Lucros do BPI crescem 11% nos primeiros nove meses do ano (act)
O Banco BPI anunciou hoje que os resultados dos primeiros nove meses do ano ascenderam a 126,6 milhões de euros, mais 11% que no mesmo período do ano passado e em linha com as estimativas mais optimistas dos analistas.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
O Banco BPI anunciou hoje que os resultados dos primeiros nove meses do ano ascenderam a 126,6 milhões de euros, mais 11% que no mesmo período do ano passado e em linha com as estimativas mais optimistas dos analistas.
Uma Poll de cinco analistas, efectuada pela Reuters, estimava que o lucro do BPI se tivesse situado entre 118 e 127,9 milhões de euros com o ponto médio intervalo em 121,5 milhões de euros. Nos primeiros nove meses de 2003 o Banco BPI apurou lucros de 113,8 milhões de euros.
A rendibilidade dos capitais próprios (ROE) situou-se em 14% nos primeiros nove meses de 2004, acima dos 12,9% do período homólogo de 2003. A rendibilidade do activo (ROA) evoluiu de 0,6% para 0,7% nos primeiros nove meses de 2004.
O produto bancário consolidado cresceu 4,9% para 607,8 milhões de euros e a margem financeira progrediu 3,4% até aos 366,2 milhões de euros. As comissões aumentaram 7,6% para 191,5 milhões de euros e os lucros em operações financeiras subiram 30,9% até aos 38,9 milhões de euros.
O banco diz que o crescimento nos lucros em operações financeiras resultou de ganhos em instrumentos de taxa de juro de 13,8 milhões de euros, 4,5 milhões de euros em «trading» de acções 4,5 milhões de euros, ambos na actividade doméstica, e de ganhos, essencialmente cambiais, provenientes da actividade internacional de 17 milhões de euros.
O contributo da actividade de banca comercial para o resultado líquido consolidado do BPI nos primeiros nove meses de 2004 foi de 139 milhões de euros, a que corresponde um ROE de 15%. Já a banca de investimento deu um contributo de 11,3 milhões de euros para os lucros consolidados.
A actividade em Portugal representa 80% dos lucros do BPI (101,8 milhões de euros).
Acções do BPI nos últimos seis meses
Custos sobem mas «cost to income» melhora
Os custos de estrutura consolidados registaram, nos primeiros nove meses de 2004, um aumento homólogo de 3,5%, com a actividade doméstica a registar um aumento idêntico.
«Na actividade doméstica, os custos com pessoal diminuíram 1.8%, apesar do impacto da actualização da tabela salarial em 2.7% em 2004. De referir que nas contas consolidadas, os custos com o pessoal caíram 1,7%», refere o comunicado do BPI.
Os fornecimentos e serviços de terceiros na actividade doméstica registaram um aumento de 10,8%, em termos homólogos.
Apesar destas subidas de custos, o BPI consegui melhorar o «cost to income» - rácio que mede os custos face às receitas (produto bancário) – de 56,9% para 55,6%. O rácio de eficiência desceu de 63% para 62,1%.
No final de Setembro de 2004, o rácio de requisitos de fundos próprios, calculado de acordo com as regras do Banco de Portugal, situava-se em 10,1% e o Tier I em 6,7%.
As dotações para provisões específicas para crédito ascenderam a 55,2 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2004, o que corresponde a uma redução de 3,2% relativamente ao período homólogo de 2003.
Os resultados extraordinários foram negativos em 27,4 milhões de euros, a reflectir sobretudo os custos com pensões de 29,2 milhões de euros. O banco diz que as responsabilidades com o fundo de pensões estão cobertas a 100%.
A carteira de crédito do BPI aumentou 6,9% para 18,35 milhões de euros, com o banco a destacar a subida de 13,6% no crédito à habitação. Os recursos totais de clientes cresceram 6,7%, totalizando 19,08 milhões de euros.
Em 30 de Setembro de 2004, o rácio de crédito a clientes vencido há mais de 90 dias ascendia a 1,1% e a respectiva cobertura do crédito vencido por provisões situava-se em 158%.
BPI tem menos valias latentes de 52,2 milhões de euros na PT e Impresa; participação no BCP com lucro nulo
No final de Setembro de 2004, o BPI tinha menos-valias latentes não provisionadas de 52,2 milhões de euros nas participações detidas na Impresa e Portugal Telecom.
Na empresa de media, onde a participação accionista ascende a 10,3%, a menos valia potencial é de 17,1 milhões de euros, enquanto na operadora de telecomunicações ascende a 35,2 milhões de euros. O BPI controla 1,7% da PT.
Já as mais valias latentes do BPI, em empresas cotadas e não cotadas, ascendem a 30,8 milhões de euros. Nas cotadas a maior mais valia é a registada na Cofina (2,6 milhões de euros), onde o banco tem uma posição de 7,7%.
No BCP, onde o BPI tem uma posição de 1,3% avaliada em 84 milhões de euros, a mais-valia é nula. Já nas não cotadas destaca-se a mais valia de 16,4 milhões de euros na Auto-Estradas do Oeste.
As acções do Banco BPI fecharam a 0,99% para os 2,99 euros.