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[acintra]

14/01/2008


O Citigroup planeia angariar capital através da venda de uma participação de dois mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) ao China Development Bank, mas essa pretensão pode estar em risco devido à oposição do governo chinês, afirma o "The Wall Street Journal" na sua edição de hoje.

Segundo o jornal, que cita uma fonte próxima da situação, a oposição do governo chinês surgiu durante o fim-de-semana, mas não está ainda claro até que ponto é que o negócio não será concretizado.

Um porta-voz do Citigroup, Richard Tesvich, escusou-se a comentar estas informações, refere o WSJ, que salienta não ter conseguido falar com o porta-voz do China Development Bank.

Penalizado pela crise do crédito hipotecário de alto risco, conhecido como "subprime", o Citigroup deverá apresentar amanhã perdas no quarto trimestre e poderá também anunciar a angariação de capital adicional - entre 8 e 14 mil milhões de dólares (5,4 e 9,4 mil milhões de euros) - de fontes como o Médio Oriente.

O princípe saudita , Alwaleed bin Talal, que é o maior investidor individual do Citigroup, está entre aqueles que injectarão mais dinheiro no banco norte-americano, segundo informações do WSJ na sexta-feira.

Uma fonte do China Development Bank disse à Reuters que o seu banco e o Citigroup estiveram em conversações com vista a uma potencial injecção de capital, mas que ainda não tinha sido fechado um acordo. A estrutura de um potencial acordo poderá incluir um investimento em acções, bem como compra de dívida, disse a mesma fonte à Reuters.

O Citigroup poderá ter que amortizar activos no valor de 24 mil milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros) devido à crise do "subprime", segundo a CNBC. Além disso, o despedimento de cerca de 20 mil pessoas fará parte de um plano abrangente para reduzir custos e angariar capital, salienta a cadeia de televisão, que diz que estes planos serão revelados amanhã com o anúncio dos resultados do quarto trimestre do banco. De acordo com a mesma fonte, o Citigroup poderá anunciar também uma redução do pagamento de dividendos.

Os veículos governamentais de investimento do Médio Oriente e da Ásia têm estado a comprar participações no valor de milhares de milhões de dólares em empresas financeiras ocidentais em apuros nos últimos meses.

Em Novembro, a Autoridade de Investimento de Abu Dhabi investiu 7,5 mil milhões de dólares (5,07 mil milhões de euros) no Citigroup. Em Dezembro, o novo fundo de riqueza soberana da China, o China Investment Corp, adquiriu uma participação no valor de cinco mil milhões de dólares (3,38 mil milhões de euros) na Morgan Stanley.