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Caldeirão da Bolsa

Petróleo...

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Petróleo...

por EuroSexy » 24/10/2014 23:04

Cem pt Escreveu:- Amigo Green:

:shock: :shock: :shock: :? :?: :mrgreen: :-k

Andaste a ler livros de ficção ou estiveste a festejar com uns tintos ao jantar?

Essa dos alemães perdoarem as dívidas dos periféricos não lembra ao diabo, leia-se, à Merkel!

:roll:


Caro Cem,
Eu não bebo álcool... =; =; =; :mrgreen:
É como digo, a Merkel está no segundo mandato, tem que sair obrigatoriamente no final do mandato e deverá implementar medidas pouco populares até ao fim do mandato se quer salvar a Alemanha e a Europa. Para isso os Alemães têm que obrigatoriamente ceder de livre vontade. Ceder e assumir algumas perdas, perdoando dívidas.

Como o Cem sabe, a Alemanha como maior credor, é de longe o país mais poderoso da Europa e influente. Apesar da Alemanha não ter hoje aspirações a Império, eles pretendem apenas ver o dinheiro de volta, mas isso é impossível da forma como eles querem. Sabem que como maior potência que são, têm a independência mas também a responsabilidade de manter unida a Europa. E a Europa estava na iminência da desintegração (como aconteceu com a URSS em 1989).

É devido à ameaça dos Russos que a Alemanha começa a reunir condições para o começo de uma Nova União. Mas os efeitos práticos ainda não são sentidos cá. A Alemanha começa a ceder e o eur/usd já começa a depreciar, e vai desvalorizar ainda mais com o perdão das dívidas.
Eles devem entender que estão perante o resto da Europa numa posição semelhante aquela que os EUA estavam em 1945 quando ganharam a guerra em relação à própria Alemanha. Na altura os EUA perdoaram parte da dívida e ajudaram na reconstrução da Alemanha e Europa sem remorsos. Agora é a vez da Alemanha entender isso e fazer o mesmo.

Portugal com uma dívida de mais de 130% do PIB, por cada 10 euros devemos mais de 13 euros, é impossível!!! :shock:
O petróleo está a ajudar no alívio às economias não produtoras e a cereja no topo do bolo seria o perdão da dívida alemã. Que diga-se de passagem, é dívida da própria Alemanha porque foram eles que assumiram ou impingiram Portugal na compra de submarinos e outros gastos desnecessários que os tontos dos irresponsáveis dos nossos políticos pouco patriotas foram atrás.

Só com uma atitude nada cínica, pouco hipócrita e de perdão de dívida é que a Alemanha poderá levar a Europa a bom porto em relação a si própria e ao mundo. Porque se insistir no pagamento da dívida é o mesmo que dizer que está do lado dos russos e que a UE vai acabar por desintegra-se.
Não podem é brincar mais com o fogo. :shame:
 
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Re: Petróleo...

por FDPC » 24/10/2014 22:37

FDPC Escreveu:Para 2015, a Agência Internacional de Energia cortou as previsões de procura em cerca de 300 mil barris por dia. Contudo, o consumo vai acelerar no próximo ano, aumentando em 1,1 milhões de barris por dia, ou 1,2%, para um total diário de 93,5 milhões de barris.

E é aproximadamente esse valor que a PBR conseguiu aumentar a produção, 275.000 barris/dia, neste ano, com números de setembro.



Aqui numa colagem do post do Eurosex com respeito, sempre a todos, o respeito, numa referencia ao post do Eurosex, apenas a ultima frase é minha não fica a impressão da past copy, :-"
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Re: Petróleo...

por Cem pt » 24/10/2014 22:20

- Amigo Green:

:shock: :shock: :shock: :? :?: :mrgreen: :-k

Andaste a ler livros de ficção ou estiveste a festejar com uns tintos ao jantar?

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Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 24/10/2014 21:41

Por um lado a Rússia via no actual momento a Ucrânia como um alvo fraco cheio de recursos a ser alcançada e que se queria apoderar dela a bel benefício, e da mesma forma uma iminente desintegração da Europa e da Zona Euro.

Mas os Alemães já entenderam que, ou devem sair do euro deixando a moeda entregue aos restantes estados-membro, ou devem ceder perdoando parte da dívida dos PIGS, reunindo forças internas entre todos os Estados. Esse entendimento por parte dos Alemães só é possível por causa da ameaça Russa à própria integridade física da Alemanha e seus recursos, e naturalmente da Europa como um todo.

