A Bomba (...ou as armas servem para alguma coisa)!
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A Bomba (...ou as armas servem para alguma coisa)!
Um dos aspectos da crise ideológica do comunismo soviético em meados dos anos 50, e que deu origem à teoria não marxista da "coexistência pacífica", foi a convicção de Krutschev de que acabara a possibilidade de projectar a luta de classes mundial numa III Guerra, dado que havia a Bomba [atómica]. Foi um importante momento da história das ideias no século XX, infelizmente pouco estudado, e contribui de forma poderosa para o fim das concepções teleológicas da História de raiz hegeliana. Havia agora formas de "negatividade", que em vez de avançar com a História acabavam com ela.
Esquecemo-nos de tudo isto, mas os terroristas de 11 de Setembro deveriam lembrar-nos que acabou o período de paz gerado pela mutual assured destruction. Nos últimos 20 anos, países como o Paquistão acederam à condição de potências nucleares, países como o Iraque ou a Coreia do Norte possuem sistemas rudimentares de lançamento de mísseis, múltiplos Estados e alguns grupos de terroristas têm ao seu dispor conhecimentos e materiais que lhes permitem construir armas nucleares, químicas e biológicas. Sem grandes meios e só necessitando de algum tempo, armamento biológico, talvez o mais perigoso a curto prazo, insisto, a curto prazo pode estar em condições de ser utilizado como arma. Existem hoje armas de destruição em massa, baratas, disponíveis, transportáveis e eficazes. Os atentados de 11 de Setembro mostraram que há também homens capazes de as utilizar sem hesitação. Acabou a racionalidade que estava por detrás da mutual assured destruction, entrou-se no apocalipse.
É por tudo isto que a luta contra o terrorismo não pode parar. Tem de chegar a todos os lados onde haja estados, onde haja alguém a pensar dar a um grupo qualquer o que precisa para despejar um frasco de antrax em Nova Iorque ou iniciar uma epidemia de varíola no Reino Unido, ou destruir uma central nuclear perto de Moscovo. A existência de armas de destruição massa acessíveis aos terroristas fá-los ter estes planos, que só por ingenuidade se pode pensar não estarem a ser estudados e preparados.
É claro que nenhuma luta contra o terrorismo impedirá um militante do Hamas de entrar num restaurante israelita e fazer explodir as famílias que estão a comer pizza. Isso é em absoluto impossível. No entanto, já é possível perturbar consideravelmente a possibilidade de haver atentados do tipo dos de 11 de Setembro, atacando bases, cortando os dinheiros, prendendo ou matando em combate os terroristas.
Por muito cruel que possa parecer não há outro meio, porque o que está em jogo é tudo. Quem compreender o significado dos atentados de 11 de Setembro, sabe que tem de ser assim e ainda bem que existem democracias que têm incorporado na sua identidade a percepção de que têm de estar armadas e que as armas servem para alguma coisa.
Quem não entender isto, estará morto a prazo e aqui nem sequer se pode dizer better red than dead. Aqui é só dead.
Autor: José Pacheco Pereira - "Vai pensamento".
Esquecemo-nos de tudo isto, mas os terroristas de 11 de Setembro deveriam lembrar-nos que acabou o período de paz gerado pela mutual assured destruction. Nos últimos 20 anos, países como o Paquistão acederam à condição de potências nucleares, países como o Iraque ou a Coreia do Norte possuem sistemas rudimentares de lançamento de mísseis, múltiplos Estados e alguns grupos de terroristas têm ao seu dispor conhecimentos e materiais que lhes permitem construir armas nucleares, químicas e biológicas. Sem grandes meios e só necessitando de algum tempo, armamento biológico, talvez o mais perigoso a curto prazo, insisto, a curto prazo pode estar em condições de ser utilizado como arma. Existem hoje armas de destruição em massa, baratas, disponíveis, transportáveis e eficazes. Os atentados de 11 de Setembro mostraram que há também homens capazes de as utilizar sem hesitação. Acabou a racionalidade que estava por detrás da mutual assured destruction, entrou-se no apocalipse.
É por tudo isto que a luta contra o terrorismo não pode parar. Tem de chegar a todos os lados onde haja estados, onde haja alguém a pensar dar a um grupo qualquer o que precisa para despejar um frasco de antrax em Nova Iorque ou iniciar uma epidemia de varíola no Reino Unido, ou destruir uma central nuclear perto de Moscovo. A existência de armas de destruição massa acessíveis aos terroristas fá-los ter estes planos, que só por ingenuidade se pode pensar não estarem a ser estudados e preparados.
É claro que nenhuma luta contra o terrorismo impedirá um militante do Hamas de entrar num restaurante israelita e fazer explodir as famílias que estão a comer pizza. Isso é em absoluto impossível. No entanto, já é possível perturbar consideravelmente a possibilidade de haver atentados do tipo dos de 11 de Setembro, atacando bases, cortando os dinheiros, prendendo ou matando em combate os terroristas.
Por muito cruel que possa parecer não há outro meio, porque o que está em jogo é tudo. Quem compreender o significado dos atentados de 11 de Setembro, sabe que tem de ser assim e ainda bem que existem democracias que têm incorporado na sua identidade a percepção de que têm de estar armadas e que as armas servem para alguma coisa.
Quem não entender isto, estará morto a prazo e aqui nem sequer se pode dizer better red than dead. Aqui é só dead.
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- Registado: 8/11/2002 8:29
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