Caldeirão da Bolsa

Europeus devem preparar-se para o pior

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Europeus em maus lençois mas os americanos.....

por Açor3 » 21/12/2007 16:54

SIC


Publicação: 21-12-2007 11:16 | Última actualização: 21-12-2007 11:41
Crise deixa americanos sem casa
Famílias sobrevivem com ajuda de instituições
A crise do imobiliário de alto risco está a atirar para as ruas dos Estados Unidos milhares de pessoas. São famílias que deixam de poder pagar as prestações ao banco e que ficam por isso sem um tecto.


SIC




Vídeos
Edição da Manhã
Crise deixa americanos sem casa
PLAYVárias famílias dos EUA deixam de poder pagar prestações ao banco
A crise do mercado imobiliário norte-americano tem sido notícia. Sempre na óptica dos mercados financeiros. Face ao não pagamento das prestações, os bancos que apostaram no chamado sub prime podem estar em maus lençóis. Mas há um outro lado da história.
As famílias que deixam de pagar e ficam sem a casa.

Na Califórnia, 200 pessoas juntaram-se numa espécie de aldeia de tendas. Sobrevivem com a ajuda de instituições sociais.

Maryanne Hernandez, por exemplo, comprou casa em 2003. Não paga a prestação há quatro meses. Pode, por isso, em breve ficar sem tecto.

Nos Estados Unidos, no último ano, duplicou o número de hipotecas accionadas pelos bancos.
Há analistas que acreditam que um milhão de pessoas está em risco de ficar sem casa.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por Branc0 » 21/12/2007 13:18

Bom, que mais te posso dizer? Não consigo ver isso assim.

Eu olho para os gráficos e não consigo chegar a outra conclusão que não seja injectar liquidez... não sei como consegues ver outra.

Se achas que Banco Central intervém demasiado no mercado, até podemos concordar numa questão de principio mas isso é outra discussão que involveria uma reformulação completa do sistema financeiro mundial. Isso só acontecerá quando o sistema actual estoirar por completamente como Bretton Woods estoirou em 1970.
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por Camisa Roxa » 21/12/2007 13:10

Branc0 Escreveu:Vamos a ver se o FED não faz mais daquelas coisas que tu não gostas e acabar por ser só uma constipaçãozita novamente.


exactamente! e quanto mais adiarem, maior será a tempestade financeira no futuro.

Isso faz-me lembrar as gravidezes indesejadas de adolescentes em que as jovens mães, desesperadas, seguem a sua vida normal, tentando disfarçar ao máximo a sua barriga!

Ou o clássico enfiar a cabeça na areia das avestruzes! Não é por ignorarmos ou adiarmos um problema que ele vai embora!

Espero é que quando a tempestade chegar não se ponham as culpas no capitalismo porque a culpa é de práticas SOCIALISTAS de intervenção e regulação absurdas dos bancos centrais

Entre um bom e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever.

E essa diferença é enorme pois o que acontece quase sempre é que, quando a consequência imediata é favorável, as consequências posteriores são funestas e vice-versa. Daí se conclui que o mau economista, ao perseguir um pequeno benefício no presente, está gerando um grande mal no futuro; já o verdadeiro bom economista, ao perseguir um grande benefício no futuro, corre o risco de provocar um pequeno mal no presente.

Frédéric Bastiat
Editado pela última vez por Camisa Roxa em 21/12/2007 15:03, num total de 1 vez.
Imagem
Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2475
Registado: 5/11/2002 11:27
Localização: Leiria

por Branc0 » 21/12/2007 12:33

Camisa Roxa Escreveu:Resultado: o que podia ter sido uma constipação já curada transformou-se numa pneumonia!


The sky is falling!!!

Qual pneumonia?

O potencial para ela está aí mas ainda é demasiado cedo para andar a hospitalizar os doentes todos. Vamos a ver se o FED não faz mais daquelas coisas que tu não gostas e acabar por ser só uma constipaçãozita novamente.

