“É o preconceito contra a flexibilização que tem conduzido a salários baixos”

[mcarvalho]

Produzir por aí

Produzir por aí
Tudo parece real mas tudo acaba por ser uma ficção. Enquanto se apela à produtividade promove-se uma «ponte». Ao mesmo tempo que se considera a educação um «desígnio nacional», o sector parece um arraial com pretensões a Carnaval.

E se o aparentemente sensato ministro responsável pelo cargo da Justiça refere que o «poder tem de assumir as suas responsabilidades na área», percebe-se porque a «epidemia» que afectou muitos estudantes em Guimarães há quatro ou cinco anos só deverá começar a ser julgada em Outubro de 2005.

Quando o mundo elogia o comportamento da lebre, Portugal ajoelha-se perante a tartaruga.

Amanhã, ou mesmo daqui a uns anos, haveremos de resolver os problemas que deveríamos ter tido em consideração ontem. A justiça nacional é uma versão surreal de Lucky Luke: dispara mais devagar do que a sua própria sombra. Isto é: continua a despachar para o futuro o que deveria resolver hoje.

Portugal já não é um país adiado. É um sítio que adquire lotarias que saem daqui a uns anos. Esperando que a sorte sorria um dia destes.