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Caldeirão da Bolsa

Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminente..

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminen

por AS_terix » 24/9/2013 20:37

Pata hari agora, está na " moda" o BANIF" :shock: ou não, EXISTE PERIGO !!!??? :shame:



Pata-Hari Escreveu:O short selling tem como objectivo apostar na queda das acções e não na subida. O facto de se pedir emprestadas as acções não faz o preço cair, quanto muito aumenta a liquidez das mesmas porque há maior interesse na transação das mesmas.
olá ! não arrisquem, mais de 40% da liquidez, em Bolsa (dá stress)! Pois,
nascemos pobres e nus e morreremos pobres e vestidos!!! sDq
 
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Re: Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminen

por Sr_SNiper » 24/9/2013 16:48

Pata-Hari Escreveu:O short selling tem como objectivo apostar na queda das acções e não na subida. O facto de se pedir emprestadas as acções não faz o preço cair, quanto muito aumenta a liquidez das mesmas porque há maior interesse na transação das mesmas.

Exato, mas e o naked short selling? Não pedes a ninguém emprestado e vendes na mesma
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Re: Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminen

por Pata-Hari » 24/9/2013 16:24

O short selling tem como objectivo apostar na queda das acções e não na subida. O facto de se pedir emprestadas as acções não faz o preço cair, quanto muito aumenta a liquidez das mesmas porque há maior interesse na transação das mesmas.
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Re: Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminen

por seinada » 24/9/2013 16:23

Short Selling/ Naked Short Selling: Venda curta e venda curta a descoberto sem garantia. O short-selling tem um objetivo: desvalorizar um determinado bem (ação ou título). A versão "a descoberto" só é possível graças aos buracos na legislação. Imagine o leitor tem uma empresa, que vale 100 euros por ação. Alguém pretende comprar ações por metade do preço. Manda vender, sem comprar e o preço vem por aí abaixo. Foi isso que se passou com a cotação de vários bancos, como o Lehman Brothers.

Ler mais: http://visao.sapo.pt/bancocracia-a-verd ... z2fp8MbLJG

Afinal, na parte referente ao glossário, eles escrevem que a culpa de uma cotação descer, é dos curtos, esses especuladores. Os especialistas do Caldeirão, referem que não existe correlação. Em que ficamos?
A entrevista não me traz novidades, mas infelizmente não serve absolutamente de nada. Os criminosos continuam a estar à solta.
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Re: Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminen

por lmg_202 » 24/9/2013 14:35

Está tudo correto. Como foi agora pouco adianta
O problema é que ninguém conseguiu parar esse escândalo do Bpn. E quem paga somos nós.
Seria desejável que um politico, governante etc tivesse influência, poder e decisão para bloquear o funcionamento do Bpn.
O Tribunal de Contas emitiu recomendações...foi apenas isso
 
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Re: Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminen

por mais_um » 24/9/2013 14:18

Bancocracia: A verdadeira história da crise bancária portuguesa
As conversas, reuniões e pressões dos banqueiros portugueses, nos dias "negros" de setembro de 2008, há cinco anos, quando o Lehman Brothers faliu, e 40% da riqueza mundial "desapareceu". Desde então, pouco ou nada mudou. Exceto, claro, nas nossas vidas...

Paulo Pena (texto publicado na VISÃO 1072, de 19 de setembro)
10:48 Terça feira, 24 de Setembro de 2013

LEIA AQUI AS ENTREVISTAS

Nuno Teles, economista, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro quando a crise financeira rebentou


Por estes dias, o nome de Vítor Constâncio, vice-presidente do BCE, circula em Bruxelas e Frankfurt como "um dos nomes mais fortes" para encabeçar o Mecanismo Único de Supervisão da Banca europeia, aprovado na quinta-feira, 12, em Estrasburgo. Segundo deputados da Comissão de Economia do Parlamento Europeu, Constâncio é mesmo o candidato principal a este cargo, uma das principais novidades, provocadas pela crise de 2008.
Na quarta-feira da semana passada, 11, outras memórias da crise regressaram ao noticiário.

O BCP, o BPN e o BPP estão entregues aos tribunais. A lista é fastidiosa: Oliveira e Costa, Dias Loureiro e vários ex-responsáveis do BPN, Jardim Gonçalves e cinco ex-administradores do BCP, João Rendeiro e vários ex-administradores do BPP. Nenhum foi condenado, embora todos tenham sido acusados e tenham contra si infindáveis páginas de processos do Banco de Portugal (BdP) e da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Há cinco anos, tudo era diferente.

No início de agosto de 2008, as cinco estrelas do Lake Resort, em Vilamoura, eram poucas para dividir pelas figuras da alta finança que ali comemoravam. O aniversário de Paula Caetano, mulher de Horácio Roque, o homem-forte do Banif, juntou muitos improváveis parceiros de brinde. A festa parece, a esta distância, o fim de uma era.

Américo Amorim, o acionista do BIC, de capitais luso-angolanos, que viria a comprar o BPN, convivia com Alípio Dias. Este, ex-administrador do BCP, acabara de perder a guerra pelo controlo do banco para, entre outros, os capitais angolanos da Sonangol. Lado a lado (e a receber efusivos "beijinhos", segundo uma nota do Expresso), Alípio e Joe Berardo, o acionista que liderou a campanha contra Jardim Gonçalves e deitou por terra o valor das ações do BCP. Nessa guerra pelo BCP, João Rendeiro, homem forte do BPP, era aliado de Berardo. Contra Alípio Dias que tinha, em tempos, tentado evitar que o BPP abrisse as portas. Todos juntos, celebravam.

Faltava um mês e meio para a falência do Lehman Brothers.

O clima internacional era sombrio, havia, pelo menos, um ano, com as notícias ainda que difusas das complicações no mercado hipotecário norte-americano. A economia estava estagnada. As taxas de juro subiam.

Os preços das matérias-primas disparavam. Eram sinais de perigo.