Mais uma vez na história os EUA (em conjunto agora com a Arábia Saudita) reuniram condições para ajudar a Europa e desvalorizar imediatamente o petróleo levando a Rússia a recuar.

Mas agora que esta onda de baixo no petróleo já está em curso é primordial que a Europa apoie a Ucrânia. Apesar de Juncker já ter dito que nos próximos 5 anos nenhum país deverá entrar na UE.
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 24/10/2014 21:09

A Lógica é supor que foram os EUA e a Arábia Saudita em conjunto a preparar a actual descida do petróleo com várias finalidades, entre as quais, levar a Rússia a recuar perante Ucrânia , UE e EUA. Pois a sanções que foram imputadas a Moscovo não tinham tido efeito imediato.

Uma vez que o petróleo já entrou em correcção, agora os EUA e a Arábia Saudita não precisam vender fortemente contratos nem aumentar a produção porque o petróleo já está aos níveis suficientes que provocam o objectivo pretendido. :arrow: Levar a Rússia a ter que aumentar as vendas de petróleo a niveis perto dos 80s de forma a conseguir obter receita. Quanto mais vende, mais o petróleo desce. Esta necessidade russa, é acompanhada também por outros países como o Irão, Iraque, China, Angola, Líbia, todos aqueles que não estão em total sintonia com os EUA e com a Arábia Saudita. Todos aqueles que estão fortemente dependentes das contas do petróleo para manter o país a funcionar.

A Rússia é dos que mais está a sofrer com isso.

Entretanto para os países não produtores e que estejam dependentes dos mercados externos, pode haver algum folgo e fazer-se um timing adequado para relançar a economia, enquanto o petróleo deixa de ser um travão.

A meu ver, a cereja no topo do bolo, seria já amanhã a Alemanha anunciar que perdoaria 33% da dívida dos periféricos. A Alemanha assumia 1/3 das perdas e toda a Europa ficaria numa posição mais vantajosa entre si e entre o resto do mundo. Se isso vier a acontecer o petróleo terá de subir e muito mais tarde.
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 24/10/2014 17:03

Ao contrário do que o JN publica hoje, a Arábia Saudita parecia que estava a cortar a produção e realmente até está.

É como disse, os EUA e Arabia Saudita conseguiram provocar ou iniciar esta onda descendente mas agora já não precisam de a manter porque a onda alimenta-se a ela própria com alguns dos outros países produtores entre os quais a Rússia, a ter que vender petróleo ao desbarato porque não têm outra solução para conseguir dinheiro para tentar equilibrar as contas correntes.

É assim que os EUA colocam a Rússia nos eixos. Esta situação durará até o mercado querer, ou melhor, até o conjunto de agentes entender o que podem esperar dos preços no futuro.
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 24/10/2014 16:48

Inicialmente eu acredito que foram os EUA e a Arábia Saudita e provocar esta onda descendente no petróleo temporariamente para dificultar a vida aos Russos. (não há melhor forma de os colocar na ordem).

Agora que os Russos estão a entrar em défice de conta corrente necessitando de liquidez, vendem mais petróleo perto dos 80usd o que impossibilita a recuperação. Quanto mais a necessidade de lucrar e de vender, mas o petróleo desce, acabando os Russos por vender a matéria aos nível mais baixo dos últimos 4 anos.
Dentro da OPEP existem outros países que também necessitam de vender actualmente o que também dificulta a recuperação do petróleo.

Eu acredito que esta clivagem do preço ao afastar-se do equilíbrio é temporária. Embora de momento não exista nenhuma vontade dos EUA e Arábia Saudi em levantar o petróleo para níveis de 100usd.

Uma vez iniciada a queda, tem que se dar tempo ao tempo para o conjunto dos agentes começar a entender a avareza do seu próprio despertar. Só com essa consciência e com alguma visão técnica gráfica é que se pode alterar as coisas e esperar pela maior procura mundial. Enquanto isso EUA e Saudi Arabia sancionam a Rússia.
 
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Re: Petróleo...

por FDPC » 23/10/2014 18:54

Para 2015, a Agência Internacional de Energia cortou as previsões de procura em cerca de 300 mil barris por dia. Contudo, o consumo vai acelerar no próximo ano, aumentando em 1,1 milhões de barris por dia, ou 1,2%, para um total diário de 93,5 milhões de barris.

