ativo Escreveu:Bastou a Actium Capital de que Paulo Fernandes é administrador e acionista dominante ter vendido 300 000 ações da Altri (0,15 % do capital social da Altri), tendo ainda ficado com mais de 10 % do capital social da Altri, para a cotação da Altri dar um pulo.
Vão-me desculpar por dizer o seguinte: por aqui há muita gente, que tem, por aquilo que se percebe, já muitos anos de acompanhamento do mercado acionista, mas que ainda está muito crua no entendimento do comportamento do mercado, e já não era para estar.
Não me admira nada que a cotação da Altri tenha pulado logo que foi feita a venda daquelas 300 000 ações. Porquê? Porque se tratou de uma venda pontual e o mercado reage como se pensasse: "Vendeste 300 000 ações a este preço e queres depois ir comprá-las a um preço mais baixo? Não, isso não! Agora se quiseres as ações de volta vais comprá-las a um preço mais alto!".
Muitas vezes para que a cotação suba não é necessário que alguém desate a comprar ações. Pelo contrário, basta que alguém venda um punhado de ações e vê-se o mercado a reagir contra quem vendeu fazendo subir a cotação. É preciso saber isto!!!
A cotação da Altri subiu reativamente a uma venda de ações efetuada, mas, claro, poderá, passado algum tempo, descer e situar-se abaixo do valor de venda da Actium Capital. Para já a cotação da Altri deu um pulo …
Mas quem é que falou em vingança do mercado?
Eu não afirmei que a subida da cotação da Altri após a venda de 300 000 ações por parte da Actium Capital tinha sido um ato de vingança do mercado! Não vale pôr na escrita de outro algo que ele efetivamente não escreveu!
Na lógica do mercado não há lugar para vingança, há lugar, sim, para negócio.
Uma venda de 300 000 ações da Altri não passa de forma nenhuma desapercebida. Esse número de ações é praticamente aquele que se poderá transacionar numa sessão inteira de Bolsa.
A negociação de um título, em certas alturas, é controlada por grandes "players"("tubarões").
Muitas vezes um grande "player" tem simultaneamente posições de compra e de venda de forma a controlar a negociação. Se então alguém pica o mercado, vendendo, por exemplo, provavelmente quem comprou foi esse grande "player", o qual, para defender o seu investimento, força a subida da cotação, tentando fazer, desse modo, com que o vendedor, ou outro, venha mais tarde a (re)comprar a um preço mais alto. Portanto aqui não se trata de vingança trata-se simplesmente de "bussiness".
Devido a este comportamento do mercado, é muito, muito frequente, alguém entrar no mercado e logo a seguir ver a cotação ir uns cêntimos contra si.
O papanço de "stop losses" obedece também a esta mesma lógica. É com esta lógica que os grandes "players", que estão todos os dias no mercado, tentando controlar a negociação, tentam comer o peixe miúdo.
Finalmente, quero dizer que não pretendo "explicar" um determinado movimento, isolado, do mercado, seja de subida ou de descida (deixo isso para outros com mais apetência para isso), contento-me com perceber a tendência futura da cotação de um título.