Portugal e as Seychelles
Em Portugal, os tempos ainda não eram difíceis para a banca, que valia cerca de três vezes mais que a economia do País.

"O setor financeiro, sobretudo a banca, é sem dúvida o mais poderoso da economia portuguesa, e tutela a política económica", explica Nuno Teles, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Nuno apresentou, na passada quinta-feira, em Londres, a sua tese de doutoramento sobre "financeirização da economia".

Esse poder aumentou, graças à moeda única europeia: "O setor financeiro nacional teve a oportunidade de se endividar no exterior, de forma quase ilimitada, a preços muito baixos. Contudo, aliado à tradicional falta de competitividade da nossa indústria, a banca optou por colocar todo este capital disponível em setores onde o seu lucro estava garantido, nomeadamente a construção e imobiliário. A banca financiava o construtor e, em seguida, financiava o comprador, ficando com o imóvel como garantia." O resultado foi um endividamento líquido recorde ao exterior, apenas ultrapassado pelo das Seychelles.

A indústria transformadora recebia 40% do crédito bancário destinado a empresas, em meados dos anos noventa. Na nossa década, esse valor caiu para metade, "em torno dos 20%", conclui Teles. Além do crédito com "lucro garantido", a banca apostou na área do "rentismo" (rent-seeking), nas palavras de Joseph Stiglitz, o ex-coordenador da equipa de assessores económicos de Clinton, e prémio Nobel da Economia. São rendimentos de "rendas" garantidas pelo Estado, como as PPP, em Portugal.

E é assim que a crise de Wall Street tem um elo com a crise portuguesa. Os credores da banca portuguesa eram, em grande medida, os mesmos do falido mercado hipotecário norte-americano: os grandes bancos do Norte da Europa.

Um brinde com 'mimosas'
O problema desta crise começa na própria linguagem. A finança tem uma língua própria (ver A novilíngua da crise) e movimenta números que, para qualquer cidadão, são meras abstrações. A complexidade das operações bancárias, que estão na origem da crise que ainda vivemos, é entediante. Tudo isso faz com que, ainda hoje, cinco anos depois, seja difícil responder à pergunta mais simples: o que se passou? 16 de março de 2008. O Bear Sterns, 5.º maior banco americano, foi "salvo" in extremis, da falência. O seu rival JP Morgan comprou por 2 dólares ações que valiam 172 dólares um ano antes. A Reserva Federal (Fed) comprometeu-se a "limpar" 30 mil milhões de dólares de "lixo" tóxico que infetava o balanço do banco. Numa palavra: subprime.

Na manhã desse domingo, 16, os responsáveis por alguns dos hedge-funds que apostaram contra o Bear Sterns comemoraram a derrocada do "inimigo" com um pequenoalmoço no Hotel Four Seasons de Manhattan, "fazendo brindes com mimosas [um cocktail de sumo de laranja com champanhe] preparadas com garrafas de $350 de Cristal." (Andrew Ross Sorkin, Too Big To Fail, Penguin).

Os bancos têm um poder quase divino: podem "fazer" dinheiro. A maneira mais fácil é emprestá-lo. A nossa dívida é um "ativo".

Dinheiro que, antes, não existia. No caso dos empréstimos subprime, era a galinha dos ovos de ouro: 2 000 000 000 000 de dólares. Dois biliões. Para se ter uma ideia: algumas das maiores empresas mundiais, juntas, como a Apple, a Amazon, o Google e o Facebook, valem apenas metade dessa quantia.

Os norte-americanos, mesmo aqueles que não tinham documentos, emprego ou qualquer tipo de bens, foram aliciados a contrair empréstimos avultados. Entre 2003 e 2005, pediram emprestados 3,7 biliões de dólares.

Mais ou menos o mesmo montante que foi acumulado nos EUA, em poupanças, nos últimos 200 anos... (Matt Taibbi, Griftopia, Spiegel & Grau) Para se precaverem do risco destes estranhos empréstimos, os bancos criaram "seguros " de risco (CDS, CDO, CLO, swaps, ver glossário) que mais não fizeram do que contaminar todo o sistema bancário. Allan Greenspan, ex-governador da Fed, elogiou os bancos pela "inovação" e disse que estes produtos, que ele próprio batalhou por desregular, comportavam riscos "negligenciáveis ". As agências de rating ajudaram, dando notações altas a estas "armas de destruição maciça", como lhe chamou Warren Buffett, o multimilionário norte-americano.

Foi uma festa, enquanto durou. Os CEOs, que não percebiam bem o que os seus "quants", analistas quantitativos, faziam com estes produtos, receberam bónus gigantescos pelos lucros que não paravam de aumentar. Até que rebentou a "bolha".

Quando o mercado do subprime começou a cair, o Banco Central Europeu e a Reserva Federal americana abriram a bolsa aos bancos, para prevenir "o risco significativo de uma crise bancária", como lembra o economista grego Costas Lapavitsas, no seu livro Crisis in the Eurozone. Os bancos usaram essa "liquidez" dada pelos bancos centrais para "aumentarem os seus empréstimos aos países da periferia" na Europa. "A garantia era de que as bancarrotas na Zona Euro seriam impossíveis." (Lapavitsas) 15 de setembro de 2008. O Lehman Brothers faliu.

No dia seguinte, o Governo americano injetou os primeiros 85 mil milhões de dólares na seguradora AIG. O próprio Presidente Bush não conteve o pavor: "É suposto uma companhia de seguros fazer estas coisas?", questionou, ao ser informado do problema dos credit default swaps.

Reuniões e inconfidências
Parte desse dinheiro, pago pelos contribuintes americanos, veio diretamente para a Europa.

Os grandes bancos europeus eram os mais expostos ao subprime .

Em setembro de 2008, Portugal era um país muito diferente do que é hoje. Tinha uma dívida pública de 68%, face ao PIB, cerca de metade da que tem atualmente, passados cinco anos, quatro deles vividos em "austeridade".

A Europa decidira gastar, para mitigar o efeito recessivo da crise. O efeito combinado da política "expansionista" com a diminuição dos impostos, causada pela crise, pusera as contas públicas no vermelho.

