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Saíram estas 2 notícias durante a semana que não são muito animadoras para a indústria cimenteira...
Entretanto a guerra, e as passagens, na Semapa parece terem entrado em compasso de espera e eu aproveitei para reduzir a minha posição longa. Para reentrar, segundo espero, um pouco mais abaixo...
Entretanto a guerra, e as passagens, na Semapa parece terem entrado em compasso de espera e eu aproveitei para reduzir a minha posição longa. Para reentrar, segundo espero, um pouco mais abaixo...
Negócios.pt - 2003-02-17 19:04 Escreveu:Holcim não quer vender Cimpor
Os lucros da Holcim terão caído 40% em 2002 para os 396 milhões de euros, devido à constituição de uma provisão de 82 milhões de euros devido a processos judiciais. Apesar das dificuldades financeiras, a cimenteira rejeita qualquer intenção de alienar acções da Cimpor.
Os resultados líquidos da cimenteira suíça que controla 5% da Cimpor caíram 8,3% em 2001 devido ao abrandamento da procura e subida dos custos com a modernização de fábricas. Os lucros atingiram, em 2001, os 555 milhões de euros.
(...)
A queda dos lucros da Holcim é também explicada pela «desvalorização de taxas de câmbio do franco suíço face ao euro».
Contactada pelo Negocios.pt, fonte oficial da Holcim descartou qualquer intenção de alienar os seus actuais 5% no capital da Cimpor, situação que poderia ser equacionada face à actual depressão dos resultados. A venda de activos não estratégicos é utilizada pelas empresas para recuperarem as contas das actividades.
«Os nossos resultados não são assim tão desesperadamente maus para termos intenção em vendemos as acções na Cimpor», acrescentou a mesma fonte.
A alienação da posição na Cimpor «não é um assunto que esteja a ser discutido neste momento», destacou a mesma fonte.
No ano passado, a Holcim reduziu a sua posição de 10% para metade no capital da Cimpor, por considerar que aquela participação tinha deixado de ser estratégica para o grupo suíço.
O grupo lutou pelo controlo da cimenteira nacional liderada por Pedro Teixeira Duarte, tendo mesmo lançado uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), em conjunto com a Semapa, que atingiu os 23,50 euros por acção.
Depois da tomada de posse do novo conselho de administração liderada pela Teixeira Duarte, a Holcim, que mantinha processos judiciais contra aquela gestão, desistiu dos mesmos, reduzindo para 5% os direitos na Cimpor, considerando que a venda das acções permitiria ao grupo investir no seu core business.
As acções da Cimpor encerraram nos 16,11 euros a subir 0,06%.
Por Bárbara Leite
AgênciaFinanceira - 2003-02-17 18:18 Escreveu:Semapa é mais afectada por quebra no consumo de cimento
As perspectivas para o mercado cimenteiro continuam desanimadoras. De acordo com os analistas contactados pela AgênciaFinanceira, o consumo de cimento vai continuar em forte queda em 2003 e 2004, podendo mesmo chegar a registar uma quebra acumulada nestes dois anos de mais de 10%.
De acordo com a analista do BSN, Margarida Fialho, «antevê-se, novamente, para este ano uma forte queda no consumo de cimento em Portugal. O ano passado, segundo os dados da AECOPS, o consumo desceu 6,4% e as expectativas continuam a não ser boas nem para 2003, nem para 2004».
«A actividade na construção continua fraca, espera-se algum relançamento durante o ano, mas o crescimento do out put do sector da construção deverá continuar negativo. Perspectiva-se uma quebra do sector da construção de 2% e tendo em conta que grande parte das obras vão ser concessões rodoviárias, novas auto-estradas, que consomem pouco cimento, prevemos que o cenário central seja de uma queda do consumo de cimento este ano entre 5 e 6%» refere ainda a mesma analista, adiantando que «no próximo ano também não se prevê nenhuma reanimação. Se olharmos para a estrutura do consumo de cimento verificamos que ele depende muito do sector residencial. E apesar de se prever uma reanimação das obras públicas, a parte residencial deve continuar a cair. Logo estimamos uma nova quebra do consumo de cimento na casa dos 4 a 5%, em 2004. Isto significa que estamos a falar de uma quebra acumulada nos próximos dois anos que poderá ser superior a 10%».
