
Thanks Elias, era expectável que isto já tivesse sido debatido. Não me lembrei quando postei no inamovível
Fórum dedicado à discussão sobre os Mercados Financeiros - Bolsas de Valores
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RobinW Escreveu:Queria apenas deixar um tópico para a vossa reflexão/intervenção:
Já sei que me vão chamar sonhador,mas aqui vai. Será que nós, jogadores da bolsa,não estamos a contribuir para os fenómenos altistas dos bens essenciais, condenando milhares de seres humanos a dificuldades incomensuráveis?
A especulação dos futuros, por ex., conduz certamente à explosão dos preços e, mesmo, (vejam o artigo abaixo) à instabilidade social...
SFF, digam de vossa justiça.
David Adam in London
April 10, 2008
RISING food prices could spark worldwide unrest and threaten political stability, the United Nations' top humanitarian official has warned after two days of rioting in Egypt over the doubling of prices of basic foods in a year and protests in other parts of the world.
Sir John Holmes, the undersecretary-general for humanitarian affairs and the UN's emergency relief co-ordinator, told a conference in Dubai yesterday that escalating prices would trigger protests and riots in vulnerable nations.
Food scarcity and soaring fuel prices would compound the damaging effects of global warming, Sir John said. Prices have risen 40 per cent on average globally since last summer.
"The security implications should also not be underestimated as food riots are already being reported across the globe," he said. "Current food price trends are likely to increase sharply both the incidence and depth of food insecurity."
He said the biggest challenge to humanitarian work was climate change, which doubled the number of disasters from an average of 200 a year to 400 a year in the past two decades.
As well as this week's violence in Egypt, the rising cost and scarcity of food has been blamed for:
■Riots in Haiti that flared again on Tuesday killing at least five people;
■Violent protests in Ivory Coast;
■Price riots in Cameroon in February that left 40 dead;
■Heated demonstrations in Mauritania, Mozambique and Senegal;
■Protests in Uzbekistan, Yemen, Bolivia and Indonesia.
tmms Escreveu:Sobre o pânico nos mercados futuros das commodities alimentares deixo aqui mais um pequeno, mas penso que esclarecedor, contributo.
Publicado em 1875 o livro "Benner's Prophecies of Future Ups and Downs in Prices" de Samuel Benner trás um gráfico muito interessante acerca destes ciclos de pânico.
Aos interessados a imagem está disponível em http://os-mercados-financeiros.blogspot ... s-and.html
Abraço,
Tiago
Os preços do ouro atingiram hoje novos máximos de sempre pela terceira sessão consecutiva, uma vez que a queda do dólar está a levar os investidores a comprar matérias-primas como defesa contra a inflação.(…) Para o famoso investidor Jim Rogers, os preços do ouro poderão superar os 2.000 dólares por onça já na próxima década. “Os governos estão a imprimir dinheiro, por isso o ouro está a subir. Há muitas razões para comprar ouro quando a altura é a ideal”, disse Rogers em entrevista à Bloomberg.“O receio de inflação está a levar os investidores a comprar matérias-primas”, notou o presidente da Avanced Market Concepts, Darrell Holaday.
Trufas e caviar no jantar da cimeira do G8 sobre fome
Os líderes das oito economias mais industrializadas do mundo (G8), reunidos numa cimeira no Japão, estão a causar espanto e repúdio na opinião pública internacional, após ter sido divulgada aos órgãos de comunicação social a ementa dos seus almoços de trabalho e jantares de gala.
Reunidos sob o signo dos altos preços dos bens alimentares nos países desenvolvidos - e consequente apelo à poupança -, bem como da escassez de comida nos países mais pobres, os chefes de Estado e de Governo não se inibiram de experimentar 24 pratos, incluindo entradas e sobremesas, num jantar que terá custado, por cabeça, a módica quantia de 300 euros.
Trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas eram apenas alguns dos pratos à disposição dos líderes mundiais, que acompanharam a refeição da noite com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005, que está avaliado em casas da especialidade online a cerca de 70 euros cada garrafa.
Não faltou também caviar legítimo com champanhe, salmão fumado, bifes de vaca de Quioto e espargos brancos. Nas refeições estiveram envolvidos 25 chefs japoneses e estrangeiros, entre os quais alguns galardoados com as afamadas três estrelas do Guia Michelin.
Segundo a imprensa britânica, o "decoro" dos líderes do G8 - ou, no mínimo, dos anfitriões japoneses - impediu-os de convidar para o jantar alguns dos participantes nas reuniões sobre as questões alimentares, como sejam os representantes da Etiópia, Tanzânia ou Senegal.