4 da tarde, hora de Washington DC, de quinta-feira, 25 de setembro de 2008. À volta de uma mesa oval, na Casa Branca, John McCain, o candidato republicano e Barack Obama, o seu adversário democrata, sentaram-se, rodeados pelo Presidente, George W. Bush, o seu vice, Dick Chenney, e o poderoso secretário do Tesouro, Hank Paulson.

Ao seu estilo, Bush deixou uma frase para a posteridade: "Se não soltamos o dinheiro, esta porcaria pode cair ao chão." (Too Big To Fail, Penguin) Bush tentava convencer os dois partidos a aprovar o plano de Paulson, o TARP (Programa de Auxílio para Ativos Problemáticos), no valor de 700 mil milhões de dólares, uma inédita injeção de dinheiros públicos no sistema financeiro, para "limpar" das contas dos bancos o lixo "tóxico" que tinham acumulado em operações complexas e arriscadas. Houve quem chamasse a este "resgate" o "socialismo dos ricos".

Por essa altura, em Lisboa, também havia reuniões de alto nível. Vítor Constâncio mandou chamar, na terça-feira, 30 de setembro, ao Banco de Portugal (BdP), cinco banqueiros: Faria de Oliveira, da CGD, Carlos Santos Ferreira, do BCP, Fernando Ulrich, do BPI, Ricardo Salgado, do BES, e Nuno Amado, do Santander-Totta. A conversa, rigorosamente sigilosa, fora marcada a propósito da crise americana. Mas o habitualmente fleumático governador deixou escapar uma preocupação: "A situação de dois pequenos bancos portugueses." Os bancos nunca foram nomeados, mas, naquela sala, ninguém tinha dúvidas: tratavase do BPN e do BPP. Os visados souberam, rapidamente.

No sábado seguinte, 4 de outubro, uma notícia do Expresso relatava a reunião.

Miguel Cadilhe ficou indignado com esta "inconfidência". À frente do BPN desde 24 de junho de 2008, Cadilhe tentava encontrar uma solução para o banco e para a sociedade que o detinha (a SLN). E corre contra o tempo. Em quatro meses, descobre 96 offshores escondidos e um banco, o Insular, que servia para ocultar prejuízos e lucros, financiar empresas do grupo e esconder operações.

Entre os obstáculos de Cadilhe, que eram muitos, estava o receio, do BdP de um "contágio " americano a Portugal. Não pelo lado "tóxico", mas sim pela ainda mais intangível "confiança". Havia corridas aos depósitos em Inglaterra, Islândia, Irlanda, resgates multimilionários em França, na Bélgica, na Holanda, na Alemanha.

"Na carteira de ativos do BPN não havia produtos derivados. Só aplicações em créditos, depósitos e outros títulos negociáveis normais", garante à VISÃO Manuel Meira Fernandes, o administrador financeiro da equipa de Cadilhe.

A nacionalização
Nas reuniões entre Cadilhe e Constâncio, não era a bolha do subprime que causava a visível "crispação". Eram as referências, diretas de Cadilhe à quota de responsabilidade do regulador no caos que estava à vista de todos nas contas do BPN.

Aqui, os depósitos estavam a crescer, mensalmente, desde que Cadilhe e a sua administração tinham chegado. De setembro para outubro, depois do Lehman e da "inconfidência " de Constâncio, registou-se a primeira queda, de quase 300 milhões de euros. Mesmo assim, o saldo ainda superava o registado em junho desse ano, e dezembro de 2007.

A queda fez, no entanto, soar o alarme.

Pressionados por Bruxelas, os governantes queriam evitar, a todo o custo, o mínimo sinal de uma "corrida aos depósitos".

Carlos Costa Pina, na altura secretário de Estado do Tesouro, recorda: "A crise financeira contribuiu para tornar patentes, de forma mais rápida, as fragilidades do BPN. Tive a noção, a partir de julho de 2008, de que a nacionalização poderia ser inevitável. E por isso dei indicações para se começar a preparar essa eventualidade. Deveríamos procurar sempre alternativas, mas sabia que, se elas falhassem, teria que estar tudo pronto para uma decisão imediata. Não haveria, depois, tempo para estudar. Apenas para agir." No Eurogrupo, reunido de emergência, em Paris, após a falência do Lehman Brothers, havia outros motivos de preocupação: a Irlanda tinha dado uma "garantia integral sem limites" aos seus bancos, atirando o défice para uns impensáveis 32% do PIB.

No dia 2 de novembro, um domingo, estava Miguel Cadilhe em Ponte de Lima, quando recebeu uma chamada de Costa Pina. O BPN seria nacionalizado.

Teixeira dos Santos comunicou a decisão, ao lado de Constâncio, numa conferência de imprensa. Cadilhe demitiu-se. E o buraco do BPN não parou de crescer. Os depósitos, esses, caíram a pique. Mil milhões a menos, em setembro de 2009. Outros mil milhões "voaram" em 2010.

Numa coisa Meira Fernandes e Costa Pina estão de acordo: "Os problemas do BPN eram internos e prévios à falência do Lehman Brothers.

A crise financeira acelerou a sua visibilidade, que se teria verificado com ou sem falência do LB." (Costa Pina); "A crise do BPN tem uma génese própria: irregularidades e fraudes. Com ou sem Lehman Brothers, teria sempre acontecido." (Meira Fernandes).

Onde discordam é nas virtudes da solução escolhida pelo Governo. Nacionalizar foi, para Meira Fernandes, "um erro crasso" e uma "mistificação". "O balanço que faço é péssimo. A liquidez do banco agravou-se, a solvabilidade deixou de existir (o banco ficou tecnicamente falido) e a rentabilidade positiva nunca foi atingida. Quem está a suportar os custos da nacionalização, contrariamente ao então afirmado pelo ministro Teixeira dos Santos, são os contribuintes." Carlos Costa Pina admite que algo podia ter sido diferente: "No caso do BPN, não tivesse o contexto sido o que foi e talvez a nacionalização pudesse ter sido evitada, encarando-se a falência. Mas infelizmente não se escolhem os momentos em que os sinistros acontecem e, à época, a falência teria tido proporções não verificáveis noutro contexto."

