1,3 milhões de euros
ParaRede obtém primeiro semestre de lucros desde 2000 (act)
A ParaRede registou um lucro de 1,32 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, no primeiro semestre de lucros desde os últimos seis meses de 2000, com a empresa a beneficiar da subida de 62% do volume de negócios e de um imposto diferido de 4,5 milhões de euros.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A ParaRede registou um lucro de 1,32 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, no primeiro semestre de lucros desde os últimos seis meses de 2000, com a empresa a beneficiar da subida de 62% do volume de negócios e de um imposto diferido de 4,5 milhões de euros.
Nos primeiros seis meses do ano passado os prejuízos tinham totalizado 8,57 milhões de euros. O último semestre de lucros da ParaRede [Cot] tinha ocorrido nos últimos seis meses de 2000 (1,8 milhões de euros), tendo a empresa desde então registado sempre prejuízos.
No primeiro trimestre de 2004 os prejuízos foram de 1,26 milhões de euros, pelo que, só no segundo trimestre os lucros foram de 2,58 milhões de euros.
A empresa explica os lucros do primeiro semestre com base na melhoria operacional, mas também no reconhecimento de um imposto diferido activo no valor de 4,5 milhões de euros, tendo em conta os prejuízos fiscais registados nos exercícios anteriores. A ParaRede diz que este valor «traduz, de uma forma conservadora, as expectativas da empresa relativamente aos resultados dos próximos exercícios».
Antes de impostos a empresa apurou ainda um valor negativo de 3,17 milhões de euros, ainda assim inferior aos 8,54 milhões de euros do período homólogo.
Acções da ParaRede em três meses
Crescimento das receitas permite atingir ou superar metas para o ano
As receitas consolidadas do primeiro semestre deste ano ascenderam a 16,2 milhões de euros, o que representa um crescimento de 62% face ao período homólogo do ano anterior.
«O objectivo estratégico de crescimento de 30% ano, encontra-se, decorridos seis meses, perfeitamente ao alcance de ser atingido ou mesmo superado», refere um comunicado da empresa de tecnologias de informação.
A empresa liderada por Paulo Ramos diz que o crescimento das receitas «foi suportado quer pelo crescimento da venda de Hardware e Software de terceiros, quer pela prestação de serviços, quer ainda pela componente de produtos próprios, a qual já representa 14,4% das vendas totais».
A empresa acrescenta que «actual mix de vendas começa a reflectir as apostas estratégicas da ParaRede, consubstanciadas num forte crescimento da vertente de prestação de serviços, a par da promoção e desenvolvimento da oferta de produtos e tecnologias próprias (MSWait, Intrapub, OWNet, Matriz, Clarinet e Ctrade)».
As receitas na área de Information Infrastructure, que representam 49% do total, aumentaram 152% para 8 milhões de euros, enquanto as de consultoria em tecnologias de informação, que têm um peso de 20%, ascenderam a 3,22 milhões de euros, numa subida de 19,6%.
Neste segmento a ParaRede diz que beneficia de uma confortável, proveitosa e duradoura presença junto de clientes do sector da Banca, aos quais assegura a manutenção de aplicações numa óptica evolutiva e ao mesmo tempo desenvolve projectos de consultoria à medida em áreas de vanguarda tecnológica».
ParaRede optimista:
«Encontram-se pois, reunidas as condições para o progressivo e sustentado fortalecimento da situação financeira e operacional do Grupo, permitindo a afirmação perante o mercado das competências tecnológicas existentes no seio da organização».
ParaRede reduz força de trabalho a metade e custos com pessoal caem 21,2%
Desde o final de 2001, quando a empresa contava com 580 trabalhadores, a ParaRede já cortou mais de metade da sua força de trabalho. Em Junho deste ano a empresa tinha 234 trabalhadores, tendo os custos com pessoal descido 21,2% no primeiro semestre.
Para esta queda, segundo a empresa, contribuíram os «efeitos benéficos do plano de restruturação implementado nos últimos anos» e «a adopção de políticas salariais ajustadas às condições de mercado actuais, bem como a variabilização dos custos fixos e que se materializou num aumento dos níveis de subcontratação de serviços sem prejuízo da qualidade dos deliverables».
Já os custos com Fornecimentos e Serviços Externos registaram um crescimento de 28,7%, «o qual se encontra influenciado pela expansão da componente de subcontratos». A empresa assegura que verificou-se «um decréscimo dos custos de funcionamento, excluindo subcontratos, de 22,8% face ao período homólogo do ano anterior».
Quarto trimestre consecutivo com EBITDA positivo
O EBITDA da empresa foi de 1,17 milhões de euros, contra 1,92 milhões de euros negativos no período homólogo, permitindo uma melhoria na margem EBITDA para 7,3%.
Já os resultados operacionais (EBIT) são ainda negativos em 1,21 milhões de euros, devido a amortizações no valor de 2,38 milhões de euros. Estas desceram 40% face ao período homólogo
No segundo trimestre do ano a ParaRede observou o quarto trimestre consecutivo de EBITDA positivo, «confirmando que o equilíbrio operacional foi definitivamente alcançado e consolidado trimestre após trimestre», diz a empresa.
A ParaRede reduziu ainda a dívida líquida de 34,7 para 5,028 milhões de euros, uma queda que é explicada pelo encaixe realizado com o último aumento de capital da empresa.
As acções da ParaRede fecharam a descer 2,5% para os 0,39 euros.