Portugal Digital - Brasil/Portugal
03/02/2009 - 07:00
Projeto da Teixeira Duarte em Pernambuco previsto para o segundo semestre
Secretaria de Turismo de Pernambuco acredita que complexo turístico da Casa do Governador começa ainda este ano, mas o grupo português não confirma.
Hélia Ventura
Complexo em Pernambuco custará em torno de R$ 600 milhões.
Brasília - As obras de um complexo turístico em Porto de Galinhas, Pernambuco, empreendimento do grupo português Teixeira Duarte, devem ser iniciadas no segundo semestre deste ano, segundo informações da Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur). Porém, essa mesma indicação não é confirmada pela Teixeira Duarte. A empresa foi procurada pela reportagem do Portugal Digital para confirmar essa previsão mas não respondeu aos contatos feitos por telefone e via e-mail.
O investimento, que será feito sobre um terreno situado entre Porto de Galinhas e Maracaípe, mais conhecido como "Casa do Governador", estava pendente até o final do ano passado, à espera da conclusão das negociações entre o governo de Pernambuco e o grupo empreendedor.
Segundo informações obtidas na Setur, por meio de sua assessoria de comunicação, após diversas rodadas de negociação, em Recife e Lisboa, os dois lados chegaram a um consenso. O resultado foi divulgado no final de 2008 pelo Secretário Estadual de Turismo, Sílvio Costa Filho, e o procurador-geral do Estado, Tadeu Alencar. O contrato já foi assinado.
Contrapartidas
De acordo com a Secretaria de Turismo, durante a transação, o governo negociou contrapartidas ao investimento. Para o secretário de Turismo, Sílvio Costa Filho, a garantia da redução em 48% do coeficiente de utilização do terreno se apresenta como uma das garantias mais significativas. Segundo ele, isto significa que o potencial construtivo do local passará de 700.000 metros quadrados para no máximo 370.000 metros quadrados, reduzindo o adensamento construtivo proposto pelo grupo vencedor da licitação.
"Fizemos um excelente acordo. Honramos o contrato, pois o Teixeira Duarte vai instalar um hotel com mil unidades. Preservamos o meio-ambiente e, acima de tudo, respeitamos o cidadão. Teremos no local um centro de estudos da vida marinha, áreas verdes e um Centro de Convenções de uso público", comemora o secretário Silvio Costa Filho. Para ele, a negociação mostrou o poder de articulação do Governo do Estado, que soube dialogar e enfrentar o que poderia se transformar num grave problema, comprometendo inclusive a imagem de Pernambuco junto ao mercado investidor estrangeiro.
O procurador-geral ressaltou que a preocupação do governo estadual, durante a negociação, não era o valor pelo qual foi alienado o bem, mas a destinação dos recursos dentro das políticas traçadas para o Litoral Sul."A preocupação era ganhar a contra-partida social, ambiental e econômica", declarou.
Entre as contra-partidas vale destacar ainda, que foram estabelecidas zonas de descompressão construtivas nas fronteiras das vilas de Porto de Galinhas e Maracaípe com a criação de parques públicos, cada uma medindo, aproximadamente, o tamanho de dois Parques da Jaqueira. O grupo Teixeira Duarte comprometeu-se ainda a criar um parque costeiro com o aumento da zona sem construção de 32 para 50 metros de distância da linha de pré-a-mar da praia. Mais, o grupo concordou com a criação de uma faixa para acesso público na orla, com projeto paisagístico e ainda uma escola de hotelaria em Ipojuca
O investimento
O investimento da Teixeira Duarte será de R$ 580 a 620 milhões. Serão construídas 1.200 unidades de hospedagem, além de área residencial, gerando cerca de 3.000 empregos durante a construção. Em funcionamento, o empreendimento gerará 3.500 postos de trabalho. O terreno com 700 mil metros quadrados foi vendido em 6 de junho de 2006, ao grupo português, por R$ 36 milhões.
http://www.portugaldigital.com.br/notic ... &canal=157