O risco de tudo se repetir
Ainda havia uma segunda "banqueta" (expressão de um ex-banqueiro) em risco: o BPP. Afirma o ex-governador do Banco de Portugal, António de Sousa: "Nunca foi um banco, nem nunca deveria ter sido. Infelizmente, o Banco de Portugal não pôde evitar dar a licença que é obrigatória por lei." O BPP era 14 vezes mais pequeno que o BPN, em volume de depósitos. Por isso, em dezembro de 2008, o Governo não teve dúvidas de que seria deixado à sua sorte. O Estado avalizou 450 milhões de euros para um fundo que procurasse reaver parte dos investimentos perdidos por clientes (que garantiam ter entregue as suas poupanças como depósitos e o banco usou como investimentos de risco).

Mas o problema não estava resolvido.

Para mais quando a Zona Euro entrou, definitivamente, na espiral da crise, com os resgates à Grécia e à Irlanda, em 2010. Foram os bancos portugueses que, ficando sem liquidez nos mercados interbancários, e impedidos pelo BCE de aceder aos financiamentos com garantias, fizeram pressão no sentido da intervenção da troika. Estavam inundados de um novo tipo de "ativo tóxico": os títulos da dívida pública portuguesa (e da grega). Fizeram-no em privado, durante algum tempo, e convenceram o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e o novo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Mas precisaram de pressionar em público para convencer José Sócrates. Judite de Sousa, jornalista da TVI, convidou os banqueiros para uma série de entrevistas. Para sua surpresa, todos aceitaram, no momento. "48 horas depois, o primeiro-ministro estava a pedir ajuda financeira", contou a jornalista, numa entrevista ao Público. E observou: "Acabei por, com aquelas entrevistas, fazer parte de uma narrativa que foi meticulosamente preparada pelos banqueiros." Nos 78 mil milhões de euros do "resgate" estava incluída uma fatia de 12 mil milhões para "recapitalizar" a banca nacional, garantindo que entre 9% e 10% do dinheiro investido existisse mesmo nos cofres das instituições cumprindo os rácios de capital definidos após a crise, em Basileia. O nome do mecanismo de ajuda aos bancos é complicado Contingent Convertible Bonds. O acrónimo é surrealista: CoCos.

Usaram este financiamento quatro dos maiores bancos portugueses: o BCP, o BPI, o BANIF e a Caixa. Como contrapartida, os bancos têm de pagar juros de 7%, aceitar administradores nomeados pelo Estado e reduzir para metade os vencimentos dos seus administradores. Têm ainda de encolher.

Despedir trabalhadores, fechar balcões.

E estamos, agora, mais preparados para lidar com uma crise bancária? Nuno Teles duvida: "É difícil avaliar se estamos à beira de uma nova crise, mas é claro o quão pouco mudou na economia internacional desde a crise de 2008. Os mecanismos que deram origem à crise quase não se alteraram." Meira Fernandes, que se reformou da atividade bancária, ironiza. "Fiz um swap especulativo, na quinta-feira passada, o euromilhões: e perdi." Mais a sério, este ex-administrador financeiro garante que, hoje, o setor "vive uma crise de confiança". "Aprendemos pouco."

Onde estão os protagonistas
À escala europeia pouco passou do papel.

Nos EUA, apesar dos esforços de Paul Volcker, o ex-governador da Fed nomeado por Obama para um conselho de sábios, continua por fazer a separação entre bancos comerciais e bancos de investimento. Nenhuma das regras impostas por Roosevelt, nos anos 30, de contenção da especulação, revogadas ao longo dos anos 90, foi retomada.

O antigo responsável pelo Lehman Brothers ibérico, o espanhol Luís de Guindos, é o ministro da Economia do Governo de Madrid. Dois dos quadros portugueses do gigante falido norte-americano ocupam, hoje, posições sensíveis: João Moreira Rato é o presidente do IGCP, que gere a dívida pública portuguesa. Deixou o Lehman em julho de 2008, quando era diretor-executivo. João Quintanilha, que começou a sua carreira na equipa de derivados do Lehman Brothers, é hoje membro da consultora Stormharbour, escolhida para assessorar o IGCP na análise dos swaps das empresas públicas.

Há banqueiros no banco dos réus, em Portugal.

Pedro Vaz Serra, antigo responsável pelo extinto BPP, confessou, na quarta-feira passada, dia 11, no Tribunal de Coimbra, 12 crimes de burla e outros tantos de falsificação de documentos. Terá ficado com 731 mil euros dos clientes, que usou para fazer obras numa casa apalaçada, em Oliveira do Bairro. "Senti grandes dificuldades financeiras ", justificou-se, perante os juízes. "Foi um ato esporádico", sublinhou o seu advogado.

Em 2008, era senior adviser do BPP, com uma coluna de opinião no Jornal de Negócios, com o sugestivo título de Ética e Negócios.

Na mesma quarta-feira da semana passada, noutro tribunal, em Lisboa, o conhecido advogado Magalhães e Silva defendeu o seu cliente, Jorge Jardim Gonçalves, fundador do BCP, acusado de crimes de manipulação de mercado por transações em 21 sociedades offshore, criadas pelo BCP, para valorizar as ações do banco, na perspetiva da acusação.

Magalhães e Silva terminou a sua alegação afirmando: "Simplesmente, não é a justiça dos tabloides que se espera deste tribunal." Nos EUA, nenhum dos responsáveis pela banca foi condenado.

A crise parece ter-se transformado num gigantesco "ativo tóxico", limpo pelos biliões que os Estados gastaram. E a roleta continua a girar.



