A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.
Sobre a queda do petroleo, ontem, que foi a maior dos últimos meses:
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"It's all related to the (investment) funds dumping a portion of their long holdings," said Jim Ritterbusch, president of Ritterbusch & Associates in Galena, Ill.
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Contributing to Monday's sell-off was data released Friday that showed speculative buying of oil contracts hit a record in the week ended July 31. Some investors worry speculation has driven prices to an unsustainable level, and have started to sell their positions, analysts said. Others, including many big investment funds, simply sell portions of their holdings to lock in profits when prices hit certain levels, Ritterbusch said.
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Como vi o Mercado hoje
O DJ foi a imagem ao espelho de 6ª feira, recuperando mais que as perdas desse dia e tendo a maior subida, em percentagem, dos últimos 4 anos.
Cuidado porque foi sobretudo um short-covering rally.
Muitos dos grandes investidores estavam curtos em acções, especialmente financeiras e cobriram-nas (daí as fortes subidas em FRE e FNM)porque o FED reúne amanhã em Washington.
Embora não mude a taxa, se texto que sair disser que a inflação está controlada, Wall Street assume um corte brevemente e o Mercado dispara.
Se perderam o espectáculo do Cramer na CNBC na 6ª feira chamando “nuts!” ao FED, vejam agora:
http://www.youtube.com/watch?v=cYPtCmdFCrc
O DJ foi a imagem ao espelho de 6ª feira, recuperando mais que as perdas desse dia e tendo a maior subida, em percentagem, dos últimos 4 anos.
Cuidado porque foi sobretudo um short-covering rally.
Muitos dos grandes investidores estavam curtos em acções, especialmente financeiras e cobriram-nas (daí as fortes subidas em FRE e FNM)porque o FED reúne amanhã em Washington.
Embora não mude a taxa, se texto que sair disser que a inflação está controlada, Wall Street assume um corte brevemente e o Mercado dispara.
Se perderam o espectáculo do Cramer na CNBC na 6ª feira chamando “nuts!” ao FED, vejam agora:
http://www.youtube.com/watch?v=cYPtCmdFCrc
À esquerda, por baixo dos gráficos em Market Diaries52-Week Low
ou aqui:
http://stockcharts.com/h-sc/ui?s=$NYLOW ... 8040626491
ou aqui:
http://stockcharts.com/h-sc/ui?s=$NYLOW ... 8040626491
rmachado, penso que esta explicação, que está na Fogueiro's Toolbox cujo link deixei no 1º Post deste Tópico, te esclarecerá:
Indicador de 2 segundos
Mede a saúde do Mercado, dia a dia. O nome vem de que é muito rápido de ver.
Diz-nos quantas acções fizeram mínimos de 52 semanas no NYSE. Uso este Mercado e não o Nasdaq, por ser mais representativo de todos os Sectores da economia americana.
Mas se quiserem ver também os do Nasdaq bem como os máximos de 52 semanas em ambos os Mercados, podem ver aqui:
http://www.marketwatch.com/tools/market ... siteid=wsj
O indicador 2 segundos ajuda-nos a distinguir se uma queda generalizada dos índices é uma tomada de lucros (se se mantiver abaixo de 40) ou se é algo mais sério (se durante 5 dias fizer mais de 40). Se, mesmo nos dias de fortes quedas dos principais Índices, ficar abaixo de 40, devemos manter-nos full-invested, pois estamos num Mercado saudável, ou aproveitar essas quedas para comprar.
Ao inverso, se o DJ, o S&P500 e o Nasdaq estiverem a subir mas houver 5 dias seguidos de leituras superiores a 40, é de começar a vender pois, provavelmente, aproxima-se um topo.
Mas também é útil antes dos fundos do Mercado, após um longo período de leituras altas (chegou a ter valores acima de 200 em Outubro de 2005). Quando estas começam a diminuir, avisam que o fundo está próximo e um novo uptrend se aproxima. É a altura de começar a comprar.
Desde já os meus parabéns por tão boa análise, realmente temos de olhar o mundo para além do óbvio e perceber a razão das coisas. Quem diria que o mercado imobiliário americano sofria de algo que começou a mais de 60 anos (PS - comemora-se hoje uma data importante nessa história, na nossa história, Hiroshima 62 anos depois...)
