PT Multimédia cai 12,6% em três dias
As acções da PT Multimédia caíram hoje, pela terceira sessão consecutiva. Os títulos da dona da TV Cabo têm vindo a perder valor desde que foram definidos alguns dos parâmetros da cisão do grupo PT, com alguns investidores reduzirem posições na empresa. A previsão de concorrência, no futuro, por parte da PT também está a penalizar o papel.
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Paulo Moutinho
paulomoutinho@mediafin.pt
As acções da PT Multimédia caíram hoje, pela terceira sessão consecutiva. Os títulos da dona da TV Cabo têm vindo a perder valor desde que foram definidos alguns dos parâmetros da cisão do grupo PT, com alguns investidores reduzirem posições na empresa. A previsão de concorrência, no futuro, por parte da PT também está a penalizar o papel.
A PT Multimédia fechou a sessão de ontem com uma queda acentuada de 6,87%, depois de ter perdido quase 1% na sessão anterior. Os títulos quebraram, ontem, a fasquia dos 11,00 euros e hoje mantiveram-se abaixo desse patamar, encerrando em queda de 5,28% para os 10,40 euros.
Em três dias, o saldo das acções é negativo em 12,6%.
Para estas descidas recentes, e acentuadas, estão a contribuir a definição de alguns dos parâmetros da separação da empresa da Portugal Telecom e também a saída de Zeinal Bava da liderança da companhia.
Na passada sexta-feira, a PT anunciou que as suas acções vão deixar de dar direito a títulos da nova empresa (que deixará de se chamar PT Multimédia) na semana de 29 de Outubro, o que tem levado muitos investidores a optarem por trocar a sua posição no capital da dona da TV Cabo por títulos da PT.
"Alguns investidores poderão estar a considerar que vão ficar com mais acções do que pretendem após o ‘spin-off’ da PT e por isso estão a reduzir exposição. Como não há muita liquidez, o impacto desta pressão vendedora é forte", afirmou um operador citado pela agência Reuters.
Forte concorrência da PT após o "spin off"
A penalizar os títulos da PT Multimédia está igualmente a perspectiva de forte concorrência, por parte da PT, perante a nova empresa, ainda para mais que a operadora é uma forte candidata à vitória na "corrida" à televisão digital terrestre (TDT).
"Os elevados investimentos necessários na TDT tornam a PT o candidato favorito neste concurso, que actualmente está em consulta pública e deverá ocorrer em 2008", referia o analista do BPI, Ricardo Pimentel Seara, numa nota emitida ontem.
O banco afirmou considerar a estratégia da PT, na conquista da TDT em Portugal, uma "boa estratégia defensiva da Portugal Telecom, pois permite segurar clientes de Internet de banda larga e defender a sua aposta no segmento de ‘triple play’".
Especulação segura PTM
A impedir uma maior descida das acções da PT Multimédia está o facto do mercado acreditar que depois da separação, a empresa fique vulnerável a movimentos de consolidação.
Grande parte dos ganhos da PTM, este ano, devem-se na sua maioria a esta perspectiva.
Em 2007, as acções estão a acumular uma valorização de 9,73%.
Os títulos da dona da TV Cabo encerraram a cotar nos 10,40 euros. No entanto, a média dos últimos seis meses (um dos parâmetros utilizados para determinar o valor mínimo da contrapartida no caso de uma OPA) situa-se bem acima, nos 11,83 euros.