Ler mais: http://visao.sapo.pt/bancocracia-a-verd ... z2fodtoiiz
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por PC05 » 12/2/2013 13:49

'

Vamos ser roubados
11/02/13 00:09 | João Cotrim de Figueiredo


Lamento informar que todos nós vamos ser roubados num montante de 7.000 milhões de euros. Na verdade, o roubo já ocorreu mas tudo indica que nada seja feito para recuperar o dinheiro, nem para punir todos os responsáveis.

Como já devem ter percebido, falo do caso BPN, o maior e mais escandaloso caso de fraude de que há memória em Portugal. E que se encaminha para ser o maior e mais escandaloso fiasco da Justiça portuguesa.

O julgamento do caso BPN tem 16 arguidos e mais de 300 testemunhas. Teve início a 15 de Dezembro de 2010 e até hoje, passados cerca de 800 dias, houve audiências em pouco mais de 120 dias nos quais se conseguiu ouvir o estonteante número de 9 (leu bem, nove!) das 300 testemunhas. A este ritmo, uma decisão de primeira instância demorará, pelo menos, 5 anos. A que se seguirão os recursos. A que seguirão as aclarações de sentença.

Verdade seja dita, o juiz presidente, Luís Ribeiro, tem feito o possível para expeditar os procedimentos. Mas esbarra rapidamente nas manobras de dilação dos advogados de defesa e na inépcia da nossa máquina judicial. Ao longo destes dois anos o juiz já veio a público reconhecer que não tem salas para as audiências, que os 180 (!) armários de que dispõe não são suficientes para guardar as centenas de milhares de páginas do processo e, até, de que o velhinho computador portátil que lhe foi atribuído bloqueia com tal frequência que atrasa os trabalhos.

Perante este cenário, a prescrição parece mais uma certeza do que uma possibilidade. E a impunidade dos responsáveis será, de novo, uma realidade. E o que pergunto é se a gravidade dos crimes, a dimensão dos montantes em causa e as implicações políticas e morais de um falhanço do sistema judicial não justificam, neste caso, uma intervenção direta da ministra da Justiça que evite este desfecho.

Se a morosidade da Justiça pode resultar na impunidade dos responsáveis, a morosidade da investigação pode significar que não se recuperem os milhares de milhões de euros desviados em transações ilícitas, muitas das quais não registadas no balanço do BPN. Este tipo de movimento, mesmo através de ‘offshores', deixa um rasto que se torna mais difícil de seguir a cada dia que passa. E isso significa que seremos todos nós, os contribuintes, a suportar os 7.000 milhões de euros que o Estado injetou e irá injetar na Parvalorem, na Parups e na CGD. Todos nós seremos roubados pelo Oliveira e Costa e a sua pandilha.

Ao insistir nas responsabilidades que agora impendem sobre as entidades judiciais e judiciárias não pretendo branquear outras responsabilidades, igualmente graves e verdadeiramente vergonhosas, dos governos, da CMVM e, sobretudo, do Banco de Portugal ao longo deste processo. Mas também não pretendo esquecer aqueles que lutam para esclarecer este caso até ao fim.

Por isso, presto tributo ao jornalista Pedro Coelho pela recente Grande Reportagem da SIC e à determinação dos deputados nas comissões parlamentares de inquérito, em especial o notável trabalho de Nuno Melo (CDS), mas também de Honório Novo (PCP) e João Semedo (BE). E interrogo-me por que não houve igual empenhamento por parte de deputados do PSD e do PS.

João Cotrim de Figueiredo, Gestor

joao.cotrim.opiniao@gmail.com

http://economico.sapo.pt/noticias/vamos ... 62300.html
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por rnbc » 11/2/2013 21:29

Não vá alguém esquecer esta pérola, publicada 15 dias antes do estoiro :mrgreen:
Anexos
rendeiro.jpg
João Rendeiro, um banqueiro de sucesso.
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However elegant the method we should occasionally look at the results.
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por Elias » 11/2/2013 20:05

Ministério Público acusa três ex-administradores do BPP
11 Fevereiro 2013, 18:48 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

Imagem

O Ministério Público já concluiu a investigação ao caso BPP e terá já proferido despacho de acusação contra três administradores: João Rendeiro, Salvador Fezas Vital e António Paulo Guichard.

O Ministério Público encerrou a investigação e proferiu despacho de acusação contra três ex-administradores do BPP pela prática de um crime de burla qualificada em co-autoria, de acordo com uma nota publicada no site da Procuradoria Geral Distrital de Lisboa.

“Em 8 de Fevereiro, o Ministério Público encerrou a investigação e proferiu despacho de acusação num dos processos que integram o chamado Caso BPP - Banco Privado Português.

Neste inquérito, iniciado em Fevereiro de 2010 e ora encerrado, foi deduzida acusação contra três ex-administradores do BPP, pela prática de 1 crime de burla qualificada, em co-autoria”, revela a mesma fonte.

“Os factos objecto deste processo relacionam-se com uma operação de aumento de capital, realizada no veículo de investimento ‘Privado Financeiras’, em 2008, estando em causa prejuízos para cerca de uma centena de ofendidos, prejuízos até agora contabilizados em valor aproximado a 41 milhões de euros”, acrescenta a mesma fonte.

Os administradores em causa são João Rendeiro, Salvador Fezas Vital e António Paulo Guichard, que eram os únicos administradores alvo de acusações.

(Notícia em actualização)
 
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por Elias » 8/7/2012 16:05

Estado em risco de gastar mais 143 milhões com BPP
04 Julho 2012
dn.pt

A Inspeção Geral das Finanças concluiu que o Estado arrisca-se a pagarir 143 a 248,6 milhões de euros aos clientes que transferiram o dinheiro para o fundo do BPP.

