Não sei o que passa pela cabeça do Bush, mas uma guerra a sério não parece ser bom, nem para os Estados Unidos, nem para o Mundo em geral e muito menos para os mercados.
Penso que não se pode encontrar paralelismo entre esta eventual guerra e os conflitos no Afeganistão e há uma década atrás no Koweit. Neste último caso, o ataque foi em "campo neutro" e com utilização maciça de armamento aéreo. No caso do Afeganistão, era evidente a fraquíssima resistência bélica dos talibã.
Agora, o caso é outro. Se o Saddam for atacado, está-se a atacar o lobo no seu covil. Ou a atacar vespas no próprio vespeiro. Ora, isso poderá ter efeitos imprevisíveis: ou afinal o lobo não passa de um cordeiro, ou então reaje enfurecidamente, não importando que na refrega morra desde que também mate. O Iraque tem um arsenal bastante poderoso e pode facilmente utilizar escudos humanos.
Os efeitos da guerra nos mercados será tão ou mais imprevisível que a indecisão do seu início. É certo e sabido que aos primeiros ataques, a reacção até poderá ser positiva, assumindo-se que seja um ataque cirúrgico para animar as hostes norte-americanas. Mas, perante o eventual arsenal químico e/ou biológico do Iraque, o que poderá acontecer se houver um ataque ao Koweit ou a Israel. O que poderá acontecer às primeiras mortes de soldados norte-americanos? E se num confronto pontual um super-arsenal norte-americano for derrotado? E se os efeitos colaterais (elevadas mortes de civis) forem maiores do que os efeitos principais?
Posto isto, não me parece nada animador estar nos mercados a partir do início da guerra, pelo menos numa perspectiva de médio prazo. O Bush meteu-nos numa linda camisa de sete varas
Abraços
u2u