E é aproximadamente esse valor que a PBR conseguiu aumentar a produção, 275.000 barris/dia, neste ano, com números de setembro.
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Re: Petróleo...

por rsacramento » 23/10/2014 18:34

em complemento do post do cem:

Quebra na produção saudita leva preços do petróleo a subir nos mercados internacionais

Os preços do petróleo nos mercados estão a subir mais de 1% estando, ainda assim, abaixo dos 90 dólares por barril. A Arábia Saudita terá reduzido o abastecimento ao mercado no mês de Setembro, o que está a impulsionar os preços da matéria-prima.
Os preços do petróleo estão a subir nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, soma 1,28% para 81,55 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, que serve de referência às importações portuguesas, avança 1,46% para 85,95 dólares por barril.

Esta evolução dos preços da matéria-prima tem lugar numa altura em que uma fonte da Bloomberg salientou que a Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, reduziu a produção desta matéria-prima em Setembro. A Arábia Saudita forneceu menos 328 mil barris por dia, pelo que, em Setembro, forneceu 9,36 milhões de barris.

"Subitamente a Arábia Saudita reduziu a sua produção e isso deve, pelo menos, ser suficiente para dar algum apoio a estabilizar o mercado", afirmou à Bloomberg Gene McGillian, analista da Tradition Energy no Connecticut, EUA. "Temos números melhores do que o esperado na produção na China e na Europa. Algumas das condições de venda excessiva estão a aliviar", acrescentou.

No passado dia 14 de Outubro, foi revelado o relatório mensal da Agência Internacional de Energia. O documento indicava que, este ano, a procura de petróleo vai crescer ao ritmo mais lento desde 2009, devido ao arrefecimento do crescimento económico. Segundo o relatório, citado pela Bloomberg, o consumo de petróleo vai aumentar em cerca de 650 mil barris por dia este ano, o que representa metade do valor estimado em Junho. O uso global desta matéria-prima vai subir cerca de 0,7% para 92,4 milhões de barris por dia.

Para 2015, a Agência Internacional de Energia cortou as previsões de procura em cerca de 300 mil barris por dia. Contudo, o consumo vai acelerar no próximo ano, aumentando em 1,1 milhões de barris por dia, ou 1,2%, para um total diário de 93,5 milhões de barris.

fonte
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Re: Petróleo...

por Cem pt » 23/10/2014 17:56

Deixo-vos um artigo do Alfredo Hardy, um jornalista especializado em análises aos mercados petrolíferos, publicado ontem no jornal venezuelano "El Universal", explicando de forma sucinta o que está a acontecer com esta baixa tremenda dos preços:



Los precios petroleros rondan 80 dólares por barril, su nivel más bajo en cuatro años. Hasta verano los precios estaban sobre 110 dólares y de pronto el tobogán. Con Iraq, Libia, Siria y Nigeria en problemas los precios deberían moverse hacia arriba, no hacia abajo. ¿Qué ocurre entonces?

La economía global está débil. El PIB de Japón cayó por segundo trimestre consecutivo y Alemania, la locomotora europea, pareciera enrumbarse a una recesión. China da una dura batalla para mantener el crecimiento anticipado y Estados Unidos, aunque crece, lo hace débilmente en relación a estándares históricos. Por tercera vez el FMI bajó sus proyecciones de crecimiento para la economía mundial en 2014, situándola en 3,3%.

Sin embargo, la debilidad de la demanda no puede explicar una caída tan drástica en los precios: 15% en tres meses. Máxime en momentos de inestabilidad para productores relevantes. Lo fundamental de la respuesta debe buscarse por tanto en la oferta: una producción que sobrepasa en 2,8 millones de barriles diarios a la de hace un año. Estados Unidos y Arabia Saudita serían los principales responsables de ello.

El caso estadounidense pareciera más transparente: 65% de incremento en su producción petrolera en apenas cinco años como resultado de la revolución del esquisto, lo que la ha llevado a 8,8 millones de barriles diarios, su mayor nivel en casi 30 años. Arabia Saudita, persiguiendo intereses particulares, abre el chorro petrolero, llevándolo a casi 10 millones de barriles diarios.

