Durante anos, o BPI era das acções que eu mais gostava da nossa Bolsa. Tecnicamente era perfeito, produzia movimentos muito consistentes, nunca atraiu as multidões e as suas tendências duradouras. A OPA lançada do BCP sobre o BPI fez com que o papel disparasse e andasse ao sabor das notícias.
Os três últimos trimestres de 2006 trouxeram-nos um autêntico marasmo em torno desta acção, fruto do impasse em torno da OPA. Várias vezes mostrei o meu descontentamento sobre as dificuldades legais que operações deste género enfrentam no nosso país. É incompreensível que um processo destes se arraste tanto tempo, paralisando as empresas em questão, impossibilidades de tomar decisões estratégicas.
A proposta de fusão com o BCP lançada pelo BPI veio trazer alguma volatilidade ao papel, mas o seu fracasso fez a acção corrigir fortemente e quebrar alguns importantes suportes.
Neste momento, recomendaria entrar no BPI? Não. Dada a subida vertiginosa que ocorreu quando do lançamento da OPA do BCP, o BPI não conseguiu criar suportes fiáveis, pelo que o único suporte relevante que encontro se situa na zona dos 4,6 euros.
Isto quer dizer que o BPI vai cair até aí? Não. Mas permite-me elaborar um plano de acção que apenas me permite considerar entrar no papel caso volte a quebrar, em alta, a resistência na casa dos 5,7 euros. Até que isso aconteça, os ursos jogam em casa e eu sempre preferi estar longo no próprio estádio dos touros.
Espero por esse sinal. Com tranquilidade, como diria o outro…
Um abraço,
Ulisses