Encontrei entretanto este texto em
http://novaenergia.net/forum/viewtopic.php?f=29&t=6938, por cuja idoneidade não respondo embora conheça bem uma das entidades no mesmo várias vezes citada (os sublinhados são todos meus):
Gasolina e gasóleo, qual o mais “verde”?
Combustíveis estão praticamente empatados em termos ambientais
Por comparação com a gasolina, o gasóleo é uma boa opção em termos ambientais se os veículos estiverem equipados com filtros de partículas, mas há um dado raramente referido: a produção de gasóleo consome mais 25 por cento de petróleo.
"O gasóleo é uma boa opção se o veículo tiver filtro de partículas, para o qual já há um incentivo fiscal de 500 euros. Há marcas que já têm todos os veículos a gasóleo com filtro de partículas, outras ainda não", disse à agência Lusa o dirigente da Quercus, Francisco Ferreira.
Recordando que as partículas emitidas pelos diesel são um problema de saúde, e não para o aquecimento global do planeta, Francisco Ferreira disse que o gasóleo está a aproximar-se da gasolina quanto ao nível de emissões de algumas substâncias.
"O gasóleo era muito pior quanto à emissão de enxofre, mas neste momento é idêntico à gasolina", afirmou, adiantando que, embora o gasóleo emita mais 20 por cento de CO2 (dióxido de carbono) por litro, os motores diesel compensam esse facto com um menor consumo do que os equivalentes a gasolina.
O INTELI considera que neste aspecto a questão das diferenças entre gasóleo e gasolina "tenderá a ser cada vez menos relevante" e sublinha que os "principais poluentes" são o CO2, o CO (monóxido de carbono), os óxidos de azoto (Nox), os hidrocarbonetos (HC) e as partículas (MP).
"Como os motores a gasolina e a gasóleo apresentam diferentes níveis de emissões destes poluentes, nuns casos com vantagem para a gasolina noutros para o gasóleo, acaba por ser uma questão de quais os poluentes mais prejudiciais ao ambiente", frisou à Lusa este centro de investigação de políticas industriais.
Defendendo que esta não é "uma questão essencial" na opção entre gasóleo e gasolina, o INTELI diz que a avaliação sobre os poluentes mais prejudiciais "não reúne consenso entre os especialistas", lembrando o facto de nos Estados Unidos se dar um "muito maior peso" às partículas do que na Europa.
Mas alerta para uma análise "raramente" feita: a produção de gasóleo "consome mais 25 por cento de petróleo" do que a da gasolina, pelo que, "considerando que a actividade das refinarias não é exactamente a mais 'limpa'", é "essencial" não limitar as comparações "à fase de consumo".
"A falta de uma análise a todo o ciclo de vida dos produtos pode contribuir para situações semelhantes à recentemente verificada com os biocombustíveis, em que uma solução que durante anos foi apresentada como uma aposta para o futuro é posta em causa", sublinha o centro.
Para Francisco Ferreira, "o futuro passa por um aumento muito grande da eficiência a todos os níveis" e "o objectivo da União Europeia de conseguir emissões de CO2 de 120 gramas por quilómetro em 2012 atinge-se jogando com motores, pneus, ares condicionados e biocombustíveis".
A ser correcta a informação aqui veiculada, retiro deste texto que há razões técnicas para tributar mais as emissões do gasóleo do que as da gasolina, designadamente porque:
- A produção do gasóleo é ela mesma mais poluente (embora, para sermos correctos, esta questão devesse ser fiscalmente tratada ao nível do ISP e não do ISV);
- Para um mesmo consumo, existe uma maior emissão de CO2 no gasóleo do que na gasolina. Ao reduzir nas tabelas do ISV a componente ligada à cilindrada, querendo o Estado manter as alterações à tributação automóvel mais ou menos neutras em termos de receita fiscal e consumindo os veículos a gasóleo menos do que os a gasolina, a única solução seria taxar mais as emisoes de CO2 no caso do gasóleo do que no da gasolina. Mas atenção, este argumento é um bocado rebuscado e sustenta-se exclusivamente na intenção (se bem me lembro na altura declarada) de manter a neutralidade da passagem do IA + IMSV para o ISV + IUC em termos der receita fiscal global...
De qualquer forma, não encontrei (ainda) uma justificação concreta dada oficialmente pelo Estado (neste caso a AR, sob proposta do Governo) para a diferença existente.
FT