Acções disparam um máximo de 7,59%
Santander avalia activos de «media» da Cofina acima do valor da «holding»
As acções da Cofina valorizavam um máximo de 7,59%, atingindo um máximo de quase quatro ano anos. Os títulos reagiam à notícia de que a empresa está a estudar separar os negócios de «media» e de indústria em «holdings» distintas. A avaliação que o Santander faz dos activos de «media» encontra-se acima da actual capitalização do grupo.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
As acções da Cofina valorizavam um máximo de 7,59%, atingindo um máximo de quase quatro ano anos. Os títulos reagiam à notícia de que a empresa está a estudar separar os negócios de «media» e de indústria em «holdings» distintas. A avaliação que o Santander faz dos activos de «media» encontra-se acima da actual capitalização do grupo.
As acções da Cofina [Cot] seguiam a valorizar 5,38%, para os 3,33 euros, a aliviarem de um máximo de 3,40 euros. Os títulos reagiam à notícia que a empresa está a estudar separar os negócios de «media» e de indústria em «holdings» distintas.
A empresa negociava mais de 90 mil acções – o nível de liquidez mais elevado desde Março de 2004 - acumulando agora uma valorização de 36% no ano.
A última vez que a empresa liderada por Paulo Fernandes tinha cotado nos 3,40 euros foi na sessão de 19 de Outubro de 2000, o que representa um máximo de quase quatro anos.
A Cofina anunciou ontem, já após o fecho dos mercados, que está a estudar o spin-off (cisão) das áreas de «media» e da indústria, devendo anunciar uma decisão no prazo máximo de 30 dias.
O sector da indústria da Cofina engloba as participações na Caima-Celulose, F. Ramada e Vista Alegre, enquanto que a área de «media» está integrada na sub-holding Investec, detendo a propriedade de várias publicações (Correio da Manhã, Record, Jornal de negócios, revistas Sábado e Máxima, entre outros) e uma participação na Lusomundo Media.
Acções da Cofina no último ano
Desconto de «holding» rondará os 45%
Segundo os analistas do Santander, a eventual separação das duas áreas de negócio «permitirá reduzir o desconto a que transacciona a "holding" Cofina (que de acordo com as nossas estimativas rondará os cerca de 45%) e surge como alternativa à projectada admissão à cotação da Investec».
«A projectada separação das actividades principais do Grupo permitirá, se as conclusões do estudo apontarem para essa decisão, a diminuição do desconto que actualmente é atribuído às acções da empresa pelo facto de ser um conglomerado», refere um comunicado de ontem da Cofina.
«A cotação da Cofina SGPS apresenta um desconto de 30% por ser um conglomerado. Ora como a área de media representa cerca de 50% do total do grupo, a separação dos negócios incorpora um potencial de valorização das actuais acções de pelo menos 15%», disse um analista, citado pelo «Diário de Notícias».
Separação da Investec cria activo líquido que poderá ser usado numa consolidação
De acordo com o banco espanhol, «pensamos que a separação da Investec irá permitir ao grupo criar um activo "líquido" que poderá vir a ser usado numa eventual consolidação futura no sector. Uma eventual junção da Investec com a Lusomundo Media (maioritariamente detida pela PT Multimédia) levaria à criação de um grupo extremamente forte no segmento da imprensa escrita em Portugal».
«De acordo com a nossa avaliação, os activos de media da Cofina têm isoladamente um valor superior à capitalização bolsista actual da Cofina», diz o Santander.
À actual cotação, o mercado está a avaliar a «holding» em 171 milhões de euros.
No início deste ano, o Caixa – Banco de Investimento (Caixa BI) calculava que a área dos «media» correspondia a 57% do valor da Cofina. Este segmento, isolado, foi avaliado em 207 milhões de euros