Agora aqui vai uma pergunta, ou eu estou a ler mal (muito possivel a esta hora) ou a algo que não percebi na sua explicação:
Então se o indicador 2´´ registar 5 sessões ABAIXO dos 40.. convém começar a ponderar a tal correcção e "cobri-la" com PUTS, contudo mais em baixo aparece em Agosto deu sinal de compra e só a 10 de Julho o indicador voltou a registar 5 dias ACIMA de 40... logo... parece-me uma aparente contradicção, ou estou a perceber mal...?
Obrigado
Agora aqui vai uma pergunta, ou eu estou a ler mal (muito possivel a esta hora) ou a algo que não percebi na sua explicação:
Quando o Indicador de 2” registar 5 sessões seguidas abaixo de 40 (em calão da Street, do tempo em que não havia Net nem Nasdaq, porque só demorava 2 segundos a ler na 1ª pagina do Wall Street Journal, onde aparecia o número de novos mínimos e novos máximos de 52 semanas que o NYSE tinha feito na véspera).
Nesta fase começo a vender os Puts de cobertura das posições longas (sobre QQQQ e SPY) e a entrar só no sector mais forte (neste momento é Defesa).
...
Em Agosto do ano passado o NYLOW (NYSE – New Lows) que é o nome engravatado para o Indicador de 2”, deu sinal de compra e nunca mais voltou a registar 5 sessões consecutivas com leituras acima de 40, até 10 de Julho passado.
Então se o indicador 2´´ registar 5 sessões ABAIXO dos 40.. convém começar a ponderar a tal correcção e "cobri-la" com PUTS, contudo mais em baixo aparece em Agosto deu sinal de compra e só a 10 de Julho o indicador voltou a registar 5 dias ACIMA de 40... logo... parece-me uma aparente contradicção, ou estou a perceber mal...?
Obrigado
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É perante comentários desta dimensão e qualidade que me apercebo do que tenho que aprender
É que andamos nos mercados muitas vezes de uma forma totalmente empírica e sem conhecimentos que fundamentem certas decisões
Só tenho mesmo que dizer: EXCELENTE ANÁLISE
Maria João
É que andamos nos mercados muitas vezes de uma forma totalmente empírica e sem conhecimentos que fundamentem certas decisões
Só tenho mesmo que dizer: EXCELENTE ANÁLISE
Maria João
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Fogueiro
Acredita que usei o teu post para tentar demonstrar aos meus pais que não era a melhor altura para vender uma propriedade que têm - fui desde a explicação dos baby boomers até à altura conjuntura do imobiliário e da crise economica em Portugal.
Quis apenas dizer-te com isto que, ao contrário do que alguns pensam, se aprende com quase tudo o que aqui é escrito, e que esses conhecimentos podem ser aplicados nas mais diversas situações. Obrigada pela partilha e um abraço (pode ser beijoca, que já é tarde ninguém vê)
P.S. Os meus pais foram dormir sobre o assunto, acho que os baralhei um bocadito, mas fiz boa figura
Acredita que usei o teu post para tentar demonstrar aos meus pais que não era a melhor altura para vender uma propriedade que têm - fui desde a explicação dos baby boomers até à altura conjuntura do imobiliário e da crise economica em Portugal.
Quis apenas dizer-te com isto que, ao contrário do que alguns pensam, se aprende com quase tudo o que aqui é escrito, e que esses conhecimentos podem ser aplicados nas mais diversas situações. Obrigada pela partilha e um abraço (pode ser beijoca, que já é tarde ninguém vê)
P.S. Os meus pais foram dormir sobre o assunto, acho que os baralhei um bocadito, mas fiz boa figura
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Pata-Hari Escreveu:Fantástica análise, Fogueiro! Acho que reunes muitos dos argumentos bullish e que contrariam os cenários catastróficos avançados por muitos, era exactamente o que eu esperava que fizesses porque tens uma visão clara e muito global da economia e uma experiência de mercado não igualável por ninguém que participa nos fóruns.
Explica-nos uma coisa, usando a tua toolbox, em que momento começarás a reinvestir a liquidez gerada nesta correcção? quais os indicadores que terão que se alterar?
É excelente ter-te por cá a fazer os teus fantásticos comentários. Obrigado .
