Jerónimo Martins entre as "top-picks" ibéricas do Deutsche Bank
A Jerónimo Martins passou a fazer parte das "top-picks" ibéricas do Deutsche Bank de empresas de média e pequena capitalização bolsista, sendo a única representante nacional. O banco defende que a empresa oferece "crescimento com riscos relativamente limitados".
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Raquel Godinho
rgodinho@mediafin.pt
A Jerónimo Martins passou a fazer parte das “top-picks” ibéricas de média e pequena capitalização bolsista do Deutsche Bank, sendo a única representante nacional. O banco defende que a empresa oferece “crescimento com riscos relativamente limitados”.
Numa nota de investimento divulgada com data de ontem, intitulada “à procura de refúgios seguros”, o banco de investimento enumera as empresas da Península Ibérica, de pequena e média capitalização bolsista, que, na sua opinião, “devem superar o desempenho do mercado nos próximos quatro meses”.
Para a elaboração desta lista, onde a única empresa portuguesa é a retalhista Jerónimo Martins, o banco procurou opções defensivas com geração constante de “free cash-flow”, balanços sólidos e resultados relativamente previsíveis no actual ambiente difícil. Por outro lado, o banco procurou tirar vantagem da avaliação dos títulos depois da forte queda das acções.
Na análise à empresa portuguesa, o banco de investimento destaca o potencial de crescimento das operações polacas. Questionando-se onde estão os limites para a expansão da Biedronka na Polónia, o banco responde “é difícil dizer, mas pensamos que a saturação não é provável num futuro próximo”.
“Na nossa opinião, a Jerónimo Martins oferece aos investidores crescimento com riscos relativamente limitados (...), baseados na exposição ao mais importante mercado na Europa de Leste”, refere o banco.
“No caso da Jerónimo Martins, temos considerado o seu potencial de crescimento único como justificação para os seus múltiplos relativamente elevados”, afirma o Deutsche Bank. Numa comparação de múltiplos, o banco destaca que a empresa está a negociar com um prémio face ao sector na Europa Ocidental, que é “justificado dado o potencial de crescimento na Polónia”,mas a desconto face aos poucos retalhistas analisados na Europa de Leste.
Quanto aos riscos da empresa, os analistas do Deutsche Bank apontam para o risco da integração da Plus, que pode demorar mais do que o previsto, a subida nos preços das matérias-primas, o risco cambial na Polónia e um cenário macroeconómico mais pobre do que o esperado nos mercados “core”.
Para além da empresa portuguesa encontram-se nesta lista a Acerinox, Indra, Técnicas Reunidas, Prosegur e Viscofan.
O título seguia a negociar em terreno negativo na bolsa de Lisboa ao perder 4,61% para os 5,548 euros. O Deutsche Bank tem uma recomendação de “comprar” para a Jerónimo Martins e um preço-alvo de 6,90 euros.