De qualquer das formas, acho que as tuas medidas iriam fazer com que tivessemos entrado em 2002-2004 numa recessão bastante séria (que não sabemos quando iria acabar). Ou seja, estás a dizer que preferias ter tido uma recessão em 2002 do que ter a "possibilidade" de ter uma recessão em 2008. Não obrigado... :shame:

Se calhar é a minha formação de informática mas estou habituado a resolver os problemas um de cada vez e em sub-problemas. Nunca se faz um programa informático todo de uma vez, faz-se um modulo para a calculadora aqui, um modulo para apresentar imagens ali, um modulo para tirar bicas, outro para as tostas e depois junta-se tudo.

O FED teve a mesma aproximação. Identifica os problemas e vai tentando resolver um a um. Tal como na informática aparecem sempre bugs na economia aparecem sempre periodos maus... e vamos lidando com eles conforme aparecem. Não podemos ficar imobilizados a pensar "não faço nada porque senão em 2032 pode haver uma recessão" porque até 2032 se calhar surgiram outras soluções que irão permitir ultrapasar isso (ou computadores mais potentes que não ligam à quantidade de memória desperdiçada nas aplicações).

São opiniões e valem o que valem mas acho que o FED fez o que foi preciso quando foi preciso. Levou-nos à nossa situação actual? Teve obviamente um papel nisso... valeu a pena? Não sei... mas a questão é que não havia forma de saber isso na altura e cada um tomou a decisão da melhor maneira que podia tomar.
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por Camisa Roxa » 21/12/2007 12:24

Branc0 Escreveu:Quem te ouve parece que o homem fez isto tudo sozinho, já te dei alguns exemplos de bolhas especulativas ainda antes de haver bancos centrais.

Um homem só não pode causar tanto estrago, mesmo que o queira.

Por exemplo, podes ainda ver nos textos que o Ulisses coloca aqui do Cramer que ele acha que o FED deve ainda baixar mais o juro porque o problema real (para ele) é a deflacção dos preços.


o problema dos decisores mundiais é semelhante à opinião pública mundial sobre as guerras actuais.

As pessoas querem ganhar guerras mas não querem ver ninguém morto.

Os Bancos centrais querem crescimento económico perpétuo sem recessões.

As recessões são inevitáveis e são normalmente uma correcção violenta que se segue a excessos nos períodos de crescimento. E esses excessos têm de ser corrigidos inevitavelmente.

Ora o que os bancos centrais fizeram foi tentar evitar recessões a todo o custo impedindo que esses excessos não só não fossem corrigidos como se fossem acumulando.

Resultado: o que podia ter sido uma constipação já curada transformou-se numa pneumonia!

É disto que eu acuso o Fed: de não ter tomado medidas difíceis quando se impunham para resolver a situação a seu tempo e ter deixado que tudo se avolumassem numa gigantesca bola de neve que ameaça agora não deixar pedra sobre pedra.
Imagem
Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2475
Registado: 5/11/2002 11:27
Localização: Leiria

por Branc0 » 21/12/2007 11:04

Já agora ficam os gráficos... acham que era a altura de subir os juros?
Anexos
desemprego.gif
Desemprego a subir...
desemprego.gif (8.69 KiB) Visualizado 1252 vezes
inflation.gif
Inflacção abaixo dos 2% nos trimestres antes do "POP"
inflation.gif (9.78 KiB) Visualizado 1243 vezes
ordenados-hora.gif
ordenados-hora.gif (8.45 KiB) Visualizado 1248 vezes
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por Branc0 » 21/12/2007 10:54

lutav Escreveu:piada, mas com "sumo": esses relatorios, fazem-me lembrar aquela historia do Iraque, e de o Saddam ir explodir o Mundo com as armas dele: desde que soube que FED é composto por BANCOS mundiais PRIVADOS, fiquei com muitas duvidas sobre os conflitos de interesses nas medidas do FED... ainda assim, o BdPortugal, é outra limpeza...posso em determinado momento achar que sao mais ou menos competentes, ou criticar alguma decisao, mas, em momento algum considerarei que possam ter o mesmo conflito de interesses que a FED deve ter muitas vezes...


