01/02/2008
As acções da Cimpor avançaram um máximo de 2,19% para os 5,37 euros, pondo termo a uma série de duas sessões consecutivas de quedas, animada pela notícia avançada pela edição de hoje do "Jornal de Negócios" segundo a qual a estabilidade no seio do BCP pode afectar a estabilidade accionista da cimenteira.
De acordo com a referida notícia, o terminar da instabilidade no BCP, após a eleição de Carlos Santos Ferreira para a liderança do banco, pode significar um ponto final no equilíbrio precário que tem permitido à Teixeira Duarte (TD) controlar a Cimpor, uma vez que os accionistas do banco que promoveram a candidatura de Santos Ferreira defendem que o BCP tem de mudar de atitude na cimenteira, adoptando uma posição de equidistância em detrimento do apoio explícito que tem dado à TD. E também porque começam a ocorrer alterações na estrutura accionista da Cimpor que poderão desequilibrar o actual "status quo".
O empresário Joe Berardo e Manuel Fino, que detém 20% da Cimpor, defendem que o BCP deveria assumir uma posição de neutralidade se um novo cenário relativo ao controle da cimenteira for colocado em cima da mesa.
Esta notícia beneficia o comportamento dos títulos da empresa liderada por Pedro Teixeira Duarte que avançam mais de 2%, apesar de acumularem uma desvalorização de 11,08% desde o início do ano.
Notícias sobre estrutura accionista estimula ângulo especulativo
O BPI que tem uma recomendação de "comprar" e um preço-alvo de 7,20 euros para a Cimpor, considera, no "Iberian Daily" de hoje que esta especulação em torno da estrutura accionista tem um "impacto positivo" nas acções ao estimular novamente o ângulo especulativo.
"Como temos mencionado o recente -stake building- pelos accionistas de referência assim como o suporte de diferentes lados no impasse do BCP colocou à superfície as características insustentáveis da estrutura accionista da Cimpor", referem os analistas do BPI.
Est es responsáveis acrescentam que a actual estrutura accionista da Cimpor é a seguinte: Teixeira Duarte com 20,5%, Investfino com 20,06%, Lafarge 17,6%, fundos de pensões do BCP com 10% e Bipadosa (3%).
O interesse especulativo da Lafarge no "portfolio" da empresa portuguesa foi aparentemente reduzido com a aquisição da Orascom. Contudo, a presença da Cimpor no Brasil, na Península Ibérica, na Índia e na China pode levar a Lafarge a dar um passo em frente.
Os analistas do BPI frisam que os múltiplos implícitos nos recentes movimentos de fusões e aquisições no sector do cimento pode levar as acções da Cimpor a serem avaliadas em 11 euros por acção.
A Cimpor [CIMP] seguia em alta de 1,81% para os 5,35 euros.