Quando vi no banco BIG a possibilidade de "short selling", pensei para comigo: bem, não há hipotese; a economia vai melhorar, as pessoas vão enriquecer, etc, ou seja, chegou o BULL. Esta reflexão teve origem no início das corretoras online (que coincidiu aproximadamente com o início deste duro "bear market"). Já na altura eu e alguns amigos nos interrogavamos acerca da razão pela qual não estaria disponibilizada ao grande público a entrada curta em açcões... Foi então que percebemos: se existisse essa possibilidade, o investidor comum (vulgo pato) poderia adoptar essa posição e meus amigos, os gordos não gostam de ter os investidores do lado deles. Nesta altura, foi concensualmente aceite entre nós que o fim do "bear market" se daria quando fossem disponibilizados ao grande público os instrumentos de venda curta. A ideia é acessível a qualquer mortal: se os investidores comuns tiverem a hipótese de "shortar", assustados como andam, vão shortar a torto e a direito, o que fará com que os especuladores apliquem um "short-squeeze" interessante, fazendo subir o mercado.
A moral da história é simples: como só se deve disponibilizar (falo em Portugal) ao grande público instrumentos com que este se corte, assumindo a postura contrária de especulador atento, qualquer trader deve alongar-se quando a maioria estiver curta.
Confesso que este exemplo da bolsa só por si é pouco para defender esta tese, logo proponho outros exemplos: a poupança bancária. Neste país à beira mar plantado, (quase) todos os produtos de poupança bancária são uma fraude de letras minusculas. Nomeadamente: quando se iniciou o "bear market", todos os bancos passaram a propor produtos cujo lucro seria indexado à valorização de activos mobiliários. Recentemente, depois do euro subir sem parar (face ao dolar), lançaram-se produtos indexados à valorização do euro face ao dolar (que eu acredito poder ser positiva inicialmente) com amortização em 2005 ou superior.
Por aí se vê que se deve assumir uma posição contrária à da maioria.
Logo eu deveria estar BULL!! Mas... não estou!! E justifico: é que a burucracia é tanta na BIG para shortar ("short" obrigatótiamente "intraday"; 50 minutos antes do fecho do mercado e eu sei lá o que mais...) que ainda a procissão do bear vai no adro!
MAs cautela, muita cautela... pois quando forem disponibilizados bons instrumentos de "curtos" ao grande público, é para estes se cortarem...
Olho vivo
