Euribor a seis meses cai abaixo dos 0,4%
24 Outubro 2012 | 11:09
Rita Dias Baltazar -
rbaltazar@negocios.pt
As taxas interbancárias tocam valores nunca antes vistos, nas principais maturidades, na sessão desta quarta-feira. O indexante a seis meses quebrou a barreira dos 0,4% depois de 17 sessões sem subir.
A Euribor a seis meses recuou 0,3 pontos base para 0,399 pontos quebrando a barreira dos 0,4% e afastando-se, cada vez mais, da taxa de juro de referência da Zona Euro que se mantém nos 0,75%. Com a queda deste indexante, por ser o mais utilizado no crédito à habitação em Portugal, beneficiam as famílias que possuem este tipo de empréstimo bancário e que vêem assim diminuir os encargos mensais. Diminuem, por outro lado, as remunerações dos depósitos bancários.
O indexante a três meses, a cair pela segunda sessão consecutiva, depois de se ter mantido inalterado uma sessão, cedeu 0,1 pontos base para 0,202%.
Nas maturidades mais longas a taxa interbancária mantém também esta tendência de descida. A Euribor a nove meses perdeu 0,2 pontos base para 0,519% e a mesma taxa a 12 meses desceu 0,4 pontos base para 0,634%.
Para o prazo de um mês a taxa interbancária mantém-se inalterada, pela quarta sessão consecutiva, nos 0,110%.
A pressionar as taxas interbancárias desde o final de 2011 tem estado a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). As Euribor são as taxas a que os bancos estão dispostos a emprestar dinheiro a outro banco dentro da Zona Euro. Ao cortar progressivamente o preço do dinheiro para os actuais 0,75% a autoridade monetária tem contribuído para esta tendência de descida.
Outras medidas têm acompanhado esta como as injecções de liquidez no mercado que efectuou através de financiamentos ilimitados a baixo custo e de longo prazo, a autoridade monetária aliviou a pressão da banca.
A contribuir para esta tendência das Euribor é a descida para -0,25% da taxa de depósitos paga pelo BCE. Isto significa que os bancos que depositarem dinheiro em Frankfurt terão de pagar uma taxa de juro para o fazer. Esta medida surge como forma de dinamizar o mercado financeiro, tentando incentivar as entidades financeiras a depositarem o dinheiro noutras instituições, sendo esta uma forma de financiamento dos bancos.