Sonae subiu três vezes mais que a bolsa
Com 50 anos de história e há mais de 20 anos em bolsa, a Sonae SGPS é uma das empresas mais conceituadas da praça portuguesa. Desde a criação do índice PSI-20, há 16 anos, a empresa de Belmiro de Azevedo valorizou uma média de 30% ao ano, três vezes mais que o índice de referência da bolsa nacional. Este ano, a "holding" dispara 82%.
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Patrícia Abreu
pabreu@negocios.pt
Com 50 anos de história e há mais de 20 anos em bolsa, a Sonae SGPS é uma das empresas mais conceituadas da praça portuguesa. Desde a criação do índice PSI-20, há 16 anos, a empresa de Belmiro de Azevedo valorizou uma média de 30% ao ano, três vezes mais que o índice de referência da bolsa nacional. Este ano, a "holding" dispara 82%.
Depois de um ano de fortes quedas, em 2009 a Sonae é uma das que mais que recupera. Em termos históricos, o balanço também é positivo. Desde 1993, data inicial dos dados da Bloomberg, a companhia apenas registou quedas em cinco anos. Desde 1989, a cotada quase duplica o seu valor, em termos ajustados. Com a distribuição no centro da sua actividade, a empresa é fortemente dependente do ciclo económico, pelo que uma recuperação poderá estimular o negócio da Sonae SGPS.
Em 1993 e 1994, os primeiros dois anos de existência do PSI-20, a companhia registou as suas maiores subidas, ao disparar 170,8% e 91,46%, respectivamente. Nos mesmos períodos, o índice ganhou 42,94% e deslizou 3,05%.
Mas, se tradicionalmente a Sonae acentua os movimentos de subida, tem o mesmo comportamento em períodos de queda. Em 2000, o PSI-20 recuou 13,01%, enquanto a Sonae caiu 47,74%. O mesmo acontecendo dois anos mais tarde: a bolsa perdeu 25,62%, o que compara com uma queda de 50,62% da empresa.
Com uma conjuntura económica difícil pela frente, a Sonae SGPS definiu este ano uma nova estrutura do negócio de retalho, posicionando-se para o futuro. Paulo Azevedo dividiu o retalho em três áreas distintas: uma unidade de base alimentar, outra não alimentar e uma unidade de imobiliário de retalho. Ainda assim, a distribuição mantém-se o "core business" da "holding". A companhia prevê alcançar vendas de cinco mil milhões de euros no próximo ano.
Os analistas continuam a apontar o segmento não alimentar como a fonte de crescimento para a Sonae nos próximos anos, ao mesmo tempo que consideram que o negócio dos centros comerciais, dependente de financiamento de terceiros, deve ter um impacto menor na expansão da companhia.
Os maiores desafios realçados pelo mercado recaem sobre o sector das telecomunicações, onde a Sonaecom se encontra encurralada, sem espaço para crescer, e apenas uma operação de concentração poderia estimular as acções da empresa.