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Lucros da Sonae disparam para 24 milhões com melhoria na indústria e telecomunicações (act)
A Sonae SGPS registou um resultado líquido de 24 milhões de euros, acima dos 2,7 milhões de euros conseguidos no período homólogo do ano passado, com a empresa de Belmiro de Azevedo, apesar da descida nos resultados extraordinários, a registar uma melhoria nos negócios da indústria e das telecomunicações.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A Sonae SGPS registou um resultado líquido de 24 milhões de euros, acima dos 2,7 milhões de euros conseguidos no período homólogo do ano passado, com a empresa de Belmiro de Azevedo, apesar da descida nos resultados extraordinários, a registar uma melhoria nos negócios da indústria e das telecomunicações.
Num comunicado a Sonae SGPS [Cot] diz que o volume de negócios da empresa aumentou 6,7% para os 3,108 mil milhões de euros e o EBITDA («cash flow» operacional) cresceu 22,5% até aos 332 milhões de euros.
A empresa atribui a melhoria dos seus resultados com o contributo dos negócios de derivados de madeira, onde está presente através da Sonae Indústria, e das telecomunicações.
A Sonae Indústria SGPS registou resultados líquidos de 12,5 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, contra prejuízos de 39,8 milhões um ano antes. Já a Sonaecom, empresa do grupo para a área das telecomunicações, conseguiu lucros de seis milhões de euros, o que compara com prejuízos de 11,1 milhões um ano antes.
Os resultados operacionais da Sonae SGPS duplicaram para 125 milhões de euros, devido e a margem EBITDA da empresa melhorou de 9,3% para 10,7%, «fruto do reforço das margens dos negócios de Derivados de Madeira e de Telecomunicações, que compensou o menor contributo dos restantes negócios».
A Sonae Imobiliária anunciou hoje que os resultados líquidos da Sonae Imobiliário desceram 50% no primeiro semestre.
Belmiro de Azevedo fala sobre resultados:
«Os resultados do primeiro semestre de 2004 vieram confirmar a melhoria da rendibilidade operacional e o fortalecimento do balanço. Permito-me salientar o crescimento de 22,5% no cashflow operacional (EBITDA) e a melhoria significativa no resultado líquido, fruto da redução de custos nos negócios do Grupo, nomeadamente na Sonae Indústria e na Sonaecom, bem como da melhoria das condições de mercado.
Apesar da manutenção de uma política de investimentos agressiva, reduzimos consideravelmente o nível do endividamento, suportados na melhoria sustentada da geração de cash-flow e no desinvestimento em activos não estratégicos (esta tendência manter-se-á no futuro próximo com a alienação da participação na Portucel, que se traduzirá em fortes ganhos de capital).
Mantemos o nosso objectivo de reduzir a dívida, alongar a sua maturidade e melhorar os termos e as condições dos financiamentos. Mantemos os nossos esforços de melhoria sistemática do Capital Humano, para a qual contribuirá a recente inauguração do Sonae Learning Centre.»
Acções da Sonae em seis meses
Extraordinários penalizam mas menos dívida ajuda
A penalizar as contas da Sonae no primeiro semestre esteve a descida dos resultados extraordinários, de 97,5 para 32,5 milhões de euros.
O ano passado a empresa de Belmiro de Azevedo tinha procedido à alienação de 50% da sociedade proprietária do Centro Comercial Vasco da Gama à ING Retail Property Fund Ibérica, a alienação da totalidade da participação no Banco BPI (4,31%) e a alienação ao Banco BPI da participação de 50% na Crediuniverso, operações que em conjunto geraram mais valias de 96,7 milhões de euros.
A beneficiar os resultados da empresa esteve a melhoria de 30 milhões de euros nos resultados financeiros, que passaram de 116 milhões de euros negativos no primeiro semestre de 2003 para 86 milhões de euros negativos neste semestre. «Esta melhoria decorre da redução dos juros suportados nos negócios Derivados de Madeira, Distribuição e na Sonae SGPS», explica a empresa.
O endividamento líquido consolidado baixou 513 milhões de euros, para 2,818 mil milhões de euros, uma «diminuição significativa que resulta da melhoria sustentada na geração de cash-flow e de um menor nível de investimento durante o segundo semestre de 2003».
No primeiro semestre deste ano o investimento bruto consolidado ascendeu a 286,6 milhões de euros, face a 215,8 milhões de euros em igual período do ano anterior. O investimento líquido foi de 220,8 milhões de euros, que compara com 39 milhões de euros no ano anterior.
«Os resultados apresentados neste semestre reforçam a confiança na melhoria da rendibilidade dos negócios, em particular nos Derivados de Madeira e Telecomunicações, contribuindo para um mais rápido reforço da estrutura financeira do Grupo. Mantêm-se como prioridades o alongamento da dívida e renegociação das suas condições», refere o comunicado da empresa, nas perspectivas para o resto do ano.
As acções da Sonae SGPS fecharam inalteradas nos 0,86 euros.