¿Qué busca este último país? En términos estrictamente comerciales, mayor porcentaje de mercado. O más concretamente mayor porcentaje del mercado asiático, donde se sitúa 75% del crecimiento mundial de la demanda. Dados sus bajos costos de producción y su flexibilidad para aumentarla, Arabia Saudita puede sustraer clientela a muchos de sus socios de la OPEP. Tan evidente es su intención que aparte de empujar los precios a la baja, redujo en un dólar la cotización de su barril para Asia. Según algunos analistas la monarquía saudita buscaría también hacerle perder rentabilidad al petróleo de esquisto estadounidense, pero esto no se sostiene como argumento. Alrededor de 80% de la producción petrolera de esquisto solo dejaría de ser rentable a partir de 60 dólares por barril.

Sin embargo, habría que ser ingenuo para no suponer que detrás del objetivo comercial hay también otro político. No olvidemos que Arabia Saudita lidera al bloque sunita contrapuesto al chiita que encabeza Irán y que ambos han venido enfrentándose en Siria por vía interpuesta. Cuando Teherán comenzaba a levantar cabeza gracias a la flexibilización de las sanciones, viene este nuevo golpe. Habiéndose deslizado al octavo rango como productor OPEP, debido a las sanciones, Irán había logrado sobrellevarlas gracias a los altos precios. La caída de éstos resulta devastadora.

Si llevamos la suspicacia a nivel de realismo político, deberíamos suponer que Arabia Saudita no está sola en este intento de bajar los precios con fines geopolíticos. Así como Riyadh tiene interés en llevar a las cuerdas a Teherán, también Washington desea hacerlo con Moscú. De hecho el columnista estrella del New York Times, Thomas Friedman, se preguntaba en días pasados si detrás de la baja de los precios no se encontrarían las manos estrechadas de Estados Unidos y Arabia Saudita. Nada tendría mayor sentido estratégico para ambos.

La caída de los precios petroleros, a partir de 1985, desató la crisis económica de la Unión Soviética y puso en movimiento la dinámica que condujo a su implosión. A la inversa, fue el aumento sostenido de los precios petroleros el que devolvió a Moscú parte de su influencia perdida. Si en adición a las sanciones impuestas por Occidente Moscú debe sobrellevar una merma en la sabia vital de su economía, el impacto será tremendo.

De ser ésta la realidad cabría preguntarse por cuanto tiempo pueden Washington y Riyadh sostener el actual nivel de precios. Dado que los costos de producción de Arabia Saudita son de 6 dólares por barril, podría suponerse que por siempre. Pero no es así. Mantener la estabilidad política y social del reino requiere de ingentes gastos sociales y de costosos proyectos de infraestructura. Para sostener la rueda en marcha deberá echarse mano a las reservas internacionales, pero siendo estas de 750 millardos de dólares alcanzará para rato. Nadie desea sin embargo comerse sus reservas. El costo de producción del petróleo de esquisto estadounidense es sustancialmente más alto que el saudita, aunque todavía por debajo de los actuales precios. Estos últimos le representan ventajas y desventajas a ese país. De un lado dinamiza a su economía pero del otro introduce mucha incertidumbre en un sector clave de ésta: el esquisto. Ello indudablemente desestimula las inversiones.

Todo indica que los precios permanecerán bajos por un rato.
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 22/10/2014 20:24

A actual quebra do preço do petróleo tem múltiplos efeitos drásticos na Rússia. Por um lado deixa de ser rentável estar explorar e a produzir petróleo, por outro lado a Rússia necessita de obter liquidez e evitar défice tendo para isso necessidade de vender mais barris. Quanto mais vende para conseguir liquidez mais afunda o petróleo e isto, da mesma forma com outros grandes produtores dentro da OPEP e tudo ao mesmo tempo no mesmo dia.

Embora a Rússia não faça parte da OPEP ela é o maior produtor e tem um papel muito decisivo no preço.

Aos países não produtores como Portugal seria inteligente comprar o mais possível neste momento para fazer face ao futuro drástico dos elevados preços que um dia podem vir.

Como se estanca uma tendência incontrolável descendente/ascendente? Como se põe fim à loucura do preço que se auto-reforça afastando-se do equilibrio, provocando alívios e pesos nas economias de todo mundo?
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 22/10/2014 14:32

Um dado curioso:

:arrow: Os maiores produtores de petróleo do mundo são 1- Rússia, 2- Arábia Saudita, 3- Estados Unidos América, 4- Irão, 5- China.