:shock: :?:

Não houve uma bolha tecnológica? Foi tudo um pesadelo?

O consumo não abrandou? O desemprego não aumentou? A inflacção não andou a baixar?

Que mais "sumo" queres? Um letreiro a dizer "fim do mundo na próxima esquina" ?
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por lutav » 21/12/2007 10:38

Camisa Roxa Escreveu:A crise é culpa essencialmente do Fed: ao injectar liquidez monstruosa na economia e manter as taxas de juro artificialmente baixas criou uma gigantesca bolha de crédito

Essa liquidez tinha de se alimentar de algo: bolha tecnológica, imobiliário e créditos em geral

Agora, claro, está a explodir nas mãos do Fed, e o Greenspan, que teve uma actuação desastrosa ao promover aquelas medidas, ainda anda como cara de caso como se a culpa fosse dos outros!


amen!! eu como sou timido, ainda nao tinha tido coragem de fazer essa referencia ao Greenspan... mas, sempre, sempre, tudo foi resolvido com injeccao de liquidez/baixa da tx de juro... vamos a ver...


edit:
BrancO Escreveu:O FED actua com base na informação que tem. Greenspan actuou na altura que actuou com base nos dados que lhe apresentaram que indicavam probabilidades de uma recessão e um ambiente deflaccionário como aquele em que mergulhou o Japão há decadas.


piada, mas com "sumo": esses relatorios, fazem-me lembrar aquela historia do Iraque, e de o Saddam ir explodir o Mundo com as armas dele: desde que soube que FED é composto por BANCOS mundiais PRIVADOS, fiquei com muitas duvidas sobre os conflitos de interesses nas medidas do FED... ainda assim, o BdPortugal, é outra limpeza...posso em determinado momento achar que sao mais ou menos competentes, ou criticar alguma decisao, mas, em momento algum considerarei que possam ter o mesmo conflito de interesses que a FED deve ter muitas vezes...

beijos e abraços
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2174
Registado: 22/9/2006 22:36
Localização: 14

por Branc0 » 21/12/2007 10:31

Camisa Roxa Escreveu:Agora, claro, está a explodir nas mãos do Fed, e o Greenspan, que teve uma actuação desastrosa ao promover aquelas medidas, ainda anda como cara de caso como se a culpa fosse dos outros!


Tens que ser menos extremista :)

Quem te ouve parece que o homem fez isto tudo sozinho, já te dei alguns exemplos de bolhas especulativas ainda antes de haver bancos centrais.

Um homem só não pode causar tanto estrago, mesmo que o queira.

Por exemplo, podes ainda ver nos textos que o Ulisses coloca aqui do Cramer que ele acha que o FED deve ainda baixar mais o juro porque o problema real (para ele) é a deflacção dos preços.

O FED actua com base na informação que tem. Greenspan actuou na altura que actuou com base nos dados que lhe apresentaram que indicavam probabilidades de uma recessão e um ambiente deflaccionário como aquele em que mergulhou o Japão há decadas.

Se ele não tivesse feito nada e esse cenário se realizasse claro que também estarias aqui a dizer que a culpa era toda do FED porque tinha visto a economia a abrandar e não tinha agido em conformidade.

Criticar depois dos factos é muito mais simples do que tomar decisões dificeis quando é necessário.

Será que o problema não é mesmo maior que o FED? Será que isto não é problema nenhum e afinal são apenas os ciclos económicos a funcionar? A destruição criadora a aproximar-se de Wall Street?