O "Diário Económico" escreve que a factura deo Estado com o fim do Banco Privado Português (BPP) pode vir a somar um novo custo, de entre 142,9 e 248,6 milhões de euros. Um custo que resulta da garantia estatal concedida em 2010 aos ex-clientes do bano que transferiram os títulos que detinham em produtos de retorno absoluto para um fundo especial de investimento (FEI) fechado e de gestão passiva.
Em troca, os antigos clientes do banco receberam unidades de participação correspondentes ao montante investido nesses ativos e uma garantia do Estado. Se, no final dos quatro anos de maturidade do FEI, o fundo não render o suficiente para recuperar o investimento - e descontado o que os clientes já receberam via Sistema de Indemnização aos Investidores - o Estado assegura a diferença, em até 250 mil euros por participante.
 
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por Specialx » 30/12/2011 23:39

E quem tinha carteiras de acções ???
 
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por Elias » 30/12/2011 23:21

Clientes do BPP indemnizados já em Janeiro
Maria Ana Barroso
30/12/11 16:32
economico

3.857 clientes do antigo BPP vão finalmente receber até 25 mil euros por titular da conta de investimento.

Os clientes do falido Banco Privado Português (BPP) vão ser finalmente indemnizados pelo Sistema de Indemnização aos Investidores (SII) no mês de Janeiro, soube o Económico. A terceira semana de Janeiro é apontada como a mais provável para o pagamento das indemnizações.

Em causa estão 3.857 antigos clientes do BPP que subscreveram produtos designados de "retorno absoluto" e que receberão agora, no total, cerca de 83 milhões de euros por parte do sistema de protecção dos investidores. Cada titular de conta receberá, do SII, um montante máximo de 25 mil euros, de acordo com o que está previsto nas regras deste sistema de protecção.

Tal como adiantou recentemente o Económico, os bancos e restantes sociedades que contribuem para o SII foram notificados há cerca de duas semanas para procederem à injecção de 83 milhões de euros destinados a reembolsar os ex-clientes do BPP.

Os antigos clientes do banco vão ser parcialmente ressarcidos pelas perdas que registaram nos produtos de retorno absoluto que eram vendidos pelo BPP e que ofereciam uma garantia de capital. O SII pagará o diferencial entre o capital investido e o montante que os clientes vão recuperar através do fundo especial de investimento criado em 2010. Esse fundo tem estado a gerir as carteiras de activos em que estavam investidas as poupanças dos clientes do banco.

Até ao momento não foi ainda possível obter um comentário do próprio SII.
 
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por Elias » 21/4/2011 11:20

Câmara de Viseu tem um milhão de euros depositados no BPP
20 de Abril de 2011 | 17:22

O presidente da câmara de Viseu, Fernando Ruas, ameaçou hoje apresentar mais de um milhão de euros depositados no Banco Privado Português (BPP) como garantia de pagamento de dívidas para com o Estado.

Esta verba, mais de um milhão de euros, é o remanescente de um total de sete milhões que a câmara de Viseu, através de concurso público, depositou no BPP e não conseguiu reaver depois de um Estado ter ordenado que o setor público não pode ir buscar verbas àquela entidade bancária, que foi intervencionada.

“Tínhamos este dinheiro a reaver mas, com os problemas que o BPP atravessou, veio o ministro (das Finanças) dizer que o setor público não receberia deste banco”, lamentou o autarca de Viseu. Perante este cenário, Fernando Ruas admitiu hoje numa reunião com os presidentes de junta de freguesia do concelho apresentar aquele valor como crédito nalguma dívida para com o poder central.

Diário Digital /Lusa
 
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por pdcarrico » 22/1/2011 14:14

Cada linha que leio deste episódio faz-me lembrar o que eu passei com a falência da Refco em 2005. Naturalmente que o interlocutor que tínhamos enquanto clientes era a própria Refco, que assegurava que as nossas contas (usadas para trading cambial) e que não eram remuneradas eram tratadas como um património autónomo. A empresa da qual era cliente era a RefcoFX, uma LLC de Delaware e que pertenceria a uma holding que teria supostamente registo na NFA.

Possivelmente não iria ser ingénuo de achar que eles não pegariam nesse capital para aplicações de money market que renderiam um juro residual. Mas sempre imaginei que esse dinheiro fosse tratado como um património autónomo.

EM 2005, descobriu-se que o CEO escondia perdas milionárias numa das muitas holdings com nome Refco, essa sediada num paraíso fiscal (creio que nas ilhas Cayman). À primeira reacção quis saber as implicações e logo me garantiram que nada se passava e que a subsidiária com a qual trabalhava era absolutamente sólida e rentável. E era .. só que existem às vezes credores corporativos que têm garantias solidárias sobre todas as empresas do grupo.

Abreviando a história ... consegui levantar parte do dinheiro ... talvez porque não tenha "comprado" a ideia de que tudo iria correr bem. Passados poucos dias, as contas foram congeladas, o processo foi a tribunal, e nós fomos tratados como credores comuns.

Recuperamos 40% do valor de balanço, e não foi o facto de o caso ser julgado em NY, onde supostamente a justiça deveria ser mais "justa", que nos ajudou. No final de contas credores corporativos fortes, obrigacionistas, chegaram a receber mais do que nós.

E sinceramente vos digo - sempre me considerei diligente e cuidadoso a procurar segurança. Afinal de contas a Refco era a corretora independente maior do mundo.
Pedro Carriço
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por Pata-Hari » 21/1/2011 21:32

Comunicado
Clientes do BPP vão ser indemnizados
Maria Ana Barroso
21/01/11 18:15


--------------------------------------------------------------------------------

As indemnizações pagarão, no máximo, 25 mil euros por titular de conta.
. O Sistema de Indemnização aos Investidores (SII) vai ressarcir os antigos clientes do Banco Privado Português (BPP).

Num comunicado enviado há pouco, a comissão directiva do SII confirma que, depois de a banca ter perdido a batalha judicial que tinha travado para impedir o ressarcimento aos clientes, estes vão ser indemnizados.

O Tribunal de Pequena Instância de Lisboa considerou improcedentes as providências cautelares para impedir o accionamento do SII que tinham sido colocadas pelos bancos, que consideravam que este sistema de protecção não devia ser aplicado neste caso.