:arrow: Quem detém as maiores reservas de petróleo são 1- Venezuela, 2-Arábia Saudita, 3-Canadá, 4- Irão, 5-Iraque.

A Rússia com 150 milhões de pessoas (metade da dos EUA) é o maior produtor e é quem mais vende tendo grande capacidade de influenciar os preços, não sendo quem detém as maiores reservas é natural dado a sua posição no mundo ser uma geradora de conflitos internacionais pela incansável necessidade de obter petróleo. Se fosse só e apenas o frio que se faz sentir lá em cima, mas não é só...
 
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Re: Petróleo...

por Optimiza » 22/10/2014 1:43

O barril de crude poderá ter encontrado suporte nos 80usd.
Não na óptica de contratos de futuros, mas na lógica da produção e refinação, a volatilidade vigente é suportável, desde que enquadrada no intervalo dos 80 a 100usd por barril.

Eis um caso sui generis (que não sendo exemplar, é assim suportado):
Forest oil  corp  - a  Bollinger rebound should always look like that.png
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Re: Petróleo...

por ricardmag » 21/10/2014 23:54

Essa é fácil :!:
É fazer como o governo português, aproveitar a baixa no preço dos combustíveis para anunciar novos impostos sobre os mesmos para assim compensar a diminuição da receita sobre os combustíveis :lol: Tá bonito, tá ...
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 21/10/2014 23:49

Os Russos estão furiosos com o mundo. Para além de furiosos estão a afastar-se cada vez mais do pódio e das maiores economias do mundo. Para além de sanções económicas por parte dos EUA e da UE, estão a enfrentar uma perda de competitividade nunca antes vista. A actual quebra do petróleo fará a Rússia a entrar em incumprimento e o banco central já teve que intervir de urgência, e deverá não se ficar por aqui.
Hoje foi morto do presidente da petrolífera Total em um acidente de avião, o que quanto a mim foi atentado do governo russo.
A Rússia necessita a todo custo arranjar capital para tapar o défice que os preços do petróleo estão a provocar. Essa necessidade fará a Rússia e outros países ter que vender ainda mais petróleo, o que reforçará as quedas do preço abaixo de 80usd. Isso só é vantajoso em parte para os países não produtores como Portugal com os quais existem trocas dessa matéria prima.

Como se pára ou estanca um roll descendente no petróleo desta envergadura?
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 16/10/2014 13:16

rmachado Escreveu:<modo teoria conspirativa on>
Não estaremos a assistir a uma quebra no preço para forçar o ISIS a perder uma fonte de financiamento? O Irão do lado dos USA com a Arábia Saudita a ajudar?
<modo teoria conspirativa off>



Eu acredito que esta quebra é temporária, com um dos objectivos de colocar a Rússia no seu devido lugar. Mas não só... 8-)

O esforço que o mundo está a fazer para uma retoma global merece um alivio no relançamento das economias desenvolvidas que não sejam produtoras de petróleo, tal como Portugal.
Só com uma depreciação do euro e um abaixamento do petróleo é possível que se ganhe de novo alguma competitividade. Quer em gastos com energias, preços de produtos, ou mais crédito na economia e criação de postos de trabalho. Alías, a partir deste momento o desemprego tem todas as condições para se aproximar da NAIRU que é a taxa minima de desemprego que uma economia consegue suportar quando está no seu auge de expansão, sem que a inflação aumente. Essa taxa, estruturalmente tem vindo a agravar-se ao longo dos anos e deverá ser algures de 8% de desemprego quando a economia portuguesa estiver no seu auge.
 
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Re: Petróleo...

por rmachado » 16/10/2014 11:00

<modo teoria conspirativa on>
Não estaremos a assistir a uma quebra no preço para forçar o ISIS a perder uma fonte de financiamento? O Irão do lado dos USA com a Arábia Saudita a ajudar?
<modo teoria conspirativa off>
 
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Re: Petróleo...

por PC05 » 15/10/2014 15:05

O brent esteve hoje a perder mais de 2% e recuperou há pouco para verde. Ressalto ou um pouco mais .... veremos.
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Re: Petróleo...

por rmachado » 15/10/2014 14:35

Sinto falta de uma actualização do "mais visto e comentado e falado e..." tópico do preço do Gasoil/Gasolina do Marco...
Desta vez dá-me mesmo a ideia que os amigos de cá tão a fugir a regras demonstrada pelo Marco nesse belo trabalho.
 
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Re: Petróleo...

por ruiqueiroz » 15/10/2014 13:36

Deixo agora um artigo muito interessante da Russia Today, sobre a guerra do petroleo em que a Arabia Saudita embarcou

http://rt.com/op-edge/196148-saudiarabi ... rontation/
 
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Re: Petróleo...

por _x_ » 15/10/2014 11:26

Boas,

Ainda não tinha lido esse artigo do Zero, mas a ideia é a mesma, também devo ser um dos teóricos conspirativos. :mrgreen:
A dedução deste pensamento está em linha com o que se vai lendo de diversas noticias, quando em comparação com situações semelhantes no passado e consequências que se começam a notar/sentir.

Com a descida dos combustíveis, (fatores energéticos) praticamente toda a economia tem custos a eles associados, logo, se desce um dos fatores de custo das matérias, estas terão tendência a descer igualmente, na linha da conspiração, ai que isto alimenta a deflação. :wink:
_X_

John Maynard Keynes ‏
The capitalist economy is not real, it is simply a delusion that keeps the masses enchained to their social bondage.

É sempre muito falível projetar cenários não acontecidos.
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Re: Petróleo...

por fff » 14/10/2014 23:00

Fonte - Artigo site zerohegde
"
Crude Crashing: Brent Is Most. Oversold. EVER

Yesterday we lamented the ridiculously oversold levels in West Texas Intermediate, which as BofA calculated, has hit "oversold" levels for only the third time in six years. We assumed that this could be the basis for a short-term rebound. We were wrong, because we clearly had no idea just how determined the Saudis are to crush Putin into the ground courtesy of plunging oil prices.

As of moments ago, WTI has tumbled nearly $4, some 5%, to just over $81...
But to our rather great dismay, what is gong on with Brent turned out to be far worse, and as the weekly RSI indicator shows the selloff in Brent is now the worst, well, ever!"


Nos graficos só vejo suportes nos 70 e poucos.

Vamos a ver se a sangria vai continuar no BRENT ou se temos rebound.

Se a queda continua ate aos 70, a GALP não vai gostar nada disto......
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 14/10/2014 14:27

A nível global é expectante que os EUA atinjam o auge de produção de gas de xisto em 2016 não havendo substituto directo do petróleo. O petróleo continuará a ser o rei da energia por largos anos.
No momento presente existem condições macro para o petróleo estar a descer, mas isso nada justifica os fundamentais de longo prazo. Quem estiver a comprar contratos futuros para lá de 2017 está numa posição avantajada e certa porque deverá sorrir. :lol:

Actualmente não é por a gasolina descer mais que passa a haver mais consumo, portanto aos produtores não lhes interessa estar a vender mais barato porque não vão ver mais dinheiro. Antes pelo contrário, a médio e longo prazo os combustíveis vão ter que subir e muito. Esse é o lado certo. Esse é o lado da verdade.
 
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Re: Petróleo...

por ruiqueiroz » 13/10/2014 16:08

Ler link:
http://www.zerohedge.com/news/2014-10-1 ... its-europe

Gosto em geral deste site, embora procure um pouco a teoria da conspiração, mas dá uma visão diferente do mundo económico global.
 
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Re: Petróleo...

por EuroSexy » 13/10/2014 15:39

_x_ Escreveu:É muito estranho, que a cotação desça desta forma abrupta, dando um jeito enorme para combater a Russia e indiretamente a Venezuela o ISIS os apoiantes árabes deste, e o Irão.

Quando não existia grandes tenções, os mercados mantinham-se lá em cima, agora com uma data de complicações, os mercados "conseguem" atirar a cotação muito abaixo e rapidamente, quando no passado ocorria o contrário.


Ou a Russia quebra antes do inverno chegar, ou chegando ai, a russia passa ao ataque e corta o gás.
Com o acumular de problemas nos outros países produtores, eu que não sou crente, deus nos livre guarde.



A Rússia não se pode dar ao luxo de cortar o gas à Europa. Eles estão entre a espada e a parede e precisam de arranjar dinheiro. Eles têm é que vender mais. Se venderem mais os preços descem ainda mais. É complicado para a Rússia.
 
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