Acredita que pessoas que provavelmente já estudaram isto mais tempo que eu e tu juntos se debruçam sobre estes problemas todos os dias e procuram encontrar soluções para uma economia eternamente em crescimento moderado... provavelmente quando morrerem vão ser recordados juntamente com Marx na casa dos maluqinhos :)
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por Camisa Roxa » 21/12/2007 10:19

A crise é culpa essencialmente do Fed: ao injectar liquidez monstruosa na economia e manter as taxas de juro artificialmente baixas criou uma gigantesca bolha de crédito

Essa liquidez tinha de se alimentar de algo: bolha tecnológica, imobiliário e créditos em geral

Agora, claro, está a explodir nas mãos do Fed, e o Greenspan, que teve uma actuação desastrosa ao promover aquelas medidas, ainda anda como cara de caso como se a culpa fosse dos outros!
Imagem
Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2475
Registado: 5/11/2002 11:27
Localização: Leiria

Re: A crise é dos Pseudo Activos e não de Liquidez

por Sei lá » 21/12/2007 1:54

O EÇA Escreveu:no Jornal de Negócios
"Teodora Cardoso
2008: O fim da euforia
teodora.cardoso@clix.pt
--------------------------------------------------------------------------------
(...)
O problema estava na aceitação como dogma de uma hipótese que a experiência histórica desmentia: nas décadas de 70, 80 e 90 assistiu-se nos Estados Unidos e na Europa a crises desencadeadas e agravadas pela quebra dos preços das casas, sempre na esteira de períodos de euforia que os tinham feito subir para além do sustentável. No entanto, a fé na magia do Fed e os modelos matemáticos assentes em dados relativos a períodos de meia dúzia de anos, obliteraram essa experiência sob uma capa de cada vez maior complexidade científica que um especialista, Avinash Persaud, acusava, já em 2002, de terem levado a finança moderna a “descrever com grande elegância matemática um mundo que não existia”. Da descrição passou-se rapidamente à acção e os resultados estão à vista.


Este parágrafo merece produnda reflexão, para a crise em questão, mas também para muitas outras que poderão surgir nas mais diversas áreas seguindo um modelo parecido.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 942
Registado: 19/7/2007 0:21
Localização: 14

por acintra » 20/12/2007 15:34

December 20, 2007

Mortgages slump as repossessions set to surge
November mortgage lending hit its lowest level since 2005 as RICS forecasts credit crunch hit for homeowners next year Marcus Leroux
The number of homeowners having their houses repossessed will soar by 50 per cent to 45,000 next year, the Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS) predicts.

RICS’s survey comes as the Council of Mortgage Lenders (CML) reveals that gross mortgage lending slumped nearly 8 per cent last month to its lowest level since July 2005.

It said that lending would continue to be subdued because of the unavailability of funding.

RICS said that homeowners seeking to refinance mortgages may struggle as lenders become less willing to give loans, owing to the continuing turmoil in credit markets.

Related Links
Lenders: many have yet to pass on the interest rate cut to customers
Watchdog acts on mortgage mis-selling
Card rejections leap as squeeze bites
Simon Rubinsohn, chief economist at RICS, said: "The effect of the credit crunch will dissipate slowly, meaning that those seeking to obtain finance in the first half of 2008 may struggle.

“However, the employment picture should remain firm throughout the year, helping to prevent significant numbers of repossessions and the subsequent influx of supply into the market."

Even with an increase of 30,000 this year to 45,000 next year, the number of repossessions will be significantly down from the heights reached in the early 1990s, when the figure nearly reached 80,000 because of the recession and high interest rates.

Mr Rubinsohn said: "[Next year] will prove a difficult year for the housing market, but with falls likely in the base rate, the housing market should be provided with a stable platform.”

RICS said that house prices should remain broadly unchanged next year and that the market should recover quickly from any short-term falls.

Prices will be bolstered by expected interest rate cuts by the Bank of England and by pent-up demand from prospective buyers biding their time for a softening in the market.

The CML said that mortgage lending fell to £30.7 billion in November, down from £33.2 billion last year and 33.5 per cent in October as the market slowed.

Michael Coogan, the director-general of the CML, said that lending would be subdued in the coming months primarily a result of a lack of available funding rather than a lack of consumer demand.

Howard Archer, the chief British and European economist for Global Insight, is predicting that house prices will fall by 3 per cent next year, revising earlier expectation of flat prices.

He said: "The credit crunch and sub-prime mortgage concerns mean that lenders are becoming much more careful about whom they lend to, and on what terms.

"Furthermore, the credit squeeze is making it increasingly difficult for mortgage lenders to get hold of adequate funds to finance new mortgage business.

