofrer este ano um reajuste (aumento) tarifário de 34%, muito acima da inflação. Ao contrário dos telefones celulares, este negócio da rede fixa é monopolista na maioria das regiões. O Estado privatizou, mas o monopólio foi ficando, razão pela qual ninguém pode fugir ao aumento. O consumidor só se defende usando menos o telefone. A Anatel, agência reguladora aprovou estes números e o Governo Lula ficou com “os cabelos em pé”. O ministro da tutela defende agora o fim dos aumentos indexados ao dólar e quer renegociar contratos, ou pelo menos, quando estes forem renovados, a meio da presente década, mudar o jogo. A Telefónica e outras que se cuidem...

Aumentar os preços exageradamente não impede a crise do sector energético. Nalguns casos, fala-se mesmo de colapso. Na década de 90, os Governos decidiram privatizar quer a produção quer a distribuição de energia eléctrica. A questão é que o Estado sabia que o sector necessitava de fortes investimentos para maximizar o sistema e torná-lo rentável. Não o tendo feito por falta de meios, confiou na privatização das empresas como forma de resolver os problemas. E a verdade é que algo foi feito por estas. Isso não impediu o famoso “apagão” de 2001, o racionamento de energia que marcou o avanço da crise económica. O racionamento mostrou que teria sido necessário investir em mais centrais hidroeléctricas e sobretudo nas redes de transporte. Caso elas existissem em ligação à Argentina, nunca teriam ocorrido problemas. Por sua vez, as empresas que investiram no país, fizeram um plano de investimentos que implicou em pedidos de empréstimo no exterior, obviamente, em dólares, sendo que as receitas no país são em reais. Quando o Brasil vivia no “conto de fadas” em que um real valia um dólar, tudo estava bem. Mas desde 1999 até agora, a situação degradou-se e as receitas, mesmo mais elevadas em reais, tiveram um forte queda em dólar, o que causou dificuldades de tesouraria às empresas. Para pagar aos credores, as empresas têm dificuldades em honrar os compromissos com o governo Federal. Hoje mesmo esperava-se que a americana AES, que tem a maior distribuidora, a Eletropaulo, desse um calote ao governo, cerca de 300 milhões de reais, mas o mais provável é que o problema seja adiado... entretanto, o governo já disse que não pretende voltar a nacionalizar empresas do sector, até porque não tem meios para assumir perdas e realizar investimentos. Conclusão: esperar pelas cenas dos próximos capítulos, ressaltando que o sector eléctrico é um problema grave por aqui, mesmo aumentando tarifas ao consumidor, como acontecerá este ano, na ordem dos 27 – 30%. A EDP que se cuide...

Uma referência para a EZ-Trade, sociedade do grupo Pararede que encerra agora a sua actividade operacional no Brasil, mantendo porém uma ligação a este mercado onde produziu soluções informáticas muito interessantes para as principais empresas de retalho alimentar. Mais um adeus português...

E os mercados financeiros continuam ao ritmo do verão, São Paulo seguindo Nova York quase na perfeição, à espera da guerra. Da guerra? Aqui não, aqui à espera do samba que vai rolar solto nestes dias de Carnaval. Os mercados só retornam na próxima quarta-feira e até lá, vamos de novo da realidade ao sonho... vai ser só samba, calor e animação. Até o Rio de Janeiro será seguro para os turistas graças ao Exército, enviado por Lula, para acalmar a onda de violência. A esta hora, em Salvador, um milhão de pessoas já pulam...


Ficam os câmbios médios indicativos do Real – hoje, sexta-feira e do BOVESPA (números prov.)

IBOVESPA – 10.215 pts – o índice desceu 0,8% na semana (e já perde mais de 9% no ano. Quedas de Telecoms. Melhor estão os Bancos e “utilities”)
US$ 1 = R$ 3,57 – o dólar desceu 1,4% na semana (estável nos primeiros 2 meses do ano)
€ 1 = R$ 3,85 – o Euro desceu 1,1% na semana
Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,74 aprox.

Até à próxima

Um quente abraço Carnavalesco

dj