O estudo que mudou o que "jámé" aconteceria...
Foi em Junho que um estudo da CIP causou um terremoto no processo da Ota, até aí considerado irreversível. Seis meses depois, a escolhe mudou para Alcochete.
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Alexandra Noronha
anoronha@mediafin.pt
O estudo da CIP causou um terremoto no processo da Ota. O Governo mandou estudar Alcochete e não avançou com o concurso durante seis meses. Van Zeller dizia que a sua solução pouparia três mil milhões de euros.
A pretensão do Governo de lançar o concurso para a construção e gestão do aeroporto da Ota no segundo semestre de 2007 caiu por terra perante a divulgação do estudo da CIP, que apontava diversas vantagens em construir o futuro aeroporto de Lisboa na região de Alcochete.
Encomendado pelo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), embora sem o conhecimento do resto da direcção, o relatório entregue a 11 de Junho ao Presidente da República situa o aeroporto a cerca de 30 quilómetros de Lisboa.
Mas o que motivou o estudo? “Basicamente a insatisfação que vimos em muitos técnicos com quem falámos. Consultei alguns empresários e gabinetes e havendo patrocinadores resolvi avançar”, disse então o presidente da CIP, Francisco Van Zeller, ao Jornal de Negócios.
Embora as conclusões do relatório tenham levado o Governo a recuar, o presidente da CIP acreditava que o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, saíria bem no retrato.
“Acho que é uma magnífica oportunidade para ele não só salvar a face como para mostrar as suas capacidades, porque é um homem extremamente capaz e um belíssimo ministro”, sustentava Van Zeller.
Francisco van Zeller acreditava “ser possível fazer um aeroporto pequeno para começar”, podendo vir a expandir-se de forma faseada.
Foram várias as reacções positivas à decisão do Governo de repensar a Ota.
O economista Miguel Cadilhe considerou que se trata de “um avanço”. O presidente da distrital do PS de Setúbal avaliava como “uma decisão sensata” do ministro Mário Lino. Também os partidos da oposição acolheram favoravelmente essa abertura do Governo.
Menos satisfeito estava o vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Henrique Neto. O empresário, que manifestou publicamente o apoio à construção do aeroporto na Ota, acusou o Governo de falta de convicção na defesa da Ota. E disse estar convencido de que “o Governo vai ceder ao interessesdos grandes grupos económicos”, acrescentando que houve “uma barragem de desinformação para desacreditar a Ota” .
O consórcio Asterion (que juntou Mota-Engil, Brisa, Somague, CGD, BES e BCP para uma candidatura àOta) escusou- se a comentar a localização, mas quer construir o novo aeroporto e concorrer à privatização da ANA.
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