dvck Escreveu:Caros forenses, queria aproveitar aqui uma citação do nosso ilustre Ulisses para ouvir a vossa opinião acerca da diversicação das carteiras de investimento.
Penso que os fundos não conseguem bater os índices porque cometem o pecado capital: a diversificação.
Diversificar não implica necessariamente esse tipo/nível de diversificação.
Na minha opinião, para um pequeno investidor muito embora hajam outros métodos de redução do risco, a diversificação é praticamente essencial. Isto numa perspectiva de risco moderado e de longo-prazo.
Para um pequeno investidor, se tem a maior parte da carteira investida, estar em 3 a 6 títulos de sectores diferentes parece-me uma composição moderada. Muito mais do que isso em simultaneo não creio que reduza substancialmente o risco e começa a ser difícil de gerir (seguir, analisar e decidir) para um pequeno investidor que age sozinho. Claro que pode seguir uma pool de títulos bastante mais abrangente mas refiro-me como é óbvio aos títulos em que tem posições abertas ao mesmo tempo...
Para agir como um fundo, mais vale pesquisar os existentes e investir neles.
dvck Escreveu:Do ponto de vista individual não sou adepto da diversificação e penso que a diversificação é inimiga da rentabilidade.
Não concordo com isto. A rentabilidade que realmente conta é a rentabilidade de longo-prazo e não a de negócios individuais ou de curtos períodos.
Deter alguns títulos em carteira vai tender a amenizar a rendibilidade no imediato mas isso não implica que reduza a rendibilidade no longo-prazo.
De notar que quem negoceia apenas um título de cada vez, desde que não negoceie em prazos muito pequenos, vai necessitar de muito mais tempo para perceber que tipo de rendibilidade tem realmente no mercado.
Imagina que investes no título A e durante ano e meio detens essa posição e ganhas 150%. Depois, estás ano e meio numa segunda posição onde perdes 20%. Tratam-se de apenas 2 negócios para esse período (o que tem muito pouca expressão estatística) e uma rendibilidade anual média de ~34%, mas é um valor que não sabes o que vale realmente...
O próximo negócio pode alterar drasticamente este valor.
Investindo em vários títulos em simultaneo, vais tender a ter oscilações mais suaves mas que tenderão mais rapidamente para a tua real rendibilidade média.
Isto leva-nos a um outro ponto que é o seguinte: o a falta de diversificação, para além do risco de colocar o capital num único título, envolve também factores de ordem psicológica. A ilusão que pode criar um negócio em que se ganhou bastante (anormalmente bastante) ou a frustração/desespero em que se pode cair quando o único negócio em que se está envolvido corre (bastante) mal.
dvck Escreveu:"não colocar todos os ovos no mesmo cesto"
Para pequenos investidores que não seguem métodos de investimento muito sofisticados e que eventualmente colocam em bolsa uma parte importante das suas economias, continuo a entender que é uma máxima a ter bem em mente.
É muito bonito quando não se diversifica e se tem uma rendibilidade bestial.
O problema é quando corre mal e a regra existe precisamente para «minimizar os problemas» quando corre mal.