"This is bound to weigh down on housing market activity."
Um abraço e bons negócios.

Artur Cintra
 
Mensagens: 3155
Registado: 17/7/2006 16:09
Localização: Cascais

Mais 9.5% no crédito à habitação

por O EÇA » 20/12/2007 15:00

no Jornal de Negócios
"As instituições bancárias a operar em Portugal voltaram a emprestar mais dinheiro às famílias, em Outubro. No total, os créditos cresceram pouco menos de 1%, enquanto o crédito malparado aumentou mais de 2% quando comparado com o mês anterior.

--------------------------------------------------------------------------------

Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt



As instituições bancárias a operar em Portugal voltaram a emprestar mais dinheiro às famílias, em Outubro. No total, os créditos cresceram pouco menos de 1%, enquanto o crédito malparado aumentou mais de 2% quando comparado com o mês anterior.

O saldo total dos empréstimos às famílias, em Outubro, superou, pela primeira vez, os 125 mil milhões de euros, mais 0,95% do que no mês anterior e mais 9,5% do que em igual período do ano passado, de acordo com o Boletim Estatístico de Dezembro do Banco de Portugal, divulgado hoje." (...)
 
Mensagens: 16
Registado: 29/11/2007 11:17
Localização: Odivelas

por valves » 20/12/2007 14:08

fui pesquisar na net e encontrei esta noticia interessante ... continuo á procura de mais recentesse encontrar volto a colocar

A concessão de crédito à habitação está a abrandar em Portugal. No terceiro trimestre deste ano, o montante dos empréstimos concedidos para este fim caiu 2,19%, face a igual período do ano passado. No que respeita ao número de contratos celebrados até Setembro, quando comparados com igual mês de 2005, a quebra é de 9,81%.
De acordo com os dados agora divulgados pela Direcção-Geral do Tesouro, que agrega a informação obtida junto das instituições de crédito, o total de crédito à compra de casa só contratado no terceiro trimestre de 2006 ascendeu a 3501,9 milhões de euros, para um total de 36 653 contratos celebrados. Nos mesmos três meses do ano passado, os montantes concedidos somaram 3580,2 milhões de euros e o número de contratos firmados chegou aos 40 642.

Esta quebra homóloga na nova produção de crédito à habitação é tanto mais significativa quando a comparamos com o que se passou em Setembro de 2005, face ao mesmo mês de 2004: um crescimento de 14,9% nos montantes concedidos e de 8,3% no número de contratos.

No entanto, o abrandamento verificado no terceiro trimestre deste ano está em sintonia com o que ocorreu nos dois primeiros trimestres, face ao ano anterior.

O saldo em dívida de crédito à habitação ascendia, a 3o de Setembro último, a 85,4 mil milhões de euros, distribuídos por 1,6 milhões de contratos em vigor.

Com o crédito a abrandar e o número de empréstimos em vigor a sofrer igualmente uma contracção, verifica-se que cada português que contrai um novo empréstimo acumula uma dívida maior. O valor médio de cada empréstimo tem vindo a subir, tendo passado de 88,1 mil euros de valor médio em Setembro de 2005, para 95,5 mil euros em igual mês deste ano.

.
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2861
Registado: 17/4/2004 15:36

por nunofaustino » 20/12/2007 14:07

BullPower Escreveu:Nuno, acho que não conheces bem Chelas. É difícil arranjar casas a esse preço. Encontras muitas a metade. Mas é uma zona muito digna e de pessoas de bem, muito melhor do que a fama que lhe deram.

Abraço e BN.


N disse Chelas ou Bela Vista com teor depreciativo... nunca fui a nenhum desses locais... foram o primeiro nome que me veio à cabeça... podia ter dito Coimbra, Cantanhede, Paranhos, ...

Um abr
Nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5157
Registado: 5/11/2002 5:10
Localização: Portugal

por BullPower » 20/12/2007 13:57

Nuno, acho que não conheces bem Chelas. É difícil arranjar casas a esse preço. Encontras muitas a metade. Mas é uma zona muito digna e de pessoas de bem, muito melhor do que a fama que lhe deram.

