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Política de distribuição de dividendos

MensagemEnviado: 28/1/2008 12:04
por fundamentalista
Cara Pata,


Muito obrigado pela tua resposta e dúvidas face à política de investimento fundamentalista que aqui coloquei (até com um pequeno erro que o Pedrom me indicou e que corrigi....o modelo continua a ser meramente ilustrativo). Relativamente à questão que colocas, o pressuposto existente é que as empresas têm uma política de dividendos bem esclarecida. Na Cimpor, salvo erro (porque estou a falar de memória) o "payout ratio" estabelecido ronda os 40%, enquanto nas utilities esse rácio é normalmente superior.

Repara também que eu estimei a política de crescimento de dividendos de longo prazo, tendo em conta os últimos 13 anos de dividendos na Bolsa portuguesa. É verdade que se for ver a história das empresas portuguesas que distribuíram dividendos pelo menos em 10 anos neste período a amostra das empresas cotadas reduz-se substancialmente. A minha decisão passa por escolher empresas que tenham a tal política de dividendos, distribuam sistematicamente dividendos e analisar o crescimento a longo prazo destes.

Nas empresas com menor payout e se os investimentos são bem sucedidos, as empresas tendem a ter taxas de crescimento dos dividendos superiores às que têm "payout ratios" mais elevados.
Não inseri aqui também a questão dos aumentos de capital solicitando mais dinheiro aos sócios, mas essa é também uma questão que entra como critério que utilizo.

Resumindo: não me interessam apenas os dividendos presentes, sendo todos os outros factores que atrás referi muito importantes na política de investimento.

cumprimentos
fundamentalista

Fórmula

MensagemEnviado: 28/1/2008 11:56
por fundamentalista
Caro Pedro,


Obrigado....Tens razão....o valor residual neste caso ilustrativo estava "preso" ao valor da primeira acção.

Junto anexo o ficheiro corrigido. Atenta no entanto que isto é apenas um exemplo ilustrativo e não qualquer intenção de produzir um "price target" de compra ou "price target" de venda.

cumprimentos
fundamentalista

MensagemEnviado: 28/1/2008 8:28
por Pata-Hari
O problema é que em alturas de previsão e de expansão do negócio as empresas tenderão a distribuir mais dividendos para acumular capacidade de produção e em alturas em que as oportunidades de negócio não permitem fazer-se isso, tenderão a acumular cash distribuivel em formato de dividendo. Ou seja, corre-se o risco de se acabar fazendo o contrário do desejado, saltar fora em inicio de fases expansionistas e entrar em alturas em que as empresas preveêm dificuldades.

MensagemEnviado: 28/1/2008 2:43
por pedrom
Não tens um erro nas celulas P8, P9 e P10? É que estão todas a depender da O7. Não sei se será assim.

Estratégias de Longo Prazo e Bolsa estar barata ou não.

MensagemEnviado: 28/1/2008 1:40
por fundamentalista
Caros cibernautas,

hoje decidi abrir um tópico sobre estratégia de investimento fundamental, visando desmistificar a maioria dos banqueiros e analistas que referem que as acções estão caras ou baratas, segundo o modelo clássico de avaliação de acções.

Numa lógica de análise de investimento( a tal que está subjacente à análise fundamental) nós devemos comparar investimento que temos que realizar com capital que retiramos para o nosso bolso. Esse dinheiro na bolsa só pode ser através de dividendos ou de mais-valias. Na verdade, os dividendos não se podem falsear (como as contas das empresas) pois têm de se pagar. Alterações no sentido de redução nos dividendos ao mesmo tempo que as contas parecem melhorar a cada dia, indicam aquilo que designamos por "sinais de dividendo" e levam-nos a estar de pé atrás. Este é o facto que me leva a ignorar objectivamente os resultados, EBITDA e outros elementos na avaliação do valor que estou disposto a pagar por uma acção. "Cash is King" em avaliação quando estamos a por o nosso dinheiro no "caldeirão"!!!

Como ponto de partida, um dividend yield de 6 a 6,5% é tido como um valor de referência. O valor deriva do valor das taxas de cupão dos EUA a 30 anos (5 %) acrescidos de um prémio de risco de 1 a 1,5%.

O segundo pressuposto é que num período de 9 anos o investimento (cotação) tenha sido reembolsado com os dividendos que se esperam tendo em conta a taxa de crescimento média dos dividendos no período histórico considerado, assumindo-se que não existem dados para esperarmos uma inversão de tendência (é melhor com negócios com maior estabilidade).

A estratégia de compra está portanto perfeitamente definida e não depende do "ruído" do mercado.

A estratégia de venda passa pela existência de uma rendibilidade inferior a 3%.

Temos assim um intervalo de trabalho. É claro que seguindo esta estratégia estamos muito pouco tempo a negociar e muito tempo à espera (quer para comprar quer para vender).

Os dados de dividendos são objectivos e perfeitamente observáveis e estamos confortáveis quanto à recuperação do nosso investimento, ainda que exista sempre o risco inerente ao investimento em acções, pelo que deveremos diversificar mínimamente a nossa carteira.

Anexo um documento de trabalho apenas para efeitos ilustrativos e com valores eventualmente não reais.

Este texto é apenas um ilustrativo de que existem estratégias bem definidas em análise fundamental que nos dão potenciais preços de entrada e saída, tal como na análise técnica, sendo que esta última não é objectivamente uma técnica de investimento mas uma técnica que tenta prever a evolução a curto/médio prazo. A análise fundamental é claramente uma estratégia de longo prazo, solidamente e teoricamente bem fundamentada.

cumprimentos
fundamentalista