Antes de mais devo agradecer as palavras amáveis de todos quantos responderam ao meu último post. É mais uma pequena prova do bom ambiente que se vive neste espaço e do espírito de camaradagem e franca amizade que se desenvolveu. De outra forma não se explicariam os exagerados elogios...
Em relação ainda ao tema desse post, tentarei «matar o bichinho» ao fim de semana. Infelizmente é a altura em que o Caldeirão se encontra mais morno e menos fervilhante mas é o melhor compromisso que encontro neste momento. Participações minhas durante a semana serão de agora em diante muito raras...
Mas falemos de Bolsa que é o que realmente interessa ao Fórum...
Em relação à PT, confirmo as palavras da Pata. De facto reduzi ontem (sexta-feira) fortemente a minha posição longa na PT (a 7.21 para os mais curiosos) e passo a explicar as razões:
A PT encontra-se a negociar num range muito apertado após ter realizado um novo máximo no rallye de médio-prazo. Este comportamento dá-se numa altura particularmente crítica pois coincide com duas grandes referências da minha análise:

A zona da LTd de longo-prazo (digo zona porque trata-se de uma LT de prazo muito alargado e não me parece conveniente ser muito preciso perante uma referência deste tipo... a A.T. não é assim tão perfeita, como muito bem diz o Ulisses e com o que eu concordo plenamente... além de que um pequeno ajuste na LT implica vários ticks de desvio no momento actual, é muito difícil ser preciso numa linha tão antiga). Ainda sobre este ponto e em especial para o Flying Turtle, não considero nesta altura que a «minha» LTd tenha sido claramente quebrada, antes contrário. Para a considerar claramente quebrada tería que ver outro tipo de pujança no título, subidas fortes acompanhadas de forte volume e não este «marinar lateral» a que estamos a assistir, que para mim não mais revela do que a dificuldade da PTC passar estes níveis.

Por outro lado temos um novo máximo praticamente coincidente com um dos meus <i>targets</i> - o S/R horizontal nos 7.28. Neste ponto, o Fernando acertou e de facto, para considerar a LTd claramente quebrada, tería que ver a PT quebrar igualmente as duas grandes referências horizontais que encontro nesta zona, os 7.28 (S/R horizontal de médio-prazo) e os 7.50 (S/R horizontal de longo-prazo).
Outro aspecto importante relaciona-se com o facto das condições em que se está a dar esta lateralização apertada. Os elevados volumes (em particular o da sessão de sexta-feira, mas não só) indiciam a meu ver um certo índice (crescente) de distribuição. Aqui discordo ligeiramente do Fernando dos Aidos, a distribuição não obriga a cair (pelo menos fortemente) o título. Em caso de queda forte com volume considero um cenário de sell-off ou pânico vendedor. A Distribuição não se dá com forte pressão vendedora, antes o <i>Smart Money</i> aproveita enquanto ainda existe muito interesse comprador para descarregar as suas posições sem que isso faça o título cair fortemente (o <i>dumb money</i> ainda está a comprar, o <i>smart money</i> já está a vender, o que normalmente é sinal de quedas). A Distribuição dá-se normalente quando, após grandes subidas, assistimos a sessões de forte volume que não afectam grandemente a cotação, ou seja, em norma assistimos a uma lateralização (idêntica a uma consolidação) e quanto muito a quedas pequenas, não muito significativas. Um indicador como o OBV tende a detectar estas distribuições porque a probabilidade do título cair nem que seja alguns ticks é elevada (e para o indicador, cair um tick ou dez ticks, o efeito é o mesmo, o importante é que caia e que haja volume... se cair muito e não houver volume o indicador desce menos do que se cair pouco mas com grande volume e é desta forma que ele ajuda a detectar a distribuição). Como referi num post anterior, o indicador não é perfeito e pode ocorrer que uma distribuição (ou a fase inicial) lhe passe despercebida (isso ocorre quando a distribuição ocorre sem que o título caia um tick sequer). Por vezes, a distribuição pode ser detectada a «olho nú» com alguma sensibilidade de análise, sem que no entanto os indicadores deixem de prestar um papel auxiliar nomeadamente a quantificar os movimentos: somos muito bons a analizar qualitativamente - por exemplo a dizer a olho nú se há distribuição ou não - mas em aspectos quantitativos somos claramente ultrapassados pela máquina - somos praticamente incapazes de a olho nú dizer quantos Milhões «entraram» e quantos Milhões «saíram», coisa que os indicadores fazem com uma «perna às costas».
Resumindo, o facto desta lateralização se estar a dar com elevados volumes levam-me a inclinar mais para uma distribuição do que para uma consolidação (que deveria ocorrer com fracos volumes, principalmente em dias de queda ligeira como o de sexta-feira). Logicamente esta análise poderá estar errada e eu poderei estar completamente enganado, mas se juntarmos este facto ao de a PTC se encontrar numa zona crítica e tecnicamente ideal para ou finalizar o rebound de médio-prazo ou para partir para um movimento de correcção às fortes subidas recentes e ainda o facto de se encontrar em zona de sobrecompra, então sou levado a considerar que o risco de uma posição longa se elevou consideravelmente nas últimas sessões.
Porque mantive ainda assim uma posição longa marginal?... Porque de facto ainda não ocorreu nenhum sinal de saída claro e porque a tendência instalada é claramente ascendente e a PT o mais que tem feito é vencer barreiras atrás de barreiras. Tem agora algumas muito importantes pela frente mas não temos nenhuma garantia de que não as vá vencer, apenas indícios. Como a tendência tem sido o título levar a melhor, prefiro não apostar contra a corrente pelo que considero cedo para abrir posições curtas (numa perspectiva de position-trading, note-se) e porque, até prova em contrário, é mais vantajoso deixar correr os lucros do que estar a cortá-los e a apostar contra a corrente. Portanto, tendo considerado que o risco se elevou fortemente com alguns sinais de distribuição, fortes resistências pela frente e situação de sobrecompra optei então por reduzir a posição e estou preparado para anulá-la completamente caso estes semáforos laranja se venham a confirmar.
Uma quebra em baixa deste range (cujo suporte tem rondado os 7.10-7.13) ou ainda uma quebra em fecho dos 7.00 são as referências que estou a tomar para fechar completamente e começar a apostar no lado curto, conforme o comportamento do título (volume que vá fazendo em queda, por exemplo).
Caso quebre em alta as barreiras, então nesse caso vou mantendo a posição longa que ainda me sobra, pensando em reforçá-la apenas se o título bater claramente as três barreiras que tem pela frente. Nesse caso, a melhor altura para reforçar a posição sería após uma retracção ou após uma consolidação de baixo volume quebrada em alta.
Como este post já vai longo e provavelmente maçador deixarei para outra altura o mercado em geral, sobre o qual gostaria de opinar. Tentarei deixar qq coisa sobre os principais índices ainda durante o fim-de-semana pois há um ponto ou outro que gostaria de assinalar... talvez ainda hoje, se me der insónias...
