Bolsa -MAX W.
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Bolsa -MAX W.
Max-Weber e a bolsa
Demonizada simultaneamente pelos conservadores e pelos socialistas alemães, Weber disse que a bolsa de valores ligava-se indissoluvelmente à Era do Capital. Obviamente, assegurou ele, ela não visava nem o bem-estar social nem a filantropia. Não se tratava de uma instituição "ética", com a respeitabilidade de um banco, mas de uma simples e não muito honesta máquina arrecadadora de recursos sobrantes, de dinheiro poupado sem aplicação imediata, que via-se atraído para projetos de certo risco.
Em geral, voltados à transformação industrial, à concentração e à expansão econômicas, à abertura de minas e de portos, ao tempo em que financiava o avanço tecnológico. Para atrair aquelas poupanças inertes, ociosas, ela atiçava a paixão de muitos pelo jogo.
O que levava as pessoas a investirem na bolsa era justamente essa sua aparência de cassino, a emoção do perde-ganha do giro da roleta, com a compensação psicológica que a paixão pela jogatina de alguma forma ajudava a prosperidade geral, ao contrário do que ocorria ao entrar no cassino de Monte-Carlo ou nos salões de Baden-Baden. Alertando, porém, que, quanto mais os mercados se ampliavam, atraindo os especuladores-mariposa, maior ainda era sua "fragilidade ética".
A magia da bolsa de valores
Se Max Weber constatou isso há mais de um século atrás, o que dizer das bolsas inteiramente globalizadas de agora? Elas despertam perpetuamente as fantasias associadas à riqueza. "Sim! O dinheiro fará seus prodígios", dizia o sempre delirante Sàccard, o grande especulador de L'argent, de Emile Zola. O que a sustenta é sua magia de vara de condão capaz de transfigurar um anônimo investidor, num lance só, num magnata, num pequeno deus endinheirado. É a moderna lâmpada de Aladim que, esfregada, pode fazer a felicidade de um bom moço como a de um bando de escroques. De alguém, sem ter que trabalhar, ganhar um bom dinheiro.
Instrumento da democratização econômica
Com a crescente estabilidade econômica do moderno capitalismo - a crise mais devastadora deu-se em 1929, época do Big Crash, e, contornado o último pânico, o de 1987 - , o negócio das ações tendeu à normalidade, ao fim da oscilação brusca do seu valor médio. Neste espaço de tempo, ao longo dos últimos 50 anos, as macrocorporações deitaram fundas raízes na sociedade norte-americana e, grande parte delas, senão todas, assumiram dimensões mundiais (Ford, GMC, Coca-Cola, General Eletric, Exxon, IBM, MicroSoft, Times-Warner, AT&T, etc..).
Devido ao acirramento da concorrência e para não serem hostilizadas pelos cidadãos comuns, elas abriram o seu capital, permitindo que suas ações ordinárias fossem adquiridas por qualquer norte-americano. Esta determinação sábia fez com que o controle sobre o capital das empresa se democratizasse, ao ponto da assembléia dos acionistas (onde comparecem grandes e pequenos portadores de ações) ser quem controla a política empresarial, a destituição ou nomeação dos diretores-executivos e até o afastamento dos antigos proprietários, se considerados relapsos, negligentes ou irresponsáveis.
Estima-se, hoje, que mais de 60% das famílias norte-americanas reservam parte substantiva das suas economias para a compra de ações. Os resultados disso foram extraordinários: os Estados Unidos constituíram o primeiro capitalismo popular da história moderna.
Abraço
Demonizada simultaneamente pelos conservadores e pelos socialistas alemães, Weber disse que a bolsa de valores ligava-se indissoluvelmente à Era do Capital. Obviamente, assegurou ele, ela não visava nem o bem-estar social nem a filantropia. Não se tratava de uma instituição "ética", com a respeitabilidade de um banco, mas de uma simples e não muito honesta máquina arrecadadora de recursos sobrantes, de dinheiro poupado sem aplicação imediata, que via-se atraído para projetos de certo risco.
Em geral, voltados à transformação industrial, à concentração e à expansão econômicas, à abertura de minas e de portos, ao tempo em que financiava o avanço tecnológico. Para atrair aquelas poupanças inertes, ociosas, ela atiçava a paixão de muitos pelo jogo.
O que levava as pessoas a investirem na bolsa era justamente essa sua aparência de cassino, a emoção do perde-ganha do giro da roleta, com a compensação psicológica que a paixão pela jogatina de alguma forma ajudava a prosperidade geral, ao contrário do que ocorria ao entrar no cassino de Monte-Carlo ou nos salões de Baden-Baden. Alertando, porém, que, quanto mais os mercados se ampliavam, atraindo os especuladores-mariposa, maior ainda era sua "fragilidade ética".
A magia da bolsa de valores
Se Max Weber constatou isso há mais de um século atrás, o que dizer das bolsas inteiramente globalizadas de agora? Elas despertam perpetuamente as fantasias associadas à riqueza. "Sim! O dinheiro fará seus prodígios", dizia o sempre delirante Sàccard, o grande especulador de L'argent, de Emile Zola. O que a sustenta é sua magia de vara de condão capaz de transfigurar um anônimo investidor, num lance só, num magnata, num pequeno deus endinheirado. É a moderna lâmpada de Aladim que, esfregada, pode fazer a felicidade de um bom moço como a de um bando de escroques. De alguém, sem ter que trabalhar, ganhar um bom dinheiro.
Instrumento da democratização econômica
Com a crescente estabilidade econômica do moderno capitalismo - a crise mais devastadora deu-se em 1929, época do Big Crash, e, contornado o último pânico, o de 1987 - , o negócio das ações tendeu à normalidade, ao fim da oscilação brusca do seu valor médio. Neste espaço de tempo, ao longo dos últimos 50 anos, as macrocorporações deitaram fundas raízes na sociedade norte-americana e, grande parte delas, senão todas, assumiram dimensões mundiais (Ford, GMC, Coca-Cola, General Eletric, Exxon, IBM, MicroSoft, Times-Warner, AT&T, etc..).
Devido ao acirramento da concorrência e para não serem hostilizadas pelos cidadãos comuns, elas abriram o seu capital, permitindo que suas ações ordinárias fossem adquiridas por qualquer norte-americano. Esta determinação sábia fez com que o controle sobre o capital das empresa se democratizasse, ao ponto da assembléia dos acionistas (onde comparecem grandes e pequenos portadores de ações) ser quem controla a política empresarial, a destituição ou nomeação dos diretores-executivos e até o afastamento dos antigos proprietários, se considerados relapsos, negligentes ou irresponsáveis.
Estima-se, hoje, que mais de 60% das famílias norte-americanas reservam parte substantiva das suas economias para a compra de ações. Os resultados disso foram extraordinários: os Estados Unidos constituíram o primeiro capitalismo popular da história moderna.
Abraço
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