Abraço e BN.
"Bull Markets Climb Walls of Worry"
"Bear Markets Flows Down Rivers of Hope"
Não faças ondas, negoceia-as :) http://fmarketswaves.blogspot.com
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1227
Registado: 28/1/2005 0:38
Localização: Massamá

por nunofaustino » 20/12/2007 13:34

Sem querer ser mauzinho, pois acho que esta crise, a materializar-se, deixará poucos negócios incólumes, acho que quem "contratou empréstimos " à grande" , para viver em casas "como merecem" e andar em carros "de acordo com o estatuto" que pensam ter" vão ficar como merecem... " com a corda na garganta"!

Pode parecer que sim, mas não há almoços grátis, e os empréstimos foram pedidos a taxas historicamente baixas e para uma % estupidamente alta do rendimento disponível... qdo as taxas voltam para valores mais perto das médias históricas, acontece o que está a acontecer agora...

Na verdade há muito mais gente do que se pensa que não deveria ter a sua própria casa... que deveria alugar e poupar, e não "investir" 200 ou 300K€ num monte de tijolos com uns acabamentos bonitos e numa boa zona de Chelas ou da Bela Vista...

Desculpem pelo desabafo, e se atingi alguém com este comentários, mas esta é a minha opinião sincera...

Um abr
Nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5157
Registado: 5/11/2002 5:10
Localização: Portugal

por Bart Simpson » 20/12/2007 12:53

Pode ser que venha a ser até benéfico, que haja uma limpeza do mercado no primeiro trimestre e que siga uma retoma. Existem fundamentais sólidos na maioria das Empresas e se não houver problemas de maior desestabilização, (guerras, tempestades,etc.), nada indica um retrocesso.
jeab
 
Mensagens: 709
Registado: 29/11/2007 4:09
Localização: 69

por valves » 20/12/2007 12:30

[quote]Eu ainda sou do tempo..! " em que haviam tx.de juro de 15% ou mais e não se podia comprar casa .

Pois pois mas nesse tempo vivias com rendas condicionadas e provavelmente nem sequer faria muito sentido comprar casa.
Repara o dizer-mos que conhecermos pessoas é diferente do que a nível geral se pode passar,o que é muito grave é o facto de se estar a vender austeridade á população depois de 7 anos de contenção e austeridade simplesmente não vai ser possivel sem colocar-se muita coisa em causa e basta olhar para países com historicos de privações de 15 anos para se perceber muito do que vai contecer no futuro e se essa austeridade ainda por cima é ditada por excessos de outros (Sub prime ) acredita que vai ser mesmo impossivel ...
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2861
Registado: 17/4/2004 15:36

por Alvo » 20/12/2007 12:15

Isto deve estar bem pior do que se pensa.
Aliás, a recente concertação entre os principais bancos mundiais, as injecções inéditas de liquidez, chegando ao ponto de anunciar alto e bem som que esta injecção seria ilimitada, tudo nesta semana, mais não é do que , perante a aproximação dos índices americanos aos minimos de Agosto, o receio de um crash/mini-crash bolsista neste final/inicio de novo ano.
Talvez seja um exagero esta minha interpretação, mas é o que eu penso.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 395
Registado: 22/3/2005 23:59

por charles » 20/12/2007 12:11

Como alguem dizia é preciso estar de olho vivo e pé ligeiro.

Cumpt
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5004
Registado: 9/6/2005 12:24
Localização: queluz

por acintra » 20/12/2007 12:07

The Mechanic Escreveu:valves
Eu já há muito tempo que digo que acredito que o Urso vem aí a partir de 2008 . Não sabia era onde vinha ele montado ! Pelos vistos , é nas "subprime" ...


Um abraço ,

The Mechanic


Tb já existe subprime em instalações empresariais e escritórios!
E aqui reside o maior problema, nem os aneis dão para pagar dividas e empréstimos.
Um abraço e bons negócios.