"Perante a actual situação dos processos cautelares não subsistem impedimentos ao prosseguimento do accionamento do SII ocasionado pela situação do BPP", lê-se no comunicado de hoje.

O SII vai pagar o diferencial entre o capital investido e o montante que os clientes vão recuperar através do fundo especial de investimento criado no ano passado. Indemnizações que pagarão, no máximo, 25 mil euros por titular de conta.

"Tendo em vista a efectivação dos pagamentos das indemnizações aos investidores no mais curto espaço de tempo possível, a Comissão Directiva do Sistema deliberou, em 20 de Janeiro de 2011, desencadear os procedimentos que ainda se revelem necessários à completa determinação do universo dos investidores titulares do direito à indemnização", adianta ainda o comunicado.

Comunicado
Clientes do BPP vão ser indemnizados
Maria Ana Barroso
21/01/11 18:15


--------------------------------------------------------------------------------

As indemnizações pagarão, no máximo, 25 mil euros por titular de conta.
. O Sistema de Indemnização aos Investidores (SII) vai ressarcir os antigos clientes do Banco Privado Português (BPP).

Num comunicado enviado há pouco, a comissão directiva do SII confirma que, depois de a banca ter perdido a batalha judicial que tinha travado para impedir o ressarcimento aos clientes, estes vão ser indemnizados.

O Tribunal de Pequena Instância de Lisboa considerou improcedentes as providências cautelares para impedir o accionamento do SII que tinham sido colocadas pelos bancos, que consideravam que este sistema de protecção não devia ser aplicado neste caso.

"Perante a actual situação dos processos cautelares não subsistem impedimentos ao prosseguimento do accionamento do SII ocasionado pela situação do BPP", lê-se no comunicado de hoje.

O SII vai pagar o diferencial entre o capital investido e o montante que os clientes vão recuperar através do fundo especial de investimento criado no ano passado. Indemnizações que pagarão, no máximo, 25 mil euros por titular de conta.

"Tendo em vista a efectivação dos pagamentos das indemnizações aos investidores no mais curto espaço de tempo possível, a Comissão Directiva do Sistema deliberou, em 20 de Janeiro de 2011, desencadear os procedimentos que ainda se revelem necessários à completa determinação do universo dos investidores titulares do direito à indemnização", adianta ainda o comunicado.

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para recordar

por mcarvalho » 12/1/2011 10:53

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Três gestores do BPP desviaram 100 milhões de euros

por Las_Vegas » 12/1/2011 10:42

Fonte: BPIOnline

Três gestores do BPP desviaram 100 milhões de euros

Um inquérito da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários indica que foram desviados do Banco Privado Português cerca de 100 milhões de euros.

Segundo escreve o "Correio da Manhã" de hoje, os outros dois administradores, além de Rendeiro, são Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital.

Estes ilícito já terão sido comunicados ao Ministério Público que, no âmbito do processo-crime que decorre em paralelo, já arrestou milhões de euros em contas e bancárias situadas em vários paraísos fiscais, para garantir o retorno do dinheiro.

A investigação, conduzida pela unidade da Polícia Judiciária que combate o crime económico e com a supervisão do DIAP, já estará na fase final, aguardando as autoridades pelos pedidos de informação enviados para os paraísos fiscais para onde o dinheiro foi enviado.

Os investigadores ter-se-ão visto com dificuldades devido ao elaborado esquema financeiro detectado, que usa complexos procedimentos bancários de forma a dissimular o destino do dinheiro.

Foram entretanto feitas várias buscas, que permitiram apreender milhares de documentos. O banco e as residências dos administradores (bem como as dos seus familiares) também foram passados a pente fino pela polícia, que apreenderam suporte informático que poderá ajudar a encontrar o rasto do dinheiro.

Recorde-se que ontem, em audição parlamentar, o ministro Teixeira dos Santos disse aos deputados que as contra-garantias dadas pelo Estado, no âmbito do empréstimo de 450 milhões de euros ao banco por várias outras entidades bancárias portuguesas, valem quase 600 milhões de euros. "As contra-garantias estatais, segundo o Banco de Portugal, continuam a ter um valor superior ao empréstimo", garantiu.
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por Automech » 3/10/2010 13:52

Eu não vou discutir se o homem é culpado ou não é culpado mas irrita-me profundamente que já andemos nisto à tanto tempo (e com perspectivas de continuar por muito mais), quando do outro lado do Altlantico o Madoff foi julgado em pouco mais de 6 meses.

É caso para dizer que, se não sabem fazer, vão lá aprender...
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por Elias » 3/10/2010 12:53

Rendeiro pode ser ilibado do caso BPP
2 de Outubro, 2010
por Luís Rosa

Advogado de clientes não acredita que João Rendeiro venha a ser acusado pelo Ministério Público no caso BPP. Luís Miguel Henriques diz que é díficil provar os crimes de burla e de falsificação de documento

Luís Miguel Henriques, advogado de clientes do BPP - Banco Privado Português, diz que o caso «terminará na falta de responsabilidade penal» de João Rendeiro, ex-presidente do banco que foi recentemente declarado insolvente pelo Banco de Portugal em Abril último.

O DIAP de Lisboa, liderado pela procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, está a investigar o caso BPP desde Novembro de 2008, tendo Rendeiro sido constituído arguido em Julho de 2009.

A convicção do jurista assenta nas dificuldades de recolha de prova por parte do MP - Ministério Público e está expressa no seu livro A Face Oculta do BPP - obra que será lançada na próxima semana.

Ausência de dolo

Miguel Henriques, que apresentou uma queixa-crime contra a administração de João Rendeiro em Dezembro de 2008, assegura que as dificuldades começam por aquele que seria alegadamente o crime mais fácil de provar: falsificação de documento.

A suspeita deste crime, entre outras situações, assenta no facto de não terem sido inscritas provisões de cerca de 750 milhões de euros na contabilidade do banco para acautelar os depósitos de clientes a quem o BPP garantiu o capital investido acrescido de um juro de 5%.