Um sentimento que é partilhado pela analista do BES Investimento, Margarida Mira, e por um outro analista que preferiu não ser identificado. Para Margarida Mira «os dados que saíram sobre as vendas de cimento surpreenderam pela negativa, o que leva a concluir que o abrandamento do investimento terá sido muito mais forte no último trimestre. Por outro lado, dado que não há indicadores económicos que nos dêem garantias que tenha havido uma melhoria neste primeiro mês de Janeiro, e o facto dos indicadores de confiança continuarem muito baixos, dá para prever o pior para o mercado cimenteiro nacional» refere, acrescentando que desta forma, «as cimenteiras têm motivos para se preocupar com a invasão do mercado. As importações de cimento estão a aumentar, e esta situação aliada à forte queda da procura em Portugal é preocupante. Ainda não temos as nossas estimativas para 2003, mas, com certeza, que quer em termos de resultados quer em termos de valor, vai haver aqui um impacto. Logo, as nossas estimativas deverão ser revistas em baixa».
Também para o outro analista «a tendência de queda vai-se manter, não existem sinais que levem a crer o contrário. Para já, as estimativas que temos apontam para uma descida do consumo (de cimento) de 5% este ano».
Semapa com maior exposição no mercado nacional será mais afectada
A analista do Santander também admite que «este é um cenário preocupante sobretudo para a Semapa, que tem uma exposição muito maior a Portugal que a Cimpor. Cerca de 90% das vendas da Semapa são feitas em Portugal e portanto será com certeza mais afectada». Ainda assim, «as nossas avaliações para as empresas já reflectem este cenário», acrescenta.
De qualquer forma, queda do consumo à parte, «na Semapa, depois da aquisição da posição da Secil aos minoritários, as capacidades de investimento da empresa também ficam um bocado limitadas nos próximos dois a três anos. Caso contrário começa-se a entrar em níveis de dívida insustentáveis», refere por seu lado Margarida Mira.
Já na Cimpor, a contribuir está o facto «de certa maneira, as aquisições da empresa no estrangeiro terem sido para precaver este possível abrandamento do mercado português, porque não se espera que o ritmo de investimento em infra-estruturas continue tão intenso como até aqui. Sublinhe-se, no entanto, que a situação não é de todo assustadora e que isto não quer dizer que pelo facto do mercado estar mais fraco as empresas decidam começar a fazer alienações» refere ainda a analista do BES.
O que pode acontecer é que tendo em conta que «Portugal continua a ser o mercado da Cimpor que actualmente liberta mais cash-flow, é natural que, face à conjuntura, se abrande o ritmo de expansão da empresa», acrescenta a mesma analista.
Um abrandamento que leva a outras alternativas. Margarida Fialho refere no que diz respeito à politica de expansão da Cimpor que «é, no entanto, possível que venha a haver mais alguma realocação de activos, mas para já penso não estar nada na mira da empresa. De qualquer maneira, em termos de crescimento orgânico, a Cimpor já anunciou planos de expansão da sua capacidade actual nalguns países (Brasil, Egipto por exemplo) que lhe permitirão continuar a crescer mesmo sem novas aquisições».
De referir ainda que, segundo os analistas, não se prevêem no curto prazo alterações significativas no sector cimenteiro nacional, apesar de admitirem que a partir do segundo trimestre de 2004, quando a Teixeira Duarte poder mexer na posição adquirida na última privatização da Cimpor, ser provável que se venham a registar alterações accionistas, nomeadamente com o reforço da Lafarge na cimenteira nacional.
Por Mónica Freilão