Artur Cintra
 
Mensagens: 3155
Registado: 17/7/2006 16:09
Localização: Cascais

por Laaz Rockit » 20/12/2007 11:45

Realmente é preocupante. Não falo apenas em termos de bolsa mas de economia em geral. Como diz o valves, há anos que se ouve falar em crise. Então imaginem se ainda passar a ser pior. Que nome terá?

Na empresa onde trabalho, as vendas para o mercado nacional representam neste momento apenas 8% do volume total, quando ainda há cerca de 10 anos representavam 70%. Felizmente o mercado internacional tem vindo a crescer. Mas e se toda a economia entrar em recessão? Não sei. Mas penso que Portugal vai ser um dos países europeus mais afectados. Porque estamos no meio da tabela. Não temos grandes produtos de valor acrescentado por um lado, e por outro também já não somos o país da mão-de-obra barata. Vamos ficar emparedados. Espero estar errado.

Um abraço.
O cérebro tem uma capacidade tão grande que hoje em dia, praticamente, toda a gente tem um.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 660
Registado: 30/11/2007 21:12
Localização: Europa

A crise é dos Pseudo Activos e não de Liquidez

por O EÇA » 20/12/2007 11:33

no Jornal de Negócios
"Teodora Cardoso
2008: O fim da euforia
teodora.cardoso@clix.pt
--------------------------------------------------------------------------------


A viragem de 2007 para 2008 arrisca-se a ficar para a história e não por boas razões. O ano que está a terminar foi marcado por muitos acontecimentos, mas há um – a crise financeira – cujas consequências estão ainda longe de esgotar-se e vão mesmo marcar a economia mundial muito mais fortemente no próximo ano do que o fizeram no corrente.
Ao contrário do que sucedeu em crises passadas, esta situa-se no coração do sistema financeiro mundial – os Estados Unidos – e, precisamente aí, a “magia” da manipulação das taxas de juro pelo Fed deixou de funcionar. Na verdade, esta crise deve-se antes ao abuso dessa poção que, associada à desregulação do sistema, gerou uma crise generalizada de confiança dos bancos entre si, a que os instrumentos da política monetária não conseguem pôr termo.

Ao contrário das crises conjunturais ligadas ao abrandamento da actividade económica, à consequente insolvência de alguns agentes e à quebra das cotações das acções, a que é possível responder com os instrumentos macroeconómicos tradicionais, nomeadamente a descida das taxas de juro, na situação actual os bancos americanos criaram e distribuíram em grande escala instrumentos complexos, opacos e desligados de qualquer realidade que não seja a confiança cega em que o Fed conseguiria sempre garantir a subida do valor dos activos. Só essa confiança explica a expansão das hipotecas “ninja” (no “income, no job or assets”) e a sua transformação em títulos com rating AAA, distribuídos por todo o mundo, pelas carteiras das instituições mais variadas. Aceitando a hipótese de que os preços das casas nunca descem, esses títulos eram, de facto, seguros: quando os empréstimos deixassem de ser pagos, executavam-se as hipotecas e o lucro assim obtido era mesmo muito superior às margens que a concorrência se encarregou de minimizar no mercado do crédito à habitação.

O problema estava na aceitação como dogma de uma hipótese que a experiência histórica desmentia: nas décadas de 70, 80 e 90 assistiu-se nos Estados Unidos e na Europa a crises desencadeadas e agravadas pela quebra dos preços das casas, sempre na esteira de períodos de euforia que os tinham feito subir para além do sustentável. No entanto, a fé na magia do Fed e os modelos matemáticos assentes em dados relativos a períodos de meia dúzia de anos, obliteraram essa experiência sob uma capa de cada vez maior complexidade científica que um especialista, Avinash Persaud, acusava, já em 2002, de terem levado a finança moderna a “descrever com grande elegância matemática um mundo que não existia”. Da descrição passou-se rapidamente à acção e os resultados estão à vista.