Contudo, Miguel Henriques acredita que «muito dificilmente poderá existir responsabilidade criminal de João Rendeiro» por ausência de «dolo», uma vez que o ex-presidente do BPP «solicitou um parecer jurídico» à PLMJ (sociedade do advogado José Miguel Júdice) «do qual resultou que estes clientes não deveriam ser espelhados no balanço». «Houve excesso de zelo da parte» de Rendeiro.

Quanto aos crimes de burla e de abuso de confiança, pelo facto de o BPP ter vendido o produto de retorno absoluto como um simples depósito a prazo, quando, na realidade, o dinheiro era investido em aplicações financeiras de alto risco no estrangeiro, a prova será ainda mais frágil. «O ex-presidente do BPP já afirmou que nunca esteve envolvido na operações de retorno absoluto. A fim de não ser responsabilizado, poderá lançar mão de depoimentos de terceiros» que sustentem as suas afirmações, diz Henriques.

A única forma de contornar esta dificuldade é provar que a administração do BPP deu ordens escritas aos seus comerciais para garantirem aos clientes que os produtos de retorno absoluto não tinham risco.

O próprio MP também tem dificuldades legais. O crime de insolvência dolosa, por exemplo, é inexistente, porque um dos pressupostos do crime obriga a uma declaração judicial de insolvência. Ora, os bancos, como aconteceu com o BPP, são declarados insolventes através do Banco de Portugal - que, após retirar a licença ao banco, requer ao Tribunal do Comércio a constituição de uma Comissão Liquidatária.

Os gestores do BPP, por outro lado, também não podem ser investigados pelo crime de administração danosa - pois este é um crime que apenas se aplica ao sector público.

luis.rosa@sol.pt
 
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por Serrano » 7/9/2010 13:10

De facto parece que há uma diferente atitude das pessoas relativamente ao bpp e ao bpn. No bpn o governo pagou tudo dps, garantido, não garantido... até pagou o papel comercial que era dívida dos anteriores accionistas, que não era dívida do banco!
 
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por MarcoAntonio » 7/9/2010 0:27

Em relação à primeira parte (a que diz respeito à moderação e ao que a Pata disse), bem "dizido", tonirai.


(a outra parte, a dos bancos, não me quero meter... lol)
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por tonirai » 7/9/2010 0:22

economy Escreveu:Se a minha opinião, que é realmente a pura verdade te incomoda e ofende ao ponto de me ameaçares expulsar devido à tua posição e ao lugar que ocupas, ...

Parece-me que já anteriormente deturpaste as palavras que te foram dirigidas, e é o que voltas a fazer agora...
A Pata pediu que não se entrasse pela via de insultos, referindo e bem que para além de interveniente neste diálogo, ela é antes de mais Moderadora do forum, cuja função (entre outras) passa por apagar as mensagens insultuosas... o que ela disse foi para moderares os teus ataques pessoais, sobre pena de ter de te apagar os posts - nunca ameaçou expulsar-te! :roll:

economy Escreveu:As minhas verdades são atestadas por conceituados escritórios de advogados, pelo Tribunal de Contas, pela CMVM e Comunidade Europeia.

Pois se confias que assim é, o problema não é assim tão grande... mais luta, menos luta, no fim vencerás.
Para quê tanto "barulho" e confusão?
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por keromais » 7/9/2010 0:03

Pata-Hari

Não é verdade que todos os que fizeram depósitos no BPP tenham recebido o seu dinheiro, e quanto aos outros que apesar de terem garantia de capital, não consideras depósitos, eu até sei qual o motivo.
Pergunto mais vez, porque razão o governo considerou alguns como Depósitos e os pagou, e aos outros manda-os para tribunal.
Já agora, porque razão também pagou a alguns clientes do BPN, esses sim, que não tinham direito a receber porque eram produtos de risco sem garantia de capital?
(Já sei que a esta e outras questões delicadas não respondes)!..................
Também sei o porquê!......
Com certeza, se fosses vítima duma situação tão criminosa e desonesta como esta, não tomarias as posições que tens tomado.
Se a minha opinião, que é realmente a pura verdade te incomoda e ofende ao ponto de me ameaçares expulsar devido à tua posição e ao lugar que ocupas, como é que me hei-de sentir com tanta provocação e mentira escrita neste fórum?
Dizem que somos uma democracia, que há liberdade de expressão, mas, já começa a ser prática corrente neste país quando as verdades incomodam, manda-se calar as pessoas.
As minhas verdades são atestadas por conceituados escritórios de advogados, pelo Tribunal de Contas, pela CMVM e Comunidade Europeia.
Se neste fórum não é possível expressar a verdade, pois então será melhor me expulsares, seguindo o péssimo exemplo dos responsáveis deste país, e a confirmar-se a impossibilidade de dizer a verdade, também me deixa de interessar frequentar este fórum.
 
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por Pata-Hari » 6/9/2010 21:05

Economy, todos os clientes que conheço que tinham DPs, reaveram o seu dinheiro há muito tempo.

( E aproveito para clarificar ou esclarecer que enquanto moderadora, tenho o direito e a obrigação de alertar e de chamar à atenção. Sempre fiz e sempre farei.

Tenho também a obrigação de eliminar todos os insultos aos participantes, nos quais me incluo. Portanto, por favor, eu não te insulto, agradeço que faças o mesmo porque seria chato ter que eliminar a tua opinião.)

Nunoo, a supervisão deve existir e ser bem feita. Tal como a policia deve poder evitar crimes. O problema é que nem sempre adivinham nem agem a tempo ou são competentes que chegue. Eu tenho que fazer a minha parte para me proteger tanto quanto possível.

Há uns tempos falava com um cliente do BPP e perguntava-lhe se achava que o que tinha era um DP. E a senhora dizia-me que também tinha DPs e que esses, conseguiu reaver. Mas que no resto, claro que não, claro que sabia que eram carteiras com activos de risco que aliás apareciam discriminados.
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por keromais » 6/9/2010 19:18

..
 
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