Obrigado pelos generosos comentários, Pata-Hari.
Quanto à pergunta:
Quando o Indicador de 2” registar 5 sessões seguidas abaixo de 40 (em calão da Street, do tempo em que não havia Net nem Nasdaq, porque só demorava 2 segundos a ler na 1ª pagina do Wall Street Journal, onde aparecia o número de novos mínimos e novos máximos de 52 semanas que o NYSE tinha feito na véspera).
Nesta fase começo a vender os Puts de cobertura das posições longas (sobre QQQQ e SPY) e a entrar só no sector mais forte (neste momento é Defesa).
A inversão para Bull de médio prazo ou intermédio é dada quando o Indicador de MP der sinal de compra (3 dos 5 Índices ficarem acima de ambas as suas MM 25 dias e MM 50 dias), desde que o Ind. 2” continue positivo (continuará enquanto não fizer 5 sessões acima de 40).
Agora fecham-se os Puts e reforçam-se as posições longas, sem precipitações, pois as subidas são muito mais lentas que as quedas, e pode haver re-teste aos mínimos para formar um duplo fundo seguido de um bonito W.
O melhor cenário seria o S&P 500, depois de fazer um primeiro fundo na sua MM exponencial de 325 dias (que há muito tempo lhe serve de suporte) e que está +- nos 1.400, ir aos 1.500, voltar a testar a zona dos 1.400 (de preferência um pouco acima do mínimo anterior) e seguir para os 1.600 que é onde estará a sua tendência principal – lá para o Outono, quando o FED descer a taxa directora.
Mas não investimos em cenários. Isso seria um grande erro. Eles apenas servem para planear, com antecedência, o que faremos SE acontecerem.
Em Agosto do ano passado o NYLOW (NYSE – New Lows) que é o nome engravatado para o Indicador de 2”, deu sinal de compra e nunca mais voltou a registar 5 sessões consecutivas com leituras acima de 40, até 10 de Julho passado.
Deu sinal de venda 5 sessões depois, no dia 16, pois nesse período as leituras foram sempre acima de 40.
O topo dos Mercados foi no dia 19.
Deu-nos tempo mais que suficiente para tomar as medidas apropriadas.
- Anexos
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- Indicador de 2 segundos.png (0 Bytes) Visualizado 27036 vezes
acintra Escreveu:Caro Fogueiro,
Com este abrandamento da economia nos USA, e com o consumo de energia a diminuir ou seja aumentado as reservas, não será este o sector seguinte em risco?
Obrigado, pela excelente análise.
Sim para as grandes petrolíferas (duble-names) que estão a ter os custos acrescidos, dificilmente repercutireis nos preços, porque o petróleo barato já foi extraído e por problemas políticos a que não estavam habituadas (Rússia, Nigéria, Venezuela, etc.), para além da pressão dos ambientalistas, que não abrandará certamente.
Nas Utilities, que corrigiram muito, deverão ser boas compras brevemente CEG, EXC, FE, MIR, e NRG. A imposição do Etanol vai-lhes permitir renegociar os preços de venda da electricidade e voltarem aos lucros anteriores.
No Sector Energia só estou investido actualmente em Trusts canadianos que estão muito baratos (Cap. Bolsista/Reservas) face aos congéneres norteamericanos, e estão com Dividend Yields acima de 12% – como HTE, PGH, PWI, CNE, AAV, PWE e PVX (por ordem decrescentes dos Yields do fecho de 6ª feira).
Disclaimer: Este comentário é a minha opinião e nunca uma recomendação de compra ou venda. As compras e as vendas são da responsabilidade do Investidor, bem como os lucros ou as perdas resultantes. O Autor pode ter, e provavelmente tem, posições nos títulos referidos. Em caso de dúvida, deverá o Investidor procurar um intermediário financeiro, a SEC, a Euronext, ou a CMVM
Re: A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.
Fogueiro Escreveu:Esta geração acumulou um enorme poder de compra. Muitos tinham 2 casas, alguns 3 ou mesmo mais. O início do boom imobiliário na Florida e Califórnia (mas não só) deveu-se a eles.
Depois, como sempre, vieram os especuladores, que o ampliaram exponencialmente.