Os bancos centrais, em especial o Fed, procuram agora recuperar a magia que lhes escapou, mas que só a confiança poderá restituir ao sistema. E para recuperar a confiança será necessário, em primeiro lugar, voltar a garantir a sua transparência. Observando o desenrolar dos acontecimentos, conclui-se que esta foi, de facto, a principal vítima das deficiências da regulação financeira que se foram multiplicando ao longo dos anos e a que os modelos deram uma inestimável ajuda. A intervenção concertada dos bancos centrais, anunciada solenemente em 12 de Dezembro, continuou, pelo contrário, a dirigir-se apenas ao problema da liquidez, a que muitos procuram, desde o início, reduzir a crise. É claro que não há liquidez nos mercados interbancários, mas isso não se deve à acção dos bancos centrais que, bem pelo contrário, tudo têm feito para a criar. A razão sempre esteve na falta de confiança dos grandes bancos internacionais nas suas próprias carteiras e, por maioria de razão, nas dos outros. Não espanta, por isso, o insucesso de mais esta iniciativa.

Há aqui, além de tudo o mais, uma lição de humildade para os economistas e os financeiros que começaram a imaginar que, dominando a matemática, podiam emular os físicos. Não há, é claro, nenhuma objecção ao uso de técnicas e modelos complexos desde que não percamos de vista as realidades com que estamos a lidar. Feliz ou infelizmente, na economia e nas finanças, estas não obedecem às regularidades das leis da física e obrigam os que as estudam a preocuparem-se com fenómenos concretos só muito parcialmente susceptíveis de elegantes descrições matemáticas. Mas obrigam sobretudo as autoridades responsáveis a não se deixar iludir pela alta tecnologia, esquecendo que, na base do sistema financeiro, tem sempre de estar a confiança em coisas tão pouco matemáticas como a solvência daqueles a quem se concedem financiamentos ou a ética das instituições que o fazem e dos profissionais que nelas trabalham.

Um resultado positivo desta crise pode ser o retorno a esses princípios, evidentemente sem pôr de parte o muito de positivo que as novas tecnologias e a inovação financeira trouxeram. Esta é, contudo, uma agenda complexa, que não se presta às intervenções rápidas nos mercados monetários. Por um lado, supõe a capacidade de distinguir as conclusões científicas sólidas das construções que apenas servem interesses e, por outro, exige o retorno à aceitação de princípios em lugar do simples “cumprimento” da lei, filtrado por advogados que sabem reduzi-lo aos mínimos formais que apenas garantem que é possível estabelecer uma dúvida quanto ao facto da sua letra ter sido infringida. O caminho a percorrer é longo e difícil. Com sorte, assistiremos, em 2008, às primeiras etapas."
 
Mensagens: 16
Registado: 29/11/2007 11:17
Localização: Odivelas

por The Mechanic » 20/12/2007 11:17

valves
Mechanic o concordar contigo no caso Portugues teria implicações tão graves que é melhor nem acreditar ...


:) ...não concordes comigo, que não fui eu que escrevi aquilo .

Mas a verdade é que eu conheço muito boa gente que contratou empréstimos " à grande" , para viver em casas "como merecem" e andar em carros "de acordo com o estatuto" que pensam ter e ficaram ...com " a corda na garganta" ! Gente que nem pensa que as coisas podem dar para o torto mas, antes pelo contrário, só podem evoluir em termos positivos .

" Eu ainda sou do tempo..! " em que haviam tx.de juro de 15% ou mais e não se podia comprar casa . E conheço , dizia eu, muito boa gente para quem as tx. juro são agora "suportáveis " ( !!) , mas que , se levarem mais 2,3 ou 4% em cima , vão fazer uma mossa do caraças e as vão fazer entregar literalmente a casa à Banca .

Eu já há muito tempo que digo que acredito que o Urso vem aí a partir de 2008 . Não sabia era onde vinha ele montado ! Pelos vistos , é nas "subprime" ...


Um abraço ,

The Mechanic
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles

http://theflyingmechanic.blogspot.com/
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4564
Registado: 16/12/2004 15:48
Localização: Sintra

Próximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot], mjcsreis, niceboy, OCTAMA, PAULOJOAO e 45 visitantes