Os jornais e as televisões inglesas estiveram na linha da frente da divulgação do serviço de mesa e das reacções concomitantes. Dominic Nutt, da organização Britain Save the Children, citado por várias folhas online, referiu que "é bastante hipócrita que os líderes do G8 não tenham resistido a um festim destes numa altura em que existe uma crise alimentar e milhões de pessoas não conseguem sequer uma refeição decente por dia". Para Andrew Mitchell, do governo-sombra conservador, "é irracional que cada um destes líderes tenha dado a garantia de que vão ajudar os mais pobres e depois façam isto".
A cimeira do G8, realizada no Japão, custou um total de 358 milhões de euros, o suficiente para comprar 100 milhões de mosquiteiros que ajudam a impedir a propagação da malária em África ou quatro milhões de doentes com sida. Só o centro de imprensa, construído propositadamente para o evento, custou 30 milhões de euros.|
“What onions teach us about oil prices” na CNN
The bulbous root is the only commodity for which futures trading is banned. Back in 1958, onion growers convinced themselves that futures traders (and not the new farms sprouting up in Wisconsin) were responsible for falling onion prices, so they lobbied an up-and-coming Michigan Congressman named Gerald Ford [*] to push through a law banning all futures trading in onions. The law still stands.
And yet even with no traders to blame, the volatility in onion prices makes the swings in oil and corn look tame, reinforcing academics’ belief that futures trading diminishes extreme price swings. Since 2006, oil prices have risen 100%, and corn is up 300%. But onion prices soared 400% between October 2006 and April 2007, when weather reduced crops, according to the U.S. Department of Agriculture, only to crash 96% by March 2008 on overproduction and then rebound 300% by this past April.
The volatility has been so extreme that the son of one of the original onion growers who lobbied Congress for the trading ban now thinks the onion market would operate more smoothly if a futures contract were in place.
[*] Que nos anos 70 ocupou os lugares de Vice-Presidente e Presidente dos EUA
«Biofuels have forced global food prices up by 75% - far more than previously estimated - according to a confidential World Bank report obtained by the Guardian.»
«When all relevant factors are accounted for, biofuels produce more greenhouse gas emissions than fossil fuels.», concluíram estudos publicados nas revistas Science e Nature.
JAM Escreveu:Estamos conversados Elias. Tal como eu esperava temos opiniões opostas.
JAM Escreveu:Por isso podemos ficar por aqui para não estar a maçar os outros foristas com uma discussão de marrões.
JAM Escreveu:Vamos deixar o mercado fluir para depois tirarmos conclusões. Entretanto faço votos para que esta crise não te afecte muito.
Elias Escreveu:Porque, de acordo com aquilo que escreveste, os especuladores que estavam no mercado das commodities antes do subprime não eram problema, ao passo que os que chegaram depois é que são os culpados por tudo isto.
E que tal brincarmos aos polícias e ladrões?
Branc0 Escreveu:Seria bom também lembrar os governantes que se queixam dos preços que se calhar deviam olhar mais para si próprios e para as pessoas que nomearam para os centros de decisão monetários antes de apontar o dedo aos "especuladores".
Elias Escreveu:JAM Escreveu:Baseio-me em tudo o que leio sobre o assunto e no facto da crise do subprime ter feito muitos investidores virarem-se para as commodities.
Portanto os investidores que se viraram para as commodities depois da crise do subprime são os "maus". Os que já lá estavam antes são os "bons". É isso?![]()
Epá isto assim é giro.
JAM Escreveu:Baseio-me em tudo o que leio sobre o assunto e no facto da crise do subprime ter feito muitos investidores virarem-se para as commodities.
Elias Escreveu:JAM, em que é que te baseias para afirmar que esses especuladores chegaram ao mercado das commodities nos últimos meses?
1 abraço,
Elias
JAM Escreveu:Sou contra a presença de especuladores nas commodities de alimentos. Não sou contra os especuladores que ao longo dos anos marcam presença no mercado, os ditos tradicionais, sou contra os que entraram nos ultimos meses e que verdadeiramente mexeram com os preços.
(...)
Sou a favor de que se limite a presença destes, porque a sua chegada teve o efeito que se constata.
Elias Escreveu:Que grande trapalhada, JAM!
...ainda bem que este assunto, que referi há meses, está agora a ser debatido, porque quando há pessoas a morrer à fome e uma parte do problema são estas coisas, penso que a economia de mercado de que sou adepto, quando selvagem precisa de alguma reflexão.
Ulisses Pereira Escreveu:JAM, mas tu tens noção de quantos milhares de especuladores se enterraram com estas subidas? E de quantos milhões não estão investidos em posições curtas?
É que, pela tua argumentação, até parece que só se ganha dinheiro no mercado de derivados com as subidas...