Fusão entre EADS e BEA pode acelerar cumprimento de objectivos europeus na área militar
17 Setembro 2012 | 10:50
Ana Torres Pereira -
atp@negocios.pt A fusão entre a fabricante de aviões EADS e a BEA Systems, empresa dedicada à área da defesa, poderá ser um impulso para a ambição dos líderes europeus de tornar a indústria militar mais eficiente, noticiou a Reuters.
A Reuters referiu que a União Europeia tem procurado há muito promover uma maior cooperação transnacional em projetos de defesa na Europa, após os Governos terem cortado no orçamento militar dos seus países.
A NATO também apelou a que os países tentassem optimizar os seus recursos através dessa mesma cooperação.
Com este cenário, a fusão entre a EADS e a BEA poderia contribuir para a obtenção destes objectivos, acrescentou a mesma fonte.
Em conjunto, as duas empresas têm um volume de negócios de 93 mil milhões de dólares, com um portfólio de produtos que vão desde os aviões militares Airbus, passando pelos Typhoon e submarinos de propulsão nuclear.
Os governos alemão e francês já manifestaram o seu apoio à fusão, contudo alertaram para os obstáculos que a operação poderá encontrar, nomeadamente ao nível da protecção do emprego.
Já o Governo britânico já afiançou que está a trabalhar para garantir que o interesse público seja preservado.
Especialistas da area da Defesa, citados pela Reuters, referiram que os governos europeus irão alocar “um montante significativo” à area da Defesa, mas também irão reduzir custos. A agência refere que apesar da integração europeia em várias áreas, a Defesa continua a ser um assunto nacional.
Alguns analistas defendem que esta fusão poderá ser o motor para a “standarização” das forças armadas nos três principais países, Reino Unido, França e Alemanha.
Os grupos britânico BAE Systems, da área da defesa, e europeu EADS, do sector aeroespacial, estão a negociar a sua fusão, duas unidades que empregam mais de 220.000 trabalhadores.
O negócio criaria uma empresa 'gigante' nos domínios da defesa e aeroespacial, quando a conjuntura nestas áreas é dominada por desafios e incertezas, perante os cortes orçamentais na Europa e nos Estados Unidos.
A EADS já é uma das maiores empresas europeias, envolvida na produção de aviões (Airbus), helicópteros (Eurocopter), satélites (Astrium) e eletrónica de defesa (Cassidian). A Airbus e a EADS têm disputado o mercado da aviação civil e militar à norte-americana Boeing.