É curioso que o mesmo se passou com Espanha e Portugal em relação aos "baby boomers" do norte da Europa.
E pelas mesmas razões se prevê um grande crash imobiliário em especial em Espanha.
Só que nem PT nem ES são os EUA nem o BCE é o FED, de modo que a coisa vai ser muito mais séria.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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[/quote]As quedas dos últimos dias foram acentuadas porque os seniores de Wall Street têm a mania que são Europeus e tiram férias em de Agosto. Como houve um fim-de-semana poucos dias antes, anteciparam as partidas.
Deixaram os juniores, que são uns mãos-fracas (se fossem corajosos eram seniores) com propensão para pânicar.
Deixaram os juniores, que são uns mãos-fracas (se fossem corajosos eram seniores) com propensão para pânicar.
O FED não gosta de ir contra o Mercado, e agora com os seus indicadores da inflação dentro do intervalo de conforto e os TB 10 anos a 4,7%, eu mantenho-me no clube restrito que acha que vai cortar a taxa directora no próximo Outono. Isto é muito bullish para as acções.
O volume mais elevado do ano realizado por júniores Essa não!...
Por isso defendo que não devemos comparar esta crise com as crises históricas que referi acima.
A FED está cada vez mais preocupada com a correcção do mercado imobiliário mas, a inflação ainda é a sua prioridade principal porque ainda não está controlada. Talvez por isso, ainda se venham a manter por alguns tempos as taxas inalteradas, caso contrário já tinham descido.
Não há nem nunca houve crises iguais! A próxima crise vai originar grandes debates e novas visões, tal como as anteriores provocaram.
Numa próxima crise, vamos perceber melhor o resultado e o impacto da alavancagem na sociedade
Numa próxima crise, vamos perceber melhor o impacto do crédito imobiliário de risco
Numa próxima crise vamos perceber melhor o barómetro dos preços das matérias-primas
Numa próxima crise provávelmente vamos desesperadamente concluir que o expansionismo do século XXI tinha fundo roto
Quando chega a próxima crise?
- Não sei!
Abraços
Mas qual crash?
Está quase tudo em saldos.
Vejam os PER, as cotações históricas, os earnings etc....
Estamos perante uma correcção - os mais receosos tomam mais valias, os menos receosos compram. E recolhem os frutos mais tarde.
Claro que para os investidores de curto prazo (shorts não é?), isto tá mau.
Sentimento: strong buy
Atenção que eu sou investidor a médio longo prazo.
By the way, excelente análise Fogueiro.
Está quase tudo em saldos.
Vejam os PER, as cotações históricas, os earnings etc....
Estamos perante uma correcção - os mais receosos tomam mais valias, os menos receosos compram. E recolhem os frutos mais tarde.
Claro que para os investidores de curto prazo (shorts não é?), isto tá mau.
Sentimento: strong buy
Atenção que eu sou investidor a médio longo prazo.
By the way, excelente análise Fogueiro.
- Mensagens: 119
- Registado: 7/11/2006 1:41
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Fantástica análise, Fogueiro! Acho que reunes muitos dos argumentos bullish e que contrariam os cenários catastróficos avançados por muitos, era exactamente o que eu esperava que fizesses porque tens uma visão clara e muito global da economia e uma experiência de mercado não igualável por ninguém que participa nos fóruns.
Explica-nos uma coisa, usando a tua toolbox, em que momento começarás a reinvestir a liquidez gerada nesta correcção? quais os indicadores que terão que se alterar?
É excelente ter-te por cá a fazer os teus fantásticos comentários. Obrigado .
Explica-nos uma coisa, usando a tua toolbox, em que momento começarás a reinvestir a liquidez gerada nesta correcção? quais os indicadores que terão que se alterar?
É excelente ter-te por cá a fazer os teus fantásticos comentários. Obrigado .
A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.
Há uma semana, quando vim a este Fórum comentar o imbróglio BCP, a minha amiga Pata-Hari sugeriu que escrevesse um comentário sobre um possível crash devido à crise financeira americana (subprimes & Cia). Como as suas sugestões são ordens para mim, aqui fica o que acho sobre o assunto.
A origem da crise financeira está no Sector Imobiliário, sobre o qual não tenho escrito, pois quando comecei a Carteira NY no Think Finance (inicialmente Carteira E+M -- Energia + Minerais) em Janeiro de 2005) já tinha saído do Imobiliário e do Financeiro.
