Contributo para o EBITDA desce 20%
Resultados da Vivo com impacto negativo para a Portugal Telecom
Os resultados apresentados hoje pela Vivo, maior operadora de telecomunicações do Brasil, têm um impacto negativo para os seus accionistas, a Portugal Telecom e a Vivo, segundo o Credit Suisse. O BPI tem a mesma opinião, mas diz que o impacto é limitado.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
Os resultados apresentados hoje pela Vivo, maior operadora de telecomunicações do Brasil, têm um impacto negativo para os seus accionistas, a Portugal Telecom e a Vivo, segundo o Credit Suisse. O BPI tem a mesma opinião, mas diz que o impacto é limitado.
A Vivo, empresa que controla a Telesp Celular Participações e outras operadoras brasileiras, reportou, nos primeiros nove meses do ano, receitas de 8 mil milhões de reais, que ficaram 4% abaixo das previsões dos analistas do BPI. O número de novos clientes no terceiro trimestre (1,129 milhões) também ficou «bastante abaixo das previsões, com o BPI a aguardar um valor de 1,673 milhões.
O banco de investimento destaca o baixo número de novos clientes da Vivo como as más notícias dos resultados, pois a empresa perdeu quota de mercado (1,2 pontos percentuais).
Pela positiva o BPI refere que a margem do EBITDA aumentou para 32,7%, pelo que manteve as previsões da empresa terminar o ano com uma margem de 33,8%.
«Destacamos que muitos investidores estavam apreensivos com as margens da Vivo, devido aos custos dum mercado em crescimento e do aumento da concorrência», refere o BPI, adiantando que afinal estas estão «sob controlo».
O BPI conclui assim que os resultados da Vivo ligeiramente negativos, mas considera que estes têm um «impacto limitado» para a Portugal Telecom e para a Telefónica e Telefónica Móviles.
Contributo para o EBITDA desce 20%; Ahorro Corporación baixa previsões para PT
Já o Credit Suisse First Boston diz, num nota diária de hoje, que os resultados da Vivo devem ter um impacto negativo para Portugal Telecom e Telefónica Móviles, pois a tendência de margens mais fracas continuou a registar-se no terceiro trimestre.
O banco de investimento lembra que o terceiro trimestre costuma ser um dos mais favoráveis para a operadora (no terceiro trimestre de 2003 a margem EBITDA aumentou 4,3 pontos percentuais), mas no terceiro trimestre deste ano ficou estável face ao segundo.
Assumindo uma taxa de câmbio de 3,64 reais por cada euro, o Credit Suisse afirma que o contributo da Vivo para os resultados da Portugal Telecom e Telefónica Móviles, no terceiro trimestre, é de 376 milhões de euros de receitas e 123 milhões de euros de EBITDA para cada uma.
Enquanto o contributo nas receitas aumenta 3%, o EBITDA é 20% inferior ao verificado no período homólogo de 2003.
Uma sondagem de analistas efectuada pelo Jornal de Negócios indica que os resultados da PT, nos primeiros nove meses deste ano, vão subir 65% para 461 milhões de euros.
Mas, depois de conhecidos os resultados da Vivo, o banco de investimento da Ahorro Corporación já reviu em baixa as suas expectativas. Espera agora que os lucros se situem 457 milhões de euros, contra os 465 milhões de euros anteriores. O EBITDA, em vez de aumentar 5,1%, deverá agora crescer 4,6%.
As acções da PT seguiam a descer 1,23% para os 8,82 euros.