RicsVisitante Escreveu:Sim, de facto analisando dados histórico assim é. Mas também é preciso ter em atenção muitos outros factores que contribuiram para que a volatilidade tenha sido mais elevada ultimamente, e a meu ver para que a volatilidade se mantenha bem mais elevada do que a média histórica (assim que sairmos deste marasmo). Basta ver que devido a vários factores (nomeadamente a Internet!) a quantidade de investidores hoje é incomparávelmente superior. O número de fundos intervenientes no mercado deve também estar em valores record (por exemplo: com a maioria das pessoas/empresas a abandonarem os sistemas públicos de pensões e cada vez mais a subscreverem fundos de pensões e consequentemente a injectarem liquidez).
Outro fenómeno é o da velocidade a que toda a gente tem acesso a notícias, quando comparado com há uns anos atrás.
Tudo isto deve servir para que a volatilidade se mantenha elevada e que deixe até de fazer muito sentido comparar com dados históricos.
Para já, a única receita é mesmo: Paciência!
1abc,
Rics
Eu continuo a acreditar que se sobrevaloriza a evolução tecnológica e as implicações desta nos mercados (afinal, o que provocou uma bolha e que inevitavelmente rebentou), que na essência continuam afinal bastante semelhantes a si mesmos.
A verdade é que quer em termos de velocidade quer mesmo em termos de ferramentas de trading o mercado não evolui nada do que o imaginário comum pensa.
No século XIX já havía investidores profissionais que recebíam nos seus escritórios as cotações quase à velocidade da luz, por meio de uma linha dedicada para esse efeito (o equivalente à internet de hoje).
Eram menos? Sim, obviamente que sim, mas a quantidade não me parece que implique volatilidade. Um mercado com 100 intervenientes comporta-se de forma similar a um mercado com 1000 intervenientes. A especulação e os seus efeitos não me parece que sejam proporcionais ao numero de intervenientes mas antes relativos ao sentimento e confiança que alimenta esses intervenientes.
Uma centena de intervenientes euforicos e ultra-confiantes provocam mais especulação do que um milhão de intervenientes descrentes e apáticos. No fundo o que está em questão é o sentimento, a confiança e também a liquidez.
Hoje o que há é mais volume e mais títulos (activos), cujas quantidades não podemos comparar.
Mas se formos estudar a história do mercado mais em pormenor tenho a certeza que muitos ficarão surpreendidos com as semelhanças comportamentais e até de ferramentas (logísticas e financeiras) que vamos encontrar.
Livermore já negociava aquilo que hoje chamamos de Turbo Warrants (ou algo muito parecido) ainda era ele um moço e em pleno século XiX...
E depois, em vez de estarmos todos aqui reunidos num forum de bolsa a falar dos mercados, no Sec. XIX e no início do Sec.XX os investidores estavam reunidos às centenas em escritórios e até na rua a discutir os mercados, a especular, etc. E as coisas, em períodos euforicos, ocorriam a uma velocidade semelhante à de hoje e o mesmo em relação à volatilidade. Daytrading, scalpers, alavancagem, já tudo isso existia!
Outro exemplo é a semelhança comportamental (inclusivé em termos de volatilidade) com o final da década de 90 e o final da década de 20 antes do crash de 29.
Na década de 90 era a internet, na década de 20 era a radio e no sec. xix eram os caminhos de ferro. Tudo fenomenos tecnologicos que a seu tempo eram descritos como indo alterar os mercados e os negocios de forma irreversível. Era uma nova economia...