Mas, agora, para explicar a minha leitura do que se está a passar, terei que voltar a esse passado.
Saí do Imobiliário e do Financeiro em 2004 por causa dos Baby Boomers.
Essa geração, nascida no pós – II Guerra Mundial, triplicou a média de nascimentos tendencial.
Alguns números para ilustrar a sua dimensão:
Citação:
There is much debate that the 76 million American children born between 1945 and 1964 represent a cohort that is significant on account of its size. As of 2007, the term baby boomer is generally applied to anyone between the ages of 44 and 62. Boomers comprise nearly 20% of the adult US population. In 2004, the UK baby boomers held 80% of the UK's wealth and bought 80% of all top of the range cars, 80% of cruises and 50% of skincare products.
in Wikipedia
Fim de citação.
Esta geração acumulou um enorme poder de compra. Muitos tinham 2 casas, alguns 3 ou mesmo mais. O início do boom imobiliário na Florida e Califórnia (mas não só) deveu-se a eles.
Depois, como sempre, vieram os especuladores, que o ampliaram exponencialmente.
Em 2004 os primeiros Baby Boomers tinham 59 anos. Conheço vários, e a sua intenção para a reforma era reduzir os seus locais de habitação, e ir viver para aquela casa onde se sentiam melhor.
Vender as outras e investir em planos que aumentassem as suas reformas e cuidados de saúde, ou em direitos em sítios de 3ª idade, mas também em lazer, sendo os Cruzeiros e o Golf duas das preferências mais referidas.
Muitos aspiravam a conhecer, sem pressas, os sítios onde os seus pais tinham combatido, na Europa, e de que tanto tinham ouvido falar.
Em 2005, os primeiros Baby Boomers reformaram-se e passaram de compradores de casas a vendedores de casas.
Despoletaram a crise no Imobiliário Residencial.
E como só estamos nos primeiros 2 anos de um período que durou quase 20, o Sector Imobiliário Residencial terá de se reajustar a esta nova realidade, antes de recuperar.
Quanto ao Sector Financeiro, que não terá percebido este cenário,vou só lembrar as crises históricas dos Mercados de Capitais, datas e quedas que se lhes seguiram.
Todas estão associadas a duplos topos, com os internos do Mercado simultaneamente a deteriorar-se. O Indicador de 2” negativo, com mais de 40 mínimos de 52 semanas no NYSE em dias sucessivos a ocorrerem, mais volume a cair que a subir, etc.
Os duplos topos são raros e só ocorreram 6 vezes em 80 anos, segundo Jonh P. Hussman:
Outubro de 1929 (-86,2%)
Maio de 1946 (-28,8%)
Fevereiro de 1969 (-36,1%)
Janeiro de 1973 (-48,2%)
Setembro de 1987 (-33,5%)
Abril de 1998 (seguido de uma correcção de 18% até Outubro)
A subsequente recuperação levou à bolha do milénio a seguir à qual os mercados perderam quase metade do seu valor.
O que é comum a essas 6 crises foi o aumento rápido dos spreads das taxas de juro, a partir de valores muito baixos.
Actualmente isso está a acontecer, com um voo picado em direcção aos TB – daí a taxa dos 10 anos estar em 4,7%. As Subprime contagiaram os Empréstimos Hipotecários normais e a emissão de obrigações pelos Private Equity e outras Instituições credíveis, que até aqui não tinham dificuldade em colocar as suas operações. É todo o sistema de funding que está em crise.
Perante tudo isto, vem aí um crash?
Claro que não.
Estamos agora numa economia global que acrescenta centenas de milhões de novos consumidores todos os anos. Eles vão absorver a crise financeira – e financiar, nos próximos meses, mais do que os $200 mil milhões que as private equity precisam para ir às compras já planeadas.
A Economia Mundial está a crescer 5% ao ano, tal como nos anos 60.
Mas, nos anos 60 o crescimento dito Mundial era, praticamente, EEUU + Europa Ocidental + Japão.
A Europa de Leste não crescia, a Rússia estagnava e a China de Mao teve anos de crescimento negativo.
Agora temos mais 1.500 milhões de novos consumidores e a contar…
Até a África está a crescer mais de 6%.
