
Enviado:
19/10/2004 17:44
por mvbb
Incognitus Escreveu: A Rússia está-se a aproximar da Arábia Saudita, e os problemas da Yukos são relativamente irrelevantes para o mercado, pois os seus activos continuarão a produzir seja nas mãos da Yukos, seja nas do estado, seja nas dos próximos donos.
Os problemas da yukos são relevantes para o mercado pois a falência ou nacionalização da Yukos provocariam uma paragem temporária na produção, que faria subir o preço do petróleo.

Enviado:
19/10/2004 9:57
por Incognitus
É um artigo interessante mas com alguns detalhes fracos, tais como a comparação em preços reais (aparece em todos os artigos sobre o petróleo e ignora o facto de que todas as commodities estão longe dos seus máximos em termos de preços reais - em parte porque são commodities).
A OPEP é, tomada como um conjunto, o mais importante produtor de longe. Individualente tem o maior produtor do mundo, a Arábia Saudita, e como conjunto tem 40% como diz o artigo.
A Rússia está-se a aproximar da Arábia Saudita, e os problemas da Yukos são relativamente irrelevantes para o mercado, pois os seus activos continuarão a produzir seja nas mãos da Yukos, seja nas do estado, seja nas dos próximos donos. A Rússia e o Iraque estão a bater recordes de produção.
Por fim, a teoria que permite ao petróleo transaccionar a estes níveis é essencialmente a do pico do petróleo (junto com a procura chinesa, que cresce imenso e não parará de crescer). Ora, se o problema é uma falta de petróleo no futuro, porque é que a curva de preços do petróleo atinge o seu máximo nos contratos mais curtos? Esse é o padrão de uma commodity especulada com base numa falta de curto prazo, não de longo prazo.
A importancia do petroleo na evolução das bolsas

Enviado:
19/10/2004 9:44
por Visitante
O preço do petróleo desempenha um papel determinante na evolução da economia mundial. Por este facto, nos últimos dias os investidores têm acompanhado com especial atenção a subida do preço desta matéria-prima, ao mesmo tempo que perspectivam as suas possíveis consequências nas principais economias mundiais.
Dada a actualidade e a relevância do tema, apresentamos uma breve perspectiva do mercado petrolífero mundial e sintetizamos os efeitos colaterais da recente subida do preço do petróleo.
Os países da OCDE são os maiores consumidores de petróleo do Mundo. Os Estados Unidos da América são responsáveis por 25% do consumo de petróleo e a Europa representa 19% da procura global. A China (7,6% do consumo mundial), o Japão (7% do consumo mundial) e os restantes países asiáticos (9,6% do consumo mundial) completam o lote dos maiores consumidores mundiais. De referir que a China nos últimos 4 anos aumentou o consumo de petróleo em 30% e, no mesmo período, o consumo mundial registou um acréscimo de 6,7%.
Por seu turno, os países que fazem parte da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) produzem cerca de 40% do petróleo mundial, contrariando o senso comum que aparenta uma liderança da produção mundial do petróleo por esta organização. Na tabela anexa, verifica-se que dos 7 maiores produtores de petróleo do Mundo, apenas 2 países - Arábia Saudita e Irão - fazem parte daquele cartel. Os EUA e a Rússia representam cerca de 22% da produção mundial de petróleo.
Dada a rigidez da oferta e a elevada procura, qualquer factor de instabilidade neste mercado, provoca uma enorme pressão nos preços do petróleo, como comprovam os recentes problemas da petrolífera russa Yukos (produz 20% do petróleo russo), a instabilidade política na Venezuela ou os conflitos no Médio Oriente.
O aumento do preço do petróleo gera um efeito adverso no crescimento global, contribuindo para o abrandamento da actividade económica nos principais países. De acordo com uma análise da Agência Internacional de Energia (IEA), caso o petróleo se mantenha acima dos 35 USD por barril, de forma continuada ao longo de 12 meses, provocará uma redução no PIB mundial de 0,6%, não considerando os efeitos secundários a nível dos mercados de acções e nas expectativas dos agentes económicos. Segundo o mesmo estudo, as previsões de crescimento dos países da Zona Euro seriam reduzidas em 0,5 pontos percentuais.
Mais recentemente, o Banco Central Europeu elaborou um estudo onde constata que um aumento de 10% do preço do petróleo (em euros) provoca uma subida dos preços na Zona Euro de 0,1 pontos percentuais nesse mesmo trimestre, em termos directos. Por acréscimo, teremos que considerar ainda os efeitos indirectos, através do aumento dos custos de produção. Porém, e conforme refere o estudo, os produtores poderão atenuar este efeitos por meio da alteração das suas margens de lucro, de modo a que apenas parte dos custos sejam transferidos para os consumidores, reduzindo deste modo os resultados das empresas.
Recorde-se ainda que os preços do petróleo em termos reais encontram-se em cerca de metade dos valores alcançados no início dos anos 80, além de que as economias mais desenvolvidas reduziram significativamente a sua dependência do petróleo.
A incerteza que tem caracterizado os preços do petróleo nos últimos meses trouxe, de novo, para a ribalta da informação e dos mercados financeiros os efeitos dos choques petrolíferos da segunda metade do século XX. Porém, como verificamos nos dados referidos nos parágrafos anteriores, se os preços se mantiverem próximo dos actuais níveis, o impacto sobre as economias não será muito significativo. Por outro lado, se se verificar o cenário de abaixamento gradual dos preços do petróleo, como antevêem muitos analistas, poder-se-ão reduzir as incertezas sobre a sustentabilidade do crescimento mundial e a evolução dos mercados financeiros.
In ActivoBank7-Newsletter de 6 de Setembro de 2004
www.activobank7.pt/v10/PT/jsp/publico/flutuantes.jsp?idLinha=13268