PT Multimédia perde 17% na semana e já cota abaixo dos 10 euros
As acções da PT Multimédia voltam a fechar hoje em queda acentuada, de 5,48%, elevado para 17% a desvalorização na semana. Num dia de optimismo na bolsa de valores, a dona da TV Cabo esteve prestes a anular a totalidade dos ganhos acumulados em 2007.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
As acções da PT Multimédia voltam a fechar hoje em queda acentuada, de 5,48%, elevado para 17% a desvalorização na semana. Num dia de optimismo na bolsa de valores, a dona da TV Cabo esteve prestes a anular a totalidade dos ganhos acumulados em 2007.
Num dia de valorizações generalizadas na bolsa nacional, a PT Multimédia [Cot] continua a sua travessia pelo deserto, quando falta cerca de um mês para a realização do "spin off".
As acções fecharam hoje em queda de 5,48% para os 9,83 euros, num dia em tocaram num mínimo de 9,82 euros. Esta é a primeira vez desde Janeiro que o papel encerra abaixo da barreira psicológica dos 10,00 euros.
Ao longo da semana, a empresa liderada por Rodrigo Costa está a acumular uma desvalorização de 17,39% e está prestes a anular a totalidade dos ganhos de 2007 que estão reduzidos a 0,72%.
Para justificar a descida, Pedro Santos do Millennium bcp explicava ontem à Bloomberg que "existem algumas pessoas com acções das duas empresas, que estão agora a vender a PTM porque sabem que vão receber mais no 'spin off'".
Um operador disse à Reuters que "alguns investidores poderão estar a considerar que vão ficar com mais acções do que pretendem após o 'spin off' da PT e por isso estão a reduzir exposição. Como não há muita liquidez, o impacto desta pressão vendedora é forte".
Em 2006, a PTM tinha 14,41% do capital disperso em bolsa, mas a entrada e o reforço de novos accionistas reduziu o "free float" para os 7,17%.
"Muitos investidores acreditam que em termos fundamentais, a acção está cara. Logo se todos os accionistas da PT receberem acções da PT Multimédia, os investidores estão à espera que muitas acções sejam vendidas, o que poderá inundar o mercado. Basicamente, toda a gente está à espera que a acção caia depois do ‘spin-off", afirmou um "trader" de um banco português à Thomson Financial News.
Este ano, a empresa chegou a cotar num máximo de 12,74 euros, impulsionada pela entrada e reforço de accionistas e pela especulação de que após o "spin off", poderia vir a estar envolvida num movimento de consolidação.
A canadiana Cogeco, dona da Cabovião, descartou hoje esta hipótese.
Jules Grenier, vice-presidente da rival da TV Cabo, disse em entrevista ao Jornal de Negócios que a empresa quer crescer em Portugal, descartando, entretanto, a Multimédia. "Seria uma movimentação bastante dispendiosa".
Aquando da OPA da Sonaecom sobre a PT Multimédia, o grupo nortenho acabou por avançar com uma proposta de compra abaixo da cotação da altura, também por considerar que os múltiplos da empresa estavam altos.
Segundo dados da Bloomberg, a PTM está a negociar com um PER de 44,72 vezes, o mais alto do PSI-20. Este indicador mede a relação entre a cotação de uma empresa e os seus lucros unitários.