Parece que Angola anda pelos 30% (corrigido para metade por MozHawk)
Isto é tão grande que torna o problema financeiro americano controlável em meses.
Por isso defendo que não devemos comparar esta crise com as crises históricas que referi acima.
Estamos num ciclo de expansão no qual participam, pela primeira vez, quase todos os países do Mundo.
Durante esta expansão teremos recessões, como mandam as leis económicas, mas estas leis terão de adaptar-se à globalização do Sec XXI – não podem aplicar-se, tout cour, a um Mercado que acrescentou 70 % de players àquele que as viu nascer.
O FED não gosta de ir contra o Mercado, e agora com os seus indicadores da inflação dentro do intervalo de conforto e os TB 10 anos a 4,7%, eu mantenho-me no clube restrito que acha que vai cortar a taxa directora no próximo Outono. Isto é muito bullish para as acções.
As quedas dos últimos dias foram acentuadas porque os seniores de Wall Street têm a mania que são Europeus e tiram férias em de Agosto. Como houve um fim-de-semana poucos dias antes, anteciparam as partidas.
Deixaram os juniores, que são uns mãos-fracas (se fossem corajosos eram seniores) com propensão para pânicar.
Quando o Mercado fazia máximos escrevi que uma correcção de 5-10% era previsível e necessária para que o bull market prosseguísse. Estamos quase nos 10%, para o S&P 500 só faltam 33 pontos ou 2% – o que é, e talvez não seja coincidência, muito próximo do suporte crítico da MME de 325 dias.
Vamos ver.
Isto é o que eu acho, mas não conta nada para as decisões de compra e venda das carteiras.
Essas, como sempre, serão tomadas segundo o que acha o Mercado, que é interpretado pela Fogueiro’s Toolbox, que agora está na página 1 deste Tópico em:
http://tinyurl.com/yqxmsw
Ou este, compilado pelo TimeOut:
http://tinyurl.com/2c9jc8
...
A origem da crise financeira está no Sector Imobiliário, sobre o qual não tenho escrito, pois quando comecei a Carteira NY no Think Finance (inicialmente Carteira E+M -- Energia + Minerais) em Janeiro de 2005) já tinha saído do Imobiliário e do Financeiro.
Mas, agora, para explicar a minha leitura do que se está a passar, terei que voltar a esse passado.
Saí do Imobiliário e do Financeiro em 2004 por causa dos Baby Boomers.
Essa geração, nascida no pós – II Guerra Mundial, triplicou a média de nascimentos tendencial.
Alguns números para ilustrar a sua dimensão:
Citação:
There is much debate that the 76 million American children born between 1945 and 1964 represent a cohort that is significant on account of its size. As of 2007, the term baby boomer is generally applied to anyone between the ages of 44 and 62. Boomers comprise nearly 20% of the adult US population. In 2004, the UK baby boomers held 80% of the UK's wealth and bought 80% of all top of the range cars, 80% of cruises and 50% of skincare products.
in Wikipedia
Fim de citação.
Esta geração acumulou um enorme poder de compra. Muitos tinham 2 casas, alguns 3 ou mesmo mais. O início do boom imobiliário na Florida e Califórnia (mas não só) deveu-se a eles.
Depois, como sempre, vieram os especuladores, que o ampliaram exponencialmente.
Em 2004 os primeiros Baby Boomers tinham 59 anos. Conheço vários, e a sua intenção para a reforma era reduzir os seus locais de habitação, e ir viver para aquela casa onde se sentiam melhor.
Vender as outras e investir em planos que aumentassem as suas reformas e cuidados de saúde, ou em direitos em sítios de 3ª idade, mas também em lazer, sendo os Cruzeiros e o Golf duas das preferências mais referidas.
Muitos aspiravam a conhecer, sem pressas, os sítios onde os seus pais tinham combatido, na Europa, e de que tanto tinham ouvido falar.
Em 2005, os primeiros Baby Boomers reformaram-se e passaram de compradores de casas a vendedores de casas.
Despoletaram a crise no Imobiliário Residencial.
E como só estamos nos primeiros 2 anos de um período que durou quase 20, o Sector Imobiliário Residencial terá de se reajustar a esta nova realidade, antes de recuperar.
Quanto ao Sector Financeiro, que não terá percebido este cenário,vou só lembrar as crises históricas dos Mercados de Capitais, datas e quedas que se lhes seguiram.
Todas estão associadas a duplos topos, com os internos do Mercado simultaneamente a deteriorar-se. O Indicador de 2” negativo, com mais de 40 mínimos de 52 semanas no NYSE em dias sucessivos a ocorrerem, mais volume a cair que a subir, etc.
Os duplos topos são raros e só ocorreram 6 vezes em 80 anos, segundo Jonh P. Hussman:
Outubro de 1929 (-86,2%)
Maio de 1946 (-28,8%)
Fevereiro de 1969 (-36,1%)
Janeiro de 1973 (-48,2%)
Setembro de 1987 (-33,5%)
Abril de 1998 (seguido de uma correcção de 18% até Outubro)
A subsequente recuperação levou à bolha do milénio a seguir à qual os mercados perderam quase metade do seu valor.
O que é comum a essas 6 crises foi o aumento rápido dos spreads das taxas de juro, a partir de valores muito baixos.
Actualmente isso está a acontecer, com um voo picado em direcção aos TB – daí a taxa dos 10 anos estar em 4,7%. As Subprime contagiaram os Empréstimos Hipotecários normais e a emissão de obrigações pelos Private Equity e outras Instituições credíveis, que até aqui não tinham dificuldade em colocar as suas operações. É todo o sistema de funding que está em crise.
Perante tudo isto, vem aí um crash?
Claro que não.
Estamos agora numa economia global que acrescenta centenas de milhões de novos consumidores todos os anos. Eles vão absorver a crise financeira – e financiar, nos próximos meses, mais do que os $200 mil milhões que as private equity precisam para ir às compras já planeadas.
A Economia Mundial está a crescer 5% ao ano, tal como nos anos 60.
Mas, nos anos 60 o crescimento dito Mundial era, praticamente, EEUU + Europa Ocidental + Japão.
A Europa de Leste não crescia, a Rússia estagnava e a China de Mao teve anos de crescimento negativo.
Agora temos mais 1.500 milhões de novos consumidores e a contar…
Até a África está a crescer mais de 6%.
Parece que Angola anda pelos 30% (corrigido para metade por MozHawk)
Isto é tão grande que torna o problema financeiro americano controlável em meses.
Por isso defendo que não devemos comparar esta crise com as crises históricas que referi acima.
Estamos num ciclo de expansão no qual participam, pela primeira vez, quase todos os países do Mundo.
Durante esta expansão teremos recessões, como mandam as leis económicas, mas estas leis terão de adaptar-se à globalização do Sec XXI – não podem aplicar-se, tout cour, a um Mercado que acrescentou 70 % de players àquele que as viu nascer.
O FED não gosta de ir contra o Mercado, e agora com os seus indicadores da inflação dentro do intervalo de conforto e os TB 10 anos a 4,7%, eu mantenho-me no clube restrito que acha que vai cortar a taxa directora no próximo Outono. Isto é muito bullish para as acções.
As quedas dos últimos dias foram acentuadas porque os seniores de Wall Street têm a mania que são Europeus e tiram férias em de Agosto. Como houve um fim-de-semana poucos dias antes, anteciparam as partidas.
Deixaram os juniores, que são uns mãos-fracas (se fossem corajosos eram seniores) com propensão para pânicar.
Quando o Mercado fazia máximos escrevi que uma correcção de 5-10% era previsível e necessária para que o bull market prosseguísse. Estamos quase nos 10%, para o S&P 500 só faltam 33 pontos ou 2% – o que é, e talvez não seja coincidência, muito próximo do suporte crítico da MME de 325 dias.
Vamos ver.
Isto é o que eu acho, mas não conta nada para as decisões de compra e venda das carteiras.
Essas, como sempre, serão tomadas segundo o que acha o Mercado, que é interpretado pela Fogueiro’s Toolbox, que agora está na página 1 deste Tópico em:
http://tinyurl.com/yqxmsw
Ou este, compilado pelo TimeOut:
http://tinyurl.com/2c9jc8
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Editado pela última vez por Fogueiro em 11/12/2007 5:00, num total de 